Kayo pulou em seus pés, ereto, assim que ouviu o grunhido animalesco do Monstro, em sua forma humana, deitado no chão. Ele apontou sua arma, pronto para atirar no animal no primeiro sinal de ameaça. A besta mexeu o braço fazendo o corpo de Kayo tencionar. No entanto, sem aviso prévio ou até mesmo predizendo os seguintes acontecimentos, Kayo se viu sendo jogado com força contra a parede. Um grande estrondo se ouviu e demorou alguns segundos para a mente atordoada dele perceber que o barulho viera justamente do impacto de seu corpo conta a madeira. O ar havia lhe escapado dos pulmões e, assombrado, ele encarou a figura medonha e sombria que pairava sobre ele, sufocando sua garganta com apenas uma mão.
O Monstro movera-se tão rápido que os fracos olhos humanos de Kayo não puderam acompanhar.
Mahkay segurou firmemente a garganta do macho que ameaçara sua companheira. Ele cheirou o ar, o cheiro de sua mulher continuava ali, mas estava mais fraco. Sinal que ela se fora fazia algum tempo.
E não fora por vontade própria.
O cheiro do seu medo era forte o suficiente para que Mahkay sentisse na ponta de sua língua. Isso fez com que sua raiva aumentasse em níveis desproporcionais. Ele rosnou para o macho mostrando seus dentes que, de forma animalesca, cresceram para acompanhar o instinto da caça. O cheiro do medo de sua presa trouxe prazer a Mahkay, aliviando a
- Onde ela está? – rugiu. Seu rosto a centímetros do outro.
- Eu... argh!... Não consigo... respirar.
O lobo considerou afrouxar a mão, mas também lhe satisfazia ver a dor de seu inimigo. No entanto, ele sabia que o macho a sua frente seria útil se ele quisesse alcançar a sua mulher mais rapidamente. Por isso, com extremo desgosto, afrouxou sua mão do pescoço do homem.
- Onde ela está? – repetiu.
- Ela foi... levada pelos caçadores. – Kayo respondeu após tomar um folego, odiando-se por não conseguir esconder sua fraqueza em sua voz.
- Leve-me até ela. – ordenou sufocando-o mais uma vez para definir que era ele quem mandava.
Respirando fundo, sabendo que esse poderia ser seu último suspiro, Kayo falou. – Não.
- Então não serve de nada para mim. – Mahkay disse levantando sua mão, unhas em garra, pronto para matar o outro.
- Espera! – gritou Kayo estendendo os braços. – Eu o levarei até ela apenas se... Apenas se me disser o que fez com o corpo de meu pai.
- Você irá me levar até ela querendo ou não. – Mahkay se afastou dele entrando na cabana onde viu o corpo morto do macho que sentira anteriormente em sua mulher.
Sem ligar para o corpo, ele foi até onde estava a cesta contendo suas roupas, pegou a capa de Scarlet e a cheirou sentindo o perfume de sua mulher ainda forte no pano. Ele teria soltado o gemido sofrido que ficou preso em sua garganta pela falta dela se não fosse o macho presente. Movendo-se de volta para onde o deixara, Mahkay apenas ordenou.
- Vamos.
Kayo não se moveu.
- Ou você anda ou você morre. Sua decisão.
- O que fez com o corpo de meu pai? - ele repetiu.
Kayo estava ciente de não ter força necessária para matar a besta, mas, por Deus, se não faria qualquer coisa para dar ao seu pai um enterro digno e cristão.
- Não sei quem é seu pai. Não vou repetir novamente, anda ou morra. – Mahkay rosnou a ponto de perder qualquer vestígio de paciência que poderia ter para com o macho humano.
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Até que o Sol caía do céu
Manusia SerigalaEm uma pequena vila chamada Blackrwby, que ficava na província de Talestone, no meio da grande Floresta Sombria, morava uma garota chamada Scarlet. Ela não era considerada a mais bela da vila, ou a mais prendada, nem mesmo matrimonialmente elegível...