Ele parou por, apenas, alguns momentos, seu objetivo era tomar alguma coisa e comer algo que forrasse o estômago antes de continuar a jornada. Poderia ter escolhido qualquer lugar, mas tabernas são sempre cheias de informações e de pessoas dispostas a dá-las. Então entrou em uma modesta, onde uma massa de pessoas estava se espremendo para dentro da porta, ninguém notaria sua presença em meio a tantos rostos e corpos diferentes.
O lugar não era dos mais sofisticados e, apesar das inúmeras manchas encardidas pelo chão e pelas paredes, era muito limpo. O cheiro de álcool e fritura já havia impregnado suas narinas muito antes de cruzar a soleira da porta. As vozes eram muitas e ele não estava com vontade de focar em informações naquele momento. Depois que tivesse comido um bom ensopado e tomado uma boa cerveja poderia começar a pensar nisso.
O homem estava prestes a sentar em uma mesa afastada, com vista para a pequena janela quando começou a escutar a gritaria de uma atendente. A mulher estava de frente para uma mesa em que uma figura miúda, provavelmente uma mulher, estava sentada e enrolada em uma capa verde com o gorro do manto esmeralda cobrindo seu rosto.
- O que você acha que esta taberna é? Você veio aqui para humilhar estas pessoas, só porque pode pagar por uma bebida tão cara?
- Não senhora... eu não sabia... eu... me desculpe... eu... - A garota estava apavorada. Sim. Era uma mulher, ele podia constatar pela tonalidade da voz, e ela estava desesperada. Era, provavelmente, a filha de um nobre rico, talvez nunca tivesse pisado em uma taberna. E, muito provavelmente, a julgar pela fúria da garçonete, havia pedido a "bebida-dos-Deuses". Uma tola, se realmente tiver feito isso.
No momento muitas pessoas olhavam em direção a ela. Estava chamando atenção desnecessária. Aquela atenção poderia acabar sendo desviada para ele , por estar tão próximo e tão coberto quanto, e atenção em si era tudo que não queria. Foi o que o disse a si mesmo quando suas pernas o levaram até a mimada garota de capa esmeralda.
- Eu não sei quem você é mas... - A mulher voltou a gritar.
- Eu acredito que minha colega quisesse dizer que queria um vinho com mel. Ela só se confundiu um pouco, não somos daqui. - Antes que pudesse perceber as palavras já haviam escapulido de sua boca, sua língua parecia ter ganhado vida própria. Mas, ao menos, tinha conseguido interromper o chilique da atendente.
O manto esverdeado da garota cobria-lhe todo o rosto e corpo, a única coisa visível por baixo de seu capuz era o brilho dos olhos, eles pareciam a própria noite de tão negros, além de ter um brilho tão cintilante que parecia que a própria lua iluminava seus olhos.
- Quem é você? - O sussurro foi ouvido pelo homem, a garota estava extasiada, talvez até assustada. Ele não tinha certeza. Não conseguiu responder, nem sabia se o faria se tivesse tido oportunidade, mas a garçonete poupou-lhe de ter que escolher quando começou a exasperar-se.
- Me perdoem, eu entendi errado o pedido da moça, me desculpem, não percebi que não eram daqui. - Em momento algum olhou em direção a garota mimada, seu olhar ficou focado nele.
Não sabia porque. Claro que considerava-se atraente o bastante para chamar a atenção de, ao menos, uma dúzia das moças mais bonitas do reino. Mas isso quando não estava todo coberto podendo, para quem não conhecia-o, ser até mesmo um assassino cruel e cheio de cicatrizes bizarras por todo o corpo e até no rosto. Não que ele se importasse, o que ele queria era ver o que tinha por baixo da capa. Não conseguiu. Ele forçou uma tosse, já estava impaciente com o tanto que a atendente encarava-lhe.
- Ah... sim... O pedido. Um vinho com... - Ele interrompeu-a. Se já tinha começado aquilo, porquê não continuar?
- Dois vinhos com mel! - Corrigiu-lhe .
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O Despertar do Destino - Ecos do Poder
FantasyAriana Aruna era a herdeira do maior poder já visto entre os cinco grandes reinos, ela era a herdeira do próprio sol, mas, para além de ser a herdeira do Deus da luz, ela era também abençoada pela própria lua. Ariana nasceu envolta de intrigas...