Capítulo 20 - Eles crescem tão rápido!

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   Luca ajeitava sua barraca num bosque ao lado de uma cachoeira. Ele estendia um lençol dentro da barraca.

   -Luca!!! Vem cá, acabei de assar um franguinho aqui! -Alberto apagava o fogo do fogãozinho que ele fez.-

   -Tô indo! -Ele deixa de fazer oque estava fazendo e vai até seu namorado.-

   Luca se senta ao lado de Alberto e nenhum dos dois diz nada, apenas comem o frango em silêncio. O olhar de Luca estava tão cheio de alegria e felicidade.

   -Que foi? Tá com um olhar distante... -Alberto questiona.-

   -Eu só estou feliz. -Luca sorri com a boca cheia.-

   -Eu também. -Alberto corresponde o sorriso.-

   -Eu nunca pensaria que eu seria tão feliz aqui em Portorosso quando cheguei de Gênova. Foi tanto tempo fora, que eu pensei que não iria me adaptar aqui novamente.

   -Ah, pensou que seria triste?

   -Na verdade, eu tinha medo. Medo de você não corresponder meu sentimentos. -Ele olha para as águas da cachoeira que caiam agressivamente que batiam nas rochas e faziam um som pacificador.-

   -Tá maluco? Todos os meus dias foram vivido para você!

   -Não precisa mentir e exagerar Alberto, não vivemos em um conto de fadas, ok?

   -Ok, realmente não foi todos os dias, mas foi a maioria deles!

   -Eu sinto falta disso, desse sentimento.

   -Que sentimento?

   -O da paz. -Luca avança para cima de Alberto, sentando em cima de seu colo, agarrando a gola de sua camiseta e o puxando para perto.- Eu te amo tanto, mas tanto... -Ele sorri.-

   Alberto calmamente se aproxima de Luca, colando seus lábios nos do garoto. Ele se distancia aos poucos, certificando de ver a reação tímida e fofa de Luca.

   -Isso responde o seu eu te amo?

   -Responde... -Luca sorri sem jeito.-

   E assim eles ficam se encarando, poupando palavras e aproveitando o momento. Era um tempo de paz depois de uma semana de emoções e aflições. Por um momento Luca pensa em como Giulia estaria.

   O sol começava a se pôr no horizonte, deixando o céu com uma cor rosa-alaranjada. Os dois garotos acendem uma fogueira e ficam deitados juntos ao lado dela, olhando as estrelas que aos poucos apareciam no céu.

   -Sabe, como será que a Giulia está agora? -Luca coça a cabeça.-

   -É sério que tu vai pensar nela, na nossa viagem?

   -É inevitável, sabe... Vivi junto com ela por dez anos, eu dividi meu quarto com ela por dez anos, ela foi minha irmã por dez anos. É muito tempo, é impossível não se preocupar com ela.

   -Ok, foi mal, foi mal. Eu creio que ela vai superar, sabe? Seguir em frente. Do mesmo modo que fizemos na época. E olha só, estamos aqui juntos.

   -E eu espero que seja pra sempre. -Luca sorri mostrando os dentes e beija a mão de Alberto, que estava sobre seu peito.-

   -Então vamos fazer ser pra sempre!

   -Quê? Como assim?!

   -Luca, você quer se casar comigo?

   Luca fica em silêncio por alguns segundos, raciocinando oque acabou de escutar. Até que a ficha cai.

   -SE CASAR? TIPO, SERMOS ESPOSOS?

   -Sim?

   -É CLARO! É CLARO QUE EU ACEITO! -Luca se levanta e pula de alegria, totalmente entusiasmado.-

   Os olhos de Alberto se enche de lágrimas.

   -Ow, que fofo! Você está chorando! 

   -NÃO ESTOU! -Alberto estava chorando-

   -TÁ SIM! VOCÊ TÁ! -Luca ria, debochando de seu noivo.-

   -TÔ NADA! -Alberto enxuga as lágrimas, olhando para Luca iluminado pela luz da fogueira.-

   Eles se amam, e dessa vez, vai ser para sempre.

5 ANOS DEPOIS

   -Fala papai, fala! -Alberto brincava com uma criança dentro de um quarto infantil. No quarto, havia um berço, brinquedos espalhados pelo chão e um quadro com a foto de Luca, Alberto e a criança.-

   -Papai! -A criança responde, com dificuldade para falar.-

   -LUCA! LUCA! -Alberto estava emocionado.- LUCA, VENHA AQUI!

   -O QUE HOUVE? -Luca corre da cozinha para o quarto, secando as mãos em seu avental.-

   -O Dario disse papai! Ele falou pela primeira vez! -Alberto sorria eufórico. A criança babava, olhando disperso para o pai Alberto.-

   -SÉRIO? -Luca agacha sorrindo e dá um beijo na testa da criança.- Meu deus! Eles crescem tão rápido, né?

   Dario enfia o mordedor de borracha na boca e o mordia, ainda sem dentes. Ele realmente gostava de morder aquilo.

   -Meu filho falou papai! Pra mim! -Alberto sorria orgulhoso.-

   -Tá bom, seu pai coruja. Deixa o Dario no berço e vem me ajudar a fazer o jantar. -Luca pega um pano de prato de dentro do avental e joga para Alberto.- Deixa ele descansar porque amanhã ele tem creche.

   -Tá bom, tá bom.

   Alberto pega seu filho no colo e o coloca no berço. Ele liga uma luminária com luz ambiente que muda de cor e toca música de ninar e sai do quarto, fechando a porta lentamente.

   -Você realmente é um pai babão. -Luca ri baixinho.-

   -Vocês são as minhas preciosidades. Serei o pai que eu nunca tive. -Alberto beija a bochecha de Luca e vai secar a louça. Chegando na cozinha, ele se depara com Giulia sentada na mesa.- Ué, ela estava aqui esse tempo todo?

   -Alguém tinha que ajudar o Luca a fazer o jantar enquanto alguém fica em cima do filho, né? -Giulia estava com um corte de cabelo totalmente curto, tingido com a cor preta e com um lado da cabeça raspada. Ela tinha um piercing na sobrancelha e usava um batom preto.-

   -Agora, parando pra reparar, desde que você chegou do Brasil com a Donatella você virou uma emo. Querida, já estamos com mais de  27 anos. Seus 15 já passaram.

   -Vai cuidar do teu filho, fiscal de estilo. -Giulia se levanta.- Bom, como você já veio, meu trabalho aqui está feio. Eu vou voltar pra casa, combinei com a Tella para ver filme com ela. Até mais, meus papaizões.

   -Tchau, Giulietta! -Luca mandava beijinhos enquanto lavava a louça.-

   -Vai lá, escuridão! -Alberto ria enquanto secava a louça.-

   Alberto finalmente tem algo que ele nunca teve; uma família.

FIM


Luca & AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora