Luca & Alberto

Capítulo 14 - Não, não, não!

   Luca descia as escadas na madrugada. A porta estava aberta e uma brisa gélida pairava na cozinha e a luz do poste adentrava a entrada da cozinha.

   -Quem deixou essa porta aberta? ... -Luca caminha até a porta para fechá-la.-

   Chegando lá, ele vê Giulia sentada na calçada, olhando para o oceano.

   -Giulietta? -Luca se senta ao lado dela.- Tá tudo bem?

   Ela se vira para Luca.

   -Não sei. Donatella me ofereceu uma viagem para Recife, pra viajar com ela.

   -SÉRIO? VOCÊ ACEITOU, NÉ? -Luca sorria.-

   -Ainda não. Não sei na verdade, é um presente caro demais para eu aceitar... -Donatella respirava fundo-

   -É, realmente é bem caro. Mas se ela pode dar, então aceite!

   -Na verdade, eu tenho outra coisa pra te contar. Mas olha, é segredo! Fica só entre a gente!

   -Claro, eu sei de todos os seus segredos e nunca contei pra ninguém. -Luca se encolhe e deita sua cabeça no colo de Giulia; a garota começa a acariciar os cabelos cacheados de Luca.-

   -Eu tô com uma puta vontade de pegar a Donatella. -Giulia ri.-

   -Então esse é o motivo de você não ter aceitado?

   -É, talvez... Se eu for com ela, eu vou enlouquecer.

   -Ela é bem bonita, verdade. Os cabelos lisos e loiros combinam com os olhos. Eu entendo o porque Alberto namorou ela. Se eu não fosse gay, com certeza ficaria com ela. -Luca sorri para Giulia.-

   -Poxa, você deveria ser como eu e o Alberto; bissexualidade é tudo! -Giulia diz e retribui o sorriso.-

   -Ah, se eu pudesse mandar nessas coisas... -Luca inspira, expira e se levanta.- Vamos subir pra dormir. Tá tarde e tá frio. 

   Giulia também se levanta

   -Certo, capitão Paguro. -Giulia entra na casa e sobe as escadas em direção ao seu quarto.-

   Luca também sobe, e entra em seu quarto. Alberto estava dormindo. Luca o observa e dá um beijinho em sua testa; era tarde da noite e Alberto dormia como um neném. Aquilo deixou o coração de Luca quentinho. Ele deita, se cobre e desliga sua luminária. Hora de dormir.

DIA SEGUINTE

   Giulia abria as janelas do quarto de hóspedes. Alberto resmungava algo como "apaga essa luz".

   -Não tem como apagar o Sol, tonto. -Giulia puxa as cobertas dos dois e joga dentro do armário.- Vamos, vamos. Levantando.

   -Me deixa dormiiiir. -Alberto esperneava, batendo seus pés na cama, colocando o travesseiro contra o rosto.-

   -Nada disso, levantando. Café já tá na mesa.

   Luca levanta sem dificuldade e vai direto ao banheiro. Enquanto isso, Alberto fica na cama.  Ele termina sua higiene matinal e volta no quarto, Alberto voltou adormir. 

   -ACORDA, PREGUIÇOSO! -Luca puxa o pé de Alberto, o fazendo cair no chão.-

   -TÁ MALUCO?! TÁ DOIDO?! -Alberto se assusta e acorda rapidamente.-

   -Talvez eu seja. -Luca joga a camiseta de Alberto para ele.- Se veste, vai. Vamos na casa de papai e mamãe hoje pra me despedir. Vamos partir amanhã, pode ser?

   -Tá, tá. -Alberto levanta do chão e boceja- Faz as malas de noitinha que de manhã nós saímos.

   Logo após todos se sentarem na mesa, alguém bate na porta. O pai de Giulia não estava em casa pois estava trabalhando em seu barco, pescando. Giulia caminha até a porta e a abre. Era Donatella.

   -Bom dia flores do dia. -Ela sorria.-

   -E aí. -Giulia entra e faz sinal para ela entrar também, Donatella entra.-

   -Tomando café ainda? Mas são uns preguiçosos mesmo!

   -E o que você quer aqui tão cedo? -Alberto comia lentamente, ainda meio sonolento.-

   -Eu vou embora hoje a noite, então resolvi vir aqui me despedir.

   O estômago de Giulia parou e congelou.

   "Não, não, não!", era tudo oque Giulia pensava.