|08

2K 125 12
                                    

Hannah hossler
Califórnia, 20:00
6 de julho

— Filha! Eu... eu vou morrer.— ela diz pegando no meu rosto e eu franzo a testa

— Mãe você não vai morrer.— digo rindo
— Você acabou de ter minha irmã, por isso está fraca. Mas vai ficar bem!— falo e me sento na beirada da cama

— Não meu bem. Eu estou morrendo, essa gravidez era uma gravidez de risco porque eu estou doente. Não sei bem de que, os médicos não identificaram.— ela diz fraca e meu coração acelera.— Eu preciso que você cuide da sua irmã pra mim. Não deixa seu pai se aproximar dela, nunca!— ela pede pegando na minha mão e eu me afasto

— Você não vai morrer! você vai cuidar dela mãe. Eu... não posso fazer isso sem você.
— digo já com lágrima nos olhos e ela sorri fraco

— Você tem o vinnie, seus tios, o jaden, seus amigos. Sei que vocês vão conseguir!—ela diz e aperta minha mão

— Mas mãe....— digo e deixo o choro escapar

— Filha. Você já é uma mulher, já está na hora de viver sem mim. Eu sei que você será uma ótima mãe e vocês vão dar muito amor pra ela. Eu passei a guarda dela pra você, então por favor, não me deixa na mão. — ela diz fraca e sinto seu aperto ficar mais frouxo

— Por favor mãe, não, não me deixa
— encosto meu rosto em seu peito e ela põe a mão na minha cabeça

— Eu te amo minha cinderela.— sussurra e então para de respirar

Ela.parou.de.respirar.

Minha mãe morreu. Ela morreu.

Grito, de tanta dor no peito que sinto, e logo os médicos começam a entrar na sala.

Vinnie entra também e me puxa pra fora de lá logo me dando um abraço apertado.

— Eu tô aqui amor. Eu tô aqui. Pode chorar.
— ele fala fazendo carinho em mim e eu desabo de vez

Caio no chão e Vinnie se abaixa junto comigo sem sair do abraço.

Vejo meu pai se aproximar do berçário e me levanto irritada.

Minha mãe disse pra protege-la e eu a protegerei. Vou dar a minha vida por essa criança e esse velho filho da puta, que um dia eu chamei de pai, nunca vai se aproximar dela. NUNCA.

Ando em passos pesados até o berçário e quando entro ele estava lá fazendo carinho nela.

— Sai daqui. Agora.— mando apontando pra porta e ele ri

Essa risada dele me enoja.

— Ela é minha filha. Eu tenho o direito.
— ele diz ainda fazendo carinho na neném

— Não é mais. A minha mãe... ela morreu.
— digo me segurando pra não chorar de novo

Ele não esboça nenhuma reação. Parece nem ligar. O que eu já imaginava.

Ele nunca a amou. Nunca. Só a machucava, tanto com ações como com palavras.

— Eu tenho a guarda dela agora e você nao vai nem chegar perto dela— ele ri novamente e sai de perto dela.

— Vocês duas, sempre serão minhas. Eu ainda tenho você, enquanto eu ainda tiver você. Eu tenho ela.— ele diz e beija minha bochecha

Ele sai do quarto e mais um vez eu começo a chorar.

Preciso parar com isso. Eu sabia que uma hora minha mãe morreria, só não pensei que seria tão cedo.

Mas agora preciso seguir em frente e dar o meu melhor pela minha irmã. Ela vai viver tudo que eu não vivi e não vai passar pelo que eu passei. Ela vai ter um pai que ama e cuida dela. Não um que abusa.

A partir de agora eu sou mãe e aí de quem disser o contrário.

Afinal, ela se foi, é minha vez de fazer o que ela sempre fez por mim.

_____________________________________
    NOTAS

*Agora é último. Meus dedos já estão doendo de tanto escrever.

* Enfim, a tristeza que eu tô. Mas isso já era previsto.

* Pra quem não queria que ela fosse mãe tão "cedo" eu sinto muito mas foi necessário pro desenvolvimento da estória. Se não, eu não saberia mais o que fazer.

*Eu descobri um fato muito interessante sobre os "significados" de: historia e estória. Eu via as pessoas escrevendo estória e achava que estava errado, mas na verdade tá certo. Não vou explicar o pq, tô com preguiça. Se ficarem curiosos pesquisem, só sei que eu fiquei chocada e me sentindo burra por não saber.

Enfim, é isso por hoje.

xoxo <3

the synchrony of our gazeOnde histórias criam vida. Descubra agora