Interresses Comuns (Tradução)

2-Terreno Comum

Harry encontrou o olhar do professor através dos olhos lacrimejantes, engolindo em seco. O rosto de Snape estava embaçado e ele não sabia se o professor estava chocado ou zangado por encontrá-lo onde não pertencia. Mas não havia nenhuma regra que dizia que ele tinha que comparecer à festa de Halloween, havia? O que Snape estava fazendo aqui de qualquer maneira? Como é que ele estava aqui e não na festa? Decidindo ir para a ofensiva, e fingir que não foi pego por seu professor gritando, Harry repetiu:

-Professor Snape! O que você está fazendo na biblioteca?

Severus piscou. A última coisa que ele esperava era que Potter o questionasse.

-Eu posso te fazer a mesma pergunta, Potter. O que eu estou fazendo aqui não é da sua conta. O que você está fazendo aqui, em vez de comemorar com seus amiguinhos?

-Eu ... não estava com muita vontade de comemorar.-Harry admitiu, imaginando que talvez se contasse algo ao professor alto, Snape poderia deixá-lo em paz.

Os olhos de Severus se cravaram no garotinho. O jovem bruxo o lembrava dolorosamente de Lily, com seus olhos verdes e olhar sério. A última vez que ele viu aqueles olhos foram em um cadáver. Ele suprimiu um estremecimento involuntário. Não, ele não pensaria nisso. Agora não. Em vez disso, ele se concentrou em seu filho, a quem ele deveria proteger, o filho que ela morrera para salvar. Apesar do que alguns podem supor, ele não se ressentiu do menino por isso. Ele não teria esperado nada menos de Lily, que sempre protegeu o que ela mais amava. Uma vez, ele tinha sido o que ela mais amava. Até que ele tolamente seguiu um Lúcio de língua prateada por uma estrada sombria, e perdeu sua confiança e seu amor para sempre. O que ele se ressentia do pirralho Potter era lembrá-lo de seu amor perdido e despertar memórias que ele lutou muito para manter trancadas.

-Por que não? O banquete não foi do seu agrado?-ele perguntou, a sugestão de um escárnio em sua voz.

Harry balançou a cabeça.

-Não. E não deve ser do agrado de ninguém!-ele explodiu, de repente doente e cansado de esconder sua miséria.-Ninguém se lembra do que aconteceu esta noite? Esta é a noite em que morreram! O desgraçado matou meus pais ... Eu a vi morrer ... e não consigo parar de lembrar. Não consigo parar ...!

Sua respiração ficou irregular e áspera e um soluço escapou dele, apesar de sua decisão de não chorar.

-Ela morreu por mim ... por minha causa ... e todos eles esperam que eu seja grato por isso! Grato por eu tê- la matado !

Severus estava pasmo. Ele nunca tinha pensado que o menino teria se lembrado de algo assim, tão jovem quanto ele. Mas, aparentemente, ele tinha, e pior se culpou pela morte dela. Mas essa culpa não era seu fardo. Era de Severus.

-Não, Potter. Você tinha nenhum motivo matá-la.-Ele começou enfaticamente.

-Sim! E todo mundo sabe disso! É tudo o que todos falam. É por isso que sou famoso !- Harry gritou, enxugando os olhos.

Snape empurrou um grande lenço bordado para o menino.

-Pare de choramingar no pergaminho, Potter. O sal não combina bem com ele.

Harry pegou o lenço e olhou para ele como se nunca tivesse visto um antes.

-O que?-Então ele enrubesceu.-E-eu quero dizer ... certo.

Snape tinha acabado de fazer uma piada ? Certamente não. Ele enxugou os olhos então, mas uma lágrima desafiadora desceu por seu rosto.

-Olhe para mim-o professor ordenou, sua voz suave. Ele teve que se esforçar para encontrar aquele olhar verde torturado, que espelhava o que ele viu no espelho nesta época do ano. -Você não matou sua mãe. Era não sua culpa que o Lorde das Trevas veio caçar você. Sua família foi traída por seu segredo Keeper. E por quem...trouxe a notícia de uma profecia que ouviu.. .Sua mãe nunca teria ficado parada e permitido que qualquer dano acontecesse a seu filho. Esse não era o jeito de Lily. Ela ... escolheu sua própria morte, morrendo por amor, como muitas mães fizeram antes dela. Ela não iria querer que você fizesse sentir-se culpado."