five - sensações

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— Alguns anos atrás —

A alcatéia Jung estava recebendo uma visita de uma próxima, Ahn Gayong era um líder lupus muito respeitado, por isso a amizade dele para Jung Heechul era de grande estima.

Uma pequena comemoração acontecia na cabana do líder, os dois bebiam juntos e cantarolavam músicas de forma embolada. As ômegas deles estavam conversando na cozinha e Yoongi e Hoseok, duas crianças curiosas, se aproximaram da mesa onde os dois adultos alfas estavam.

O Jung mais novo segurava a mão do menor, cuidando dele pois sua mãe sempre dizia que devia fazer isso quando estivessem com algum desconhecido. Mesmo que Gayong fosse amigo do seu pai, na cabeça da criança, ele ainda era um desconhecido para si e deveria proteger Yoongi.

E Hoseok não estava errado.

– Oh, quem é essa coisinha linda aqui? – Gayong perguntou quando seus olhos analíticos caíram no ômega Yoongi, de oito anos.

– É amigo do Hoseok, meu filho. Os dois vivem juntos pra cima e pra baixo, é fofo, não? – Heechul sorriu para as duas crianças, achando-os uma graça.

– Realmente, fofo. – Gayong encarou Yoongi dos pés a cabeça, o ômega sentindo um arrepio estranho na sua espinha. – Será um ômega muito bonito quando crescer, sabia?

– Obrigado... – Yoongi murmurou, mais por educação do que por vontade própria. Estava com medo daquele homem, mesmo que não soubesse o porquê.

Depois, quando se afastou junto de Hoseok, foi capaz de ouvir um pedaço da conversa. A frase ficando na sua cabeça por um longo tempo.

– Ele será um ômega bonito, tenho certeza disso. Quem sabe eu não o compre e o leve comigo na próxima vez?

— Atualmente —

– Chega! Eu me rendo! Estou morto!

Yoongi se jogou no chão de barriga para cima, braços e pernas esticados, olhos fechados e a língua pra fora digna de uma cena de morte. Namjoon, ainda em pé com uma espada de madeira em mãos, apenas riu.

Tinham se passado três dias desde seu fracasso em ser útil e arranjar um trabalho, Yoongi tentou ao máximo não remoer aquilo embora aquela sensação chata de não se encaixar em nada continuasse o perseguindo. Sempre foi assim, desde criança ele não pertencia a nenhum lugar, desde criança ele não conseguia fazer nada normal como seus outros companheiros da alcatéia.

As vezes, Yoongi cansava de si mesmo.

Então, naquele dia Namjoon apareceu na sua cabana – sim, a cabana de Seokjin também era sua, o outro ômega foi bem explícito quando o afirmou isso –, o convidando para treinarem.

Ele e o Kim já tinham tido alguns momentos bons de conversa antes, Yoongi se sentia confortável na presença de Namjoon. Ele o passava quase a mesma sensação que seu pai passava, um aconchego fraternal, como um irmão mais velho. Era exatamente assim que Namjoon olhava e tratava Min Yoongi, como se ele fosse um filhotinho, seu irmãozinho mais novo que nunca teve pois sua mãe não gostava muito de crianças e para ela uma já bastou.

– Deixa de ser mole, ômega. Levanta, anda. – Namjoon o empurrou levemente com o pé, Yoongi abrindo os olhos apenas para expressar sua indignação.

– Nunca te disseram que deve respeitar os mortos? Seu mal educado! Anda, reze para a Deusa Lua por mim. – Voltou a fechar os olhos, ouvindo a risada contida de Namjoon pois ele tentava ao máximo manter a seriedade.

– Eu ainda estou pegando muito leve com você, Yoongi. Se não se levantar, vou dificultar três vezes mais.

Aquilo pareceu trazer o ômega de volta dos mortos, abrindo os olhos no mesmo momento. Ele estendeu a mão na direção do Namjoon em um pedido explícito de ajuda para levantar, o Kim fingiu desgosto mas ainda assim o segurou e o puxou para cima. No entanto, soltou, fazendo com que Yoongi caísse de volta no chão quando seus olhos encontraram uma pessoa do outro lado do campo.

Lúpus - yoonkookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora