Emergência

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                POV Bianca

Eu nunca me considerei uma garota sortuda. Quero dizer, a probabilidade de eu chutar os exatos números certos da megasena é completamente baixa e eu quase sempre quebro espelhos e garanto mais sete anos de azar...

Mas...existem momentos em que eu fico com os olhos arregalados e penso "UAU, ISSO COM CERTEZA É SORTE". E todos esses momentos com toda certeza envolviam a Eduarda.

Enquanto ela estava sentada no meu colo me beijando lentamente e suspirando toda vez que eu tinha coragem suficiente para subir meus dedos pelas suas costas eu só conseguia pensar:
"Preciso tirar um tempo para agradecer a Deus ou a algum guente da sorte por esse momento!"

Mas como eu disse...minha vida mais parece um filme cheio de reviravoltas da sessão da tarde pois no segundo seguinte em que olho nos olhos da minha melhor amiga e a garanto que estava a beijando porque realmente queria...a porta se abre como em um estrondo.

Me empurrando de um precipício onde eu estava com a menina mais incrivel do mundo.

E é aí que a minha sorte acaba.

_Meninas, vocês querem...

Arregalo os olhos quando vejo a imagem da tia Michelle parada bem na porta do meu quarto. Primeiro eu olho para a Eduarda. Mais especificamente para a mão da Eduarda. Uma estava na minha perna e a outra segurando a minha mão. Quando olho para a Tia Michelle percebo que ela está olhando para meu rosto e para a própria filha com uma expressão neutra.

Eduarda está com os olhos arregalados também e parece em dúvida entre afastar o corpo do meu pois estávamos bem próximas...

Levando em consideração que ela estava no meu colo segundos atrás...sim...estávamos bem próximas.

O rosto dela estava estampado as letras "SOCORRO" e só por isso eu decidi tossir e falar com a voz mais disfarçada que consegui:

_Tia Michelle, você assustou a gente....

A Duda na mesma hora se levantou da minha cama em um pulo e falou enquanto mexia descontroladamente os próprios dedos e olhava para a própria mãe:

_O que a senhora veio dizer? acho que estava nos oferecendo algo!

Eu podia ver uma gota de suor descendo pela testa da menina loira enquanto a tia Michelle parecia completamente perdida nos próprios pensamentos e com a expressão neutra. Parecia que estávamos em um purgatório esperando nossa sentença enquanto a mulher nos olhava silenciosa.

Apesar de parecer uma eternidade devem ter passado só alguns segundos quando a Michelle falou com a voz menos animada do que o comum:

_la chamar vocês duas para um lanche mas acabo de lembrar que já está tarde.

A Eduarda franziu a testa como quem diz que não está estendendo nada e depois olha para mim. Abro a boca para dizer alguma coisa mas bem nesse momento a mãe da loira diz rapidamente:

__Nós já estamos de saída.

A Duda balançou a cabeça negando e me levantei da cama dizendo:

_Tia, a Duda pode dormir aqui? a gente ainda não acabou de ver o filme...

Eu estava completamente sem graça mas ainda sim apontei para a televisão. Porém como eu disse...não sou sortuda e a tela estava congelada nos créditos finais do filme.

Tia Michelle levantou a sobrancelha.

_Pois parece que já acabou.

Eu abri a boca para responder mas minha mãe também entrou no quarto e seu sorriso se deslanchou quando percebeu a melhor amiga de braços cruzados enquanto eu e Eduarda ficávamos encarando uma a outra.

velha infância (duanca) Onde histórias criam vida. Descubra agora