Sozinhas

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                         POV Eduarda

As gotas de chuva ainda escorriam pelo meu rosto quando a avistei nossas casas. As luzes da casa da Bianca estavam apagadas e isso me fez franzir a testa, era dia de semana e bem cedo. Antes que eu conseguisse perguntar qualquer coisa a própria Bianca acelerou a bicicleta e falou enquanto chegava mais perto da própria casa:

_Vamos entrar antes que você se molhe mais, Estrelinha...

Eu sorri e ia responder maliciosa que eu não estava tão molhada quanto eu gostaria mas então a Bianca passou os braços por trás do meu ombro e sorriu carinhosa de uma forma tão protetora que minhas bochechas ficaram extremamente vermelhas e tudo que eu consegui fazer foi olhar para os meus próprios pés e falar:

_A chuva nem está tão ruim assim....

A Bianca, que estava procurando as chaves de casa nos bolsos da calça jeans, desviou o olhar na minha direção e logo sorriu. Provavelmente ela havia percebido minhas bochechas coradas.

Ugh...eu sou TÃO ÓBVIA.

_Não sei se você vai continuar com esse pensamento depois que os primeiros espirros vierem...

Ela falou isso com aquele sorriso carinhoso e como se não bastasse ainda se aproximou e tocou bem na ponta do meu nariz. Exatamente como costumava fazer quando éramos crianças e eu me machucava.

Eu fiquei olhando para aquela menina parada na porta da casa com os cabelos molhados e um sorriso fofo enquanto mantinha o sorriso com uma quase covinha na bochecha esquerda. E sei lá, acho que não me importaria de passar o restante do dia ali olhando a Bianca.

_Você realmente precisa parar de fazer isso...

Eu falei completamente sem graça e desviando o olhar. Tinha certeza que agora sim eu estava bem vermelha.

Escutei a Bianca dar uma risadinha e falar com um tom cínico na voz:

_Parar de...me preocupar com você?

Eu dei de ombros porque não sabia bem como dizer que ela estar me olhando tão fixamente estava começando a deixar meu raciocínio meio lento.

_Você sabe que está usando seus poderes para o mal, Bibs...

Ela finalmente achou a chave no bolso do casaco e enquanto girava a maçaneta disse me olhando com o canto do olho:

_Certo, sou realmente bem má. Fica ai na chuva que talvez eu te taque uns ossos como alimento mais tarde.

Eu sorri também e respondi enquanto abraçava meu próprio corpo molhado:

_Acho que sua carreira de vilã estava melhor quando a punição eram os beijinhos.

A Bianca olhou para mim e reparou que eu estava tremendo. Abri a boca para dizer que estava tudo bem mas a garota mais alta suspirou e senti seus braços me puxando para um abraço no mesmo momento em que sua voz baixa disse:

_Então acho melhor você se acostumar, kropf. Porque eu sempre vou me preocupar com você.

Eu ainda estava com os olhos arregalados por conta do abraço repentino. O fato da Bianca ser mais alta que eu fazia meu tosto ficar praticamente no lugar que seu coração palpitava meio desordenado. Senti o calor dos seus braços me envolvendo e quando levantei meus olhos encontrei uma Bianca também com as bochechas vermelhas e com os olhos fechados.

Eu estava sem conseguir respirar direito por causa dos seus braços longos me prendendo mas admito que nem me importei. Sorri largamente e me aconcheguei mais no seu corpo.

velha infância (duanca) Onde histórias criam vida. Descubra agora