Beijos escondidos

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                      POV Bianca

Sabe quando você finalmente consegue ver a sua vida indo para algum lugar?

Sei que não é legal resumir toda a minha grande existência de quase 17 anos na possibilidade de ficar com uma garota mas...sério. Tenho certeza que tudo o que faltava para a minha vida começar a dar certo era a Eduarda me beijar.
Não estou exagerando. Tirei 10 na prova de física logo depois de ter beijado a menina loira.

Isso não é uma coincidência.

Estou completamente ciente de que o Universo havia apostado com a minha vida. Só se eu conseguisse beijar aquela menina loira que as coisas começariam a finalmente serem boas.
E...sinto muito pelo Universo ter apostado contra mim pois eu definitivamente ganhei.

Ganhei a garota e também ganhei uma nota de vinte reais que achei no bolso de um jeans antigo!

Haha! Você se deu muito mal, universo!

E fazia só uma semana que havíamos finalmente nos beijado na minha casa logo depois do desastroso, porém definitivo primeiro encontro que nunca chegou a acontecer.
Era engraçado pensar em como eu tinha entrado em um modo de explosão quando percebi que a Eduarda havia ido embora e que provavelmente eu tinha jogado a chance da minha vida com a garota mais incrível do mundo no lixo mas então...uma luz esquisita se acendeu na minha cabeça e eu percebi que tudo poderia se resolver se eu fizesse uma coisa...

Uma coisa bem ousada.

Bastante ousada.

Conhecida há muito tempo pela humanidade e praticada até os dias de hoje.

Estou falando da incrível arte DA...CONVERSA.

É COMPLETAMENTE INCRÍVEL o que apenas abrir a boca, fechar os olhos e deixar que nossos corações falem o que estão sentindo pode causar. No meu caso, eu tive ótimos resultados! Ganhei a garota, alguns vários beijos que me deixaram mais fora de órbita que os foguetes da Apollo 11 e ainda me vinguei do Universo por todos esses anos de um estranho azar com garotas.

A Elana foi a primeira a saber que eu e Eduarda havíamos nos acertado. Quero dizer, eu claramente esperei com toda a minha postura de menina séria a Eduarda dizer com aquela voz manhosa que iria para casa descansar. E só quando eu me certifiquei pela terceira vez que a menina loira realmente havia entrado na própria casa que eu pude jogar a minha pose descolada e finalmente gritar de alegria.

Minha mãe, que tinha acabado de chegar, ouviu meus gritos e saiu correndo com medo de eu estar sendo sequestrada ou algo assim. Mas quando entrou no meu quarto e me encontrou jogada na cama e abraçando o travesseiro com um sorriso maior que o rosto tudo que ela fez foi revirar os olhos e falar:

_Já to vendo que nenhum ladrão passou por aqui.

E eu, ainda suspirando por causa da vizinha, falei a coisa mais clichê do mundo:

_Acho que ninguém conseguiria roubar minha felicidade agora, gordinha.

Minha mãe me olhou como se estivesse louca para saber o motivo dos meus gritos e de toda aquela felicidade repentina. Sua boca até se abriu mas dona Kátia fez uma cara pensativa como se estivesse com medo da resposta e depois de alguns segundos disse:

_Vou preparar o jantar.

E apesar de ela ter me lançado um olhar preocupado antes de sair do meu quarto eu estava decidida a não deixar essas paranóias estragarem algo bom.

A manhã de Domingo começou muito ensolarada. E ter os raios solares batendo tanto no meu rosto não era algo com o que eu tava acostumada mas depois que a Eduarda e eu começamos a ficar realmente juntas passei a colocar meu despertador pras 7:00 da manhã todo dia.

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