Beijo perigoso

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                POV Bianca

Você já se apaixonou por alguém e seu sentimento não foi correspondido?

Eu tinha treze anos quando percebi que estava apaixonada. Ela tinha um olhar intenso e quente, como seu espírito. Quando ela se aproximava com um sorriso bobo, meu coração batia em ritmo desgovernado no meu peito e eu ficava ansiosa que ela pudesse ouvi-lo.

Sempre fui uma menina sociável e que amava conhecer pessoas novas. Timidez certamente não era comigo mas...quando aos treze anos eu me encontrei apaixonada justamente por alguém que eu conhecia desde sempre...percebi que na verdade eu não conhecia nada sobre mim.

Já que de repente eu havia me tornado a pessoa mais tímida do mundo.

Passei a não encarar mais diretamente a minha melhor amiga nos olhos porque quando fazia meu rosto ganhava uma coloração totalmente avermelhada e minhas pernas tremiam tanto que era impossível ela não notar... eu era tão péssima dando desculpas que talvez fosse até melhor contar logo a verdade de uma vez.

Eu simplesmente não conseguia disfarçar quando tinha treze anos.

Naquele ano, eu mal tinha começado a amizade com a Sofia quando em um dia quente de Outubro a Eduarda chegou toda feliz na mesa do refeitório com os cabelos despenteados, um sorriso bobo e uma altura que com certeza não era de uma menina de 12 anos.

E de repente meus pequenos olhos de 13 anos não conseguiam mais focar na conversa da Sofia sobre o trabalho de literatura.

Meus olhos estavam completamente focados em olhar para aquela pequena menina.

A menina loira falava algo sobre suas aulas de pintura mas meu cérebro estava funcionando estranho...

Como se quando ela aparecesse eu só possuísse a função de a apreciar e a adorar

A Sofia passou a me acotovelar quando a Eduarda não estava olhando e ria de mim na minha ausência. A única coisa que ela não fazia sobre o assunto era conversar comigo sobre. Nunca falávamos sobre eu estar interessada na minha melhor amiga. A Eduarda me dava um beijo na bochecha e a Sofia me olhava como se dissesse:

Haha...forças aí, irmã!

Era de comum conhecimento que eu estava completamente apaixonada por essa garota. Não precisava de conversas.

Apenas uma pessoa não sabia dos meus sentimentos: ela.

Eu era bem estranha quando tinha trez anos...mas minha sanidade sempre foi boa entao apesar de eu passar noites olhando para a janela da vizinha e sonhando com as palavras certas que eu diria á Eduarda ainda sim eu sempre soube que nunca realmente a teria.

Era engraçado fingir que algum dia eu teria coragem de bater na janela dela de madrugada.

É sério...eu costumava até imaginar o tom de voz que eu usaria para falar.

Seria algo que a minha eu de treze anos considerava sexy e logo depois eu piscaria para a pequena Kropf...

Nos meus sonhos ela iria se derreter e dizer que eu era a garota mais legal do mundo. Eu daria de ombros como se fosse super confiante e a tomaria em meus braços selando um beijo completamente bom pois eu costumava achar que sabia beijar muito bem naquela época...

Nunca me preocupei em entender muito o que significava estar apaixonada pela Eduarda. Isso me tornava lésbica? Eu gostava de meninos também ou eles se assemelhavam ao abajur que ficava na minha sala o qual eu até achava uma decoração bonita mas que nunca acendia?

Eu só sabia que gostava dela.

E gostava muito mesmo.

Gostava tanto que eu até escutava as tagarelices da pequena Eduarda. E isso não é pouca coisa, não...a Eduarda conseguia transformar qualquer coisa em um monólogo de duas horas em que eu só conseguia ter milissegundos para sorrir e falar:

velha infância (duanca) Onde histórias criam vida. Descubra agora