Entre as coisas ditas e não ditas - II

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Pessoinhas,

Prometi que tinha supersinha e teve: mais um capítulo hoje.Mas não é só isso, tem uma outra surpresa dentro do capítulo.


Espero que gostem, boa leitura!


...


Nicole



Durante os últimos dias, muita coisa tem se passado pela minha cabeça, eu reconhecia os meus erros, e faria o possível para repara-los, mas no momento esse era um assunto intocado da minha parte.

Estava numa cafeteira com a Wynonna, saímos um pouco do escritório para tomar um café e conversar um pouco fora do ambiente de trabalho.

-O que acha de sair sábado, Haught? -Wynonna me questiona.

-Eu não sei, Nonna... Realmente tô precisando, mas eu meio que já tenho um compromisso. -Dou de ombros com um sorrisinho nos lábios. -A menos que ela desmarque, eu não posso ir. Mas na sexta, talvez.

-Quando você diz "ela", se refere a sua amiguinha? -Faz uma careta.

-Você é muito ciumenta, Wynonna! -Acabo rindo da cara dela.

-Não é ciúmes, só acho que ela é oferecida demais, ruiva! -Rebate.

-Então tá!

-Senhoritas, com licença. -O garçom informa ao chegar na mesa. -O que gostariam de pedir.

-Um Irish Coffe, acompanhando de waffles. -Wynonna pede.

-Pra mim, um mocha, um brownie e uma água com gás, por gentileza. -Sorri. -Pode anotar tudo na mesma comanda. -Olhei pra minha amiga. -Hoje é por minha conta. -Pisquei.

-O.k., senhoritas, algo mais?

-Não, pode ir! -Rio baixinho de Wynonna e sua delicadeza

-Certo, já trarei os seus pedidos. -E saiu.

-Nonna, vou rapidinho ao banheiro, já volto tá?!


Não me demorei muito, mas quando retorno me surpreendo com a figura que estava na mesa junto de minha amiga. Me aproximo com cuidado de cabeça baixa.

-Com licença. -Aviso ao pegar minha bolsa. -Te vejo no escritório, O.k.?! -Falo com minha amiga.

-Opa, não mesmo, ruiva! Senta aí! -Ela me puxa para sentar ao seu lado. -Rosie, vamos na loja ali na frente comigo?

-Eu vou com você, Wynonna! -Minha ex se pronuncia.

-Vocês duas vão conversar. -Aponta de Waverly para mim. -E Rosita e eu, vamos deixar vocês à sós.

Minha amiga nem me dá a chance de responder que no momento não queria falar com a irmã dela. Ela somente levanta e sai carregando Rosita junto de si. Permaneço em silêncio, encarando o copo mocha e o pedaço de brownie que haviam sido colocados em minha frente, assim como ela encarava o pedido da irmã.

-Por que? -Ergo levemente o olhar para encara-la.

Waverly permanecia em silêncio, ela realmente não queria falar comigo, assim como eu não queria conversar com ela no momento, me sentia confusa sobre tudo, mas já que estávamos ali, tentaria entender.

-Por que nunca me contou que temos um filho? -Perguntei mais uma vez.

-Porque não temos um filho, Nicole. Eu tenho um filho, você não. Não te devo explicações sobre ele. -Disse fria.

-Waverly... -Suspiro.

-O que te faz pensar que ele é seu filho? Você sempre foi cuidadosa, não é mesmo?! Nunca corri risco de engravidar. -Ela usa minhas palavras conta eu mesma.

-É sério isso? -Solto uma risada sem humor. -Ele é ruivo e não somente isso, ele é a minha cara, não precisa de muito para saber que eu também sou mãe do seu filho. -Passo as mãos pelo meu rosto. -Eu só quero saber por que nunca me contou. -Repito.

-E eu estou dizendo que ele não é seu! -Finalmente me encara. -O meu filho tem apenas uma mãe, que sou eu. Sem outra mãe, sem um pai. Somos somente nós dois e vai continuar sendo assim.

-Responde a minha pergunta, por favor!

-É sério isso? Você me disse que pensaria em aborto, adoção, me ofereceu um cachorro e sei lá mais o que... Você ainda acredita que, mesmo que o Nicolas fosse seu filho, coisa que ele não é, eu te contaria?

-Você nunca me questionou sobre ter filhos com você, Waverly! -Falei chateada. -Ele é meu filho sim! Eu, olha... Eu falei muita coisa ruim, e não vou negar isso... Eu fui culpada, eu sei... Mas eu quero conhecer o meu filho, quero conviver com ele.

-Olha Nicole... -Ela suspirou.

Waverly estava pronta a me dizer algo, pela sua expressão, sabia que não estava aceitando o que eu dizia. Fomos interrompidas por um par de mãos quentinhas em meus olhos. Eu conhecia bem aquele toque, aquele perfume e a voz que invadia meus ouvidos. Ainda mais que havíamos combinado de nos encontrar.

-Advinha quem é? -Ri baixinho com sua voz animada, me fazendo quebrar toda tensão que estava vivendo nos segundos anteriores. -Se acertar ganha um beijo.

-Bom, vejamos... -Ri novamente. -Só pode ser a advogada mais linda de todas.

No instante seguinte, recebi seus lábios nos meus em um selinho suave que foi prontamente retribuído por mim, e durou alguns segundos. Sorri ao encara-la.

-Oi meu bem! -Ela diz ainda sorrindo pra mim.

-Oi Zô! -Respondo com as bochechas coradas.

Se um olhar matasse, com certeza meus pais precisariam organizar o meu funeral. O olhar fulminante de Waverly sobre mim, estava visível. Ela fechou os olhos ao se levantar.

-Espera... -Toquei levemente seu braço.

-Chega Nicole, não é hora nem lugar para conversarmos. -Ela bufou juntando sua bolsa a si. -Quer saber, só esquece esse assunto.

A morena saiu andando, me fazendo suspirar pesado, voltando a me jogar contra a cadeira. Passei a mão pelo rosto, tentando afugentar as lágrimas que queriam sair. Deixei o dinheiro sobre a mesa, sabendo que seria o suficiente para pagar a conta pelo que nem Wynonna nem eu consumimos.

Peguei minha bolsa e saí andando, logo senti uma mão se enrolando em meu braço e o acariciando levemente.

-Fiz besteira? Se eu estiver certa ela é a sua ex, irmã da Wynonna, não é mesmo?

-Sim, é a Waverly mesmo. -A olho brevemente. -E não, você não fez besteira, mas eu fiz.

-Quer me contar o que aconteceu?

Apenas afirmo com a cabeça, seguimos juntas até o carro dela, iria com ela para meu apartamento, fizemos o caminho todo em silêncio e não demoramos a chegar, assim que chegamos, ela me encarou com seriedade.

-Oi CJ. -Ela acariciou a minha gata, assim que abri a porta. -Agora me conta o que aconteceu, dona Nicole? -Me questionou.

-Waverly tem um filho, e mesmo que ela negue, ao que tudo indica é meu.

-O.k., essa é novidade...

Me jogo no sofá, com ela se sentando ao meu lado, me deito deixando a cabeça sobre suas coxas, com ela acariciando meu cabelos.

-Como eu já te contei, ela terminou porque eu disse que não queria filhos. -Ela afirma com a cabeça. -Mas foi mais que isso, Zozô... -Suspiro pesado. -Eu disse coisas horríveis para a Waverly, foram coisas muito pesadas das quais eu não me orgulho nem um pouquinho. Eu demorei demais a perceber o peso das minhas palavras, acho que a ficha só caiu mesmo quando vi o menino nos braços dela.

-O que exatamente você disse, Nick?

-Uns dias antes dela terminar, entrou no assunto de ter filhos. A pergunta dela foi algo relativo a se um dia nós terminassemos, o que eu faria se a mulher que eu estivesse engravidasse. E foi aí que eu errei.

-Qual foi a besteira que você falou, Haught?

-Eu falei de aborto, dar para adoção, mas também que não seria uma babaca se a pessoa resolvesse ter o bebê.

-Você já foi babaca nas afirmação anteriores, Nicole. -Deu um tapa na minha testa. -Eu te amo, mas não vou passar pano para você não.

-Eu sei Zoey, eu sei! -Encaro os olhos verdes. -Mas sei lá, eu realmente não senti o peso das palavras na hora, sabe?! Pra mim, era tão impossível terminar com a Waverly um dia, quando começamos a namorar ela já sabia da minha posição sobre ter filhos, e sempre fui muito cuidadosa na hora sexo. Como eu iria imaginar que ela estava grávida e não só fazendo uma suposição?! -Escondo meu rosto entre as mãos. -Não que isso amenize o que eu disse, e também não sei qual teria sido a minha reação se ela tivesse contado logo. -Volto a me sentar encarando a mulher a minha frente. -Provavelmente não teria usado as palavras que usei, faria diferente mas... Eu com certeza não teria dito que poderíamos ter um gato ou um cachorro no lugar de um filho. -Umedeço os lábios. -Eu só tô perdida Zô!

-Bem feito, quem mandou ser uma babaca.

-Zoey! -Bronqueio.

-Pensa positivo, pelo menos agora você tem a Calamity. -Ela zomba.

-E um filho que ela nega ser meu. -Abaixo os ombros.

-E se realmente não for seu?

-Ele é a minha cara, ruivo, tem uma covinha na bochecha esquerda e se chama Nicolas. Ele é meu! -Disse convicta.

-Então... Se o menino se chama Nicolas, pode ser que seja seu mesmo.

-É meu!

-Não Nick, no momento ele é só dela. Ter um filho não é só fazer! Já disse, eu te amo mas não vou passar pano. Olha, ter um filho e ser mãe vai muito além e também são coisas diferentes. Você pode ter a chance de mudar isso, mas também precisa dar um tempo a ela. Vai com calma e eu vou estar aqui pro que precisar. Ela provavelmente já me odeia pelo beijo mesmo.

Acabo rindo de sua frase e a abraçando, realmente o olhar de Waverly sobre a gente causou certo medo. Volto a me sentar deixando a cabeça deitada em seu ombro.

-Então quer dizer que se eu quisesse ter um filho com você, eu poderia desistir? -Ela me pergunta.

-Bom, quem sabe com você fosse diferente. -Entro na brincadeira.

-Deixa só a sua irmã saber disso... -Ela comenta.

-Minha irmã não vai falar nada, posso contar que me beijou que ela vai permanecer tranquila.

-Foi um selinho, pra provocar sua ex... Mas só porque eu não sabia o quão babaca você foi com ela. -Ela empurra minha cabeça. -Mas ela realmente não vai implicar pelo selinho, pelo menos eu acho.

-Ou serei uma mulher morta, ela é ciumenta. -Acabo rindo.

-Ela é... Isso que nem namoramos oficialmente, ainda! -Joy sempre soube das nossas brincadeiras e selinhos trocados na amizade, sem nenhuma maldade e sempre foi tranquila quanto a isso. -E por falar na sua irmã sabe que vou contar isso pra ela, não sabe?!

-Não! Deixa que eu conto pra Joy. -Suspiro. -Esse será um assunto muito delicado pra nossa família, e sei que não vai conseguir esconder dela. Prefiro que ela saiba por mim.

-Tudo bem...

-Obrigada!

-Pelo que?

-Por me ouvir, mesmo me chamando diversas vezes de babaca. -Ter uma de minhas melhores amigas me ouvindo, foi extremamente importante para mim.

-Não agradeça, aja diferente. -Ela sorri. -Agora vamos ver o filme que combinamos. Enquanto eu coloco as coisas aqui, faça aquela pipoquinha deliciosa que só você e Joy sabem fazer e traga refrigerante e confeitos de chocolate.

Me levanto rindo, Zoey realmente me fazia muito bem. Estava mesmo precisando me distrair um pouco com algo que não me lembrasse Waverly e Nicolas, eu precisaria primeiro espairecer para depois agir com sabedoria. Me permitiria relaxar com minha amiga durante o resto do dia.


...


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