Manequim

Jimin-sshi🎭

Taehyung arregalou os olhos quando eu sai do taxi, todo atrapalhado, carregando Jimin nos braços como se fosse uma noiva, quis dizer...  um noivo.

— Que porra é essa?!

— Cala a boca e me ajuda aqui! — disse irritado.

O outro arregalou os olhos em estranheza, foi a primeira vez que usei aquele o tom, mas o fabricante não tinha exagerado dizendo que em tudo o boneco lembrava uma pessoa, porque até mesmo o peso era proporcional de um homem adulto. Além do mais, estava com medo do Sol derreter a pele imaculada do ruivinho.

— As chaves estão no meu bolso, pega rápido!

— Você demorou... — balbuciou o Kim, fazendo sem questionar o que praticamente ordenei. Logo estava agachado na calçada, forçando o cadeado velho que sempre emperrava.

— Foi trânsito. — menti, trocando o peso do pé para equilibrar o manequim em meus braços.

Quando a porta de ferro foi levantada, me apressei a entrar e procurar um local onde deixaria Jimin até o senhor Cha chegar.

Só esperava que a inexistência do arcondicionado não fosse um problema.

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— Mas ele só fica parado? Nem pisca, nem nada?

— Não é um robô, nem uma árvore de natal, senhor. — empurrei a língua contra a paredes da minha bochecha depois que o ansião apalpou cada centímetro, tentando achar alguma fonte para carregar o ruivo.

— É só um manequim... homem, por sinal. — observou Taehyung cruzando os braços. — Jungkook pegou o produto errado, só temos bonecos femininos na loja.

O gênio descobriu isso sozinho?

— Oh "senhor sessão feminina", o público masculino pode ser pequeno, mas temos uma clientela fiel, então seria bom tê-lo como modelo na frente da loja! — me defendi, fuzilando meu colega com o olhar. Não queria nem cogitar a possibilidade de Jimin voltar para o deposito de novo. — Não é, patrão?

— Shiii, sem brigas! O mal entendido veio a calhar, porque com esse boneco na vitrine, que por sinal tem pinta de galã, vamos chamar muito mais clientes. — disse o senhor Cha, tranquilamente. — E só porque você falou bobagens, Kim, pegue uma roupa bem estilosa e vesta o manequim.

— Certo... — resmungou a contragosto, já puxando Jimin.

— Tira as mãos dele. — praticamente rosnei baixinho, impedindo Taehyung. Mas logo  fui forçado a sorri amarelo quando os dois homens ficaram confusos com minha mudança de humor. — Quero dizer, eu mesmo faço isso. Afinal, sou responsável pela sessão masculina.

Eles engoliram aquela resposta e por hora maquiei minha verdadeira resistência por ter outra pessoa tocando nele.

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Depois que peguei a roupa mais cara da loja, levei o ruivo até o trocador. Queria evitar olhares curiosos, principalmente vindo do Kim, que queria saber se "tudo do manequim era mesmo tão realista".

— Não se preocupe vou te manter longe daquele tarado. — pensei em voz alta, sorrindo em seguida, porque de repente me sentia bem por poder externar o que pensava em palavras. Era bom falar com o ruivinho, de alguma forma ele parecia estar ali me ouvindo. — Ah! Aqui está sua roupa... Escolhi um terno de linho, em tom escuro, e uma blusa branca com decote em v para valorizar essa parte mais exposta. E por falar em parte exposta, eu... — forcei a garganta, um pouco constrangido. — Vou precisar tirar esse saco feio, mas eu prometo ser rápido. Com licença, Jimin...

Minutos depois, ele já estava devidamente vestido. Pelo espelho admirei sua imagem que refletia um homem de vinte e dois anos, de classe media, talvez um jovem empresário solteiro que estava indo a algum evento importante.

A dificuldade maior foi colocar a calça, que em um certo momento achei que rasgaria pelas pernas roliças e bumbum avantajado. Mas olhando atentamente a peça inferior abraçada ao corpo do menor, aquela parte era bastante chamativa por ser incomum, visto que nos coreanos temos uma silhueta mais reta.

— Desculpa, vou ter que te levar de outra forma para não amassar muito a roupa. — murmurei todo tímido, me aproximando mais para segurar a cintura fina com as duas mãos. Minhas mãos pareciam se encaixar tão bem ali... — Vou colocar você na vitrine e todo mundo vai ver o quanto está maravilhoso!

Deixei meu queixo apoiado na ombreira macia do terno e sorri outra vez, vendo nosso reflexo: eu era alguns centímetros mais alto que ele.

— Nós até combinamos juntos. Não acha, Jimin-sshi?

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Saiu att um pouquinho mais tarde, porém venho cumprindo com o que disse. Amanhã tem mais.