01

408 21 15
                                    

Sunny•

Fui acordado por minha irmã me chamando, estava na hora de ir para a escola. Levantei e fui para o banheiro, tomando um banho rápido e coloquei uma roupa qualquer.

Ela iria me levar pra escola, tínhamos voltado para Darkon depois de anos longe, mamãe ficou em Setter, ela não queria vir para cá e lembrar do papai. Mari tinha 21, eu 17, iria começar o segundo ano do ensino médio e ela faculdade.

Eu tentei falar com o pessoal, mas parece que todos eles trocaram de número. O Kel não mora mais ao lado, quem mora lá é uma garota de cabelos roxos chamada Daphne e não fui na casa do Basil nem da Aubrey, já que é um pouco longe.

-Sunny, vem, vou te deixar na porta da escola e vou direto pra faculdade, sua moto vai chegar amanhã ou depois, então não vai precisar vir a pé direto, ok?

-Ok, é bom que eu vejo o que mudou tanto por aqui.

Ela sorri pra mim e entra na porta do motorista, entro na do passageiro e ponho o cinto. Ela liga o rádio e uma melodia baixa e calma soa pelo carro, fomos em silêncio o percurso todo.

Na porta da escola, desço do carro e dou a volta, ficando curvado com a cabeça para dentro da janela, dei um beijo da bochecha de Mari.

-Te amo, fica bem.

-Também te amo, Sun, boa aula.

Volto ao normal e observo ela ir embora, suspiro e coloco o capuz do casaco, entrando na escola. Era primeiro dia do ano letivo, então haviam muitos alunos novos, o que era muito bom. Não queria ter que vir estudar e as pessoas ficarem me encarando o tempo todo.

Sei que a puberdade e o tempo fizerem muito bem para mim, fiquei sim bonito, admito. Mas precisa me olhar como se eu fosse um unicórnio?

Vou direto para o corredor principal, onde sei que o quadro de aviso está. Vejo o papel do segundo ano e procuro meu nome e minha sala, sem ligar para os outros, não pretendo fazer amizades aqui também.

Sunny Omori- Sala 07

Ok, é no fim desse corredor.

Caminho até lá e bato na porta, uma professora de cabelos castanhos curtos atende.

-Olá, pode entrar, iríamos começar as apresentações agora.

Entro e sento em uma das cadeiras vagas no fundo da classe.

-Bom, primeiro você.

-Eu me chamo...

não presto atenção na apresentação dos alunos, fiquei mais focado em Daphne me olhando, mesmo quando foi a vez dela de se apresentar, ela continuo me olhando, não deixei com que ela percebesse que eu havia visto-a me olhando. Logo a professora me manda levantar, ir até lá na frente e me apresentar.

-Meu nome é Sunny Omori, tenho 17, já morei em Darkon antes, mas me mudei para Setter por causa do trabalho da minha mãe. Voltei para essa cidade a pouco mais de um mês.

Varri rapidamente o olhar por todos àqueles adolescentes sentados, mas meu olhar se prendeu em um garoto de olhos azuis e cabelos rosa, ele me era familiar...

Ele também me olhava, tinha algo em seus olhos que me faziam querer protegê-lo, e isso é estranho, pois só sinto tal coisa pela Mari, mesmo ela sendo a mais velha.

Voltei para meu lugar e mais alguns alunos se apresentaram, logo começamos uma atividade básica de português com a professora Naarah.

~>•|•<~

Quando o sinal do intervalo tocou, juntei minhas coisas de desenho e fui para a biblioteca, sentei em uma mesa afastada e comecei a rabiscar numa folha de caderno qualquer.

Aos poucos, um rosto foi surgindo e então, eu me vi colorindo o cabelo da pessoa de rosa.

Sim, eu desenhei àquele garoto da sala, ele tem alguma coisa que eu quero descobrir, algo que me intriga. Estava tão entretido adicionando detalhes que mau vi um grupo entrando na biblioteca e sentando numa mesa próxima da minha.

-Vocês vão lá pra casa de tarde?

-Pra quê?

-Fazer o trabalho de português. Eu sei que sou nerd e tals, mas precisava passar trabalho no primeiro dia?

-Amor, nunca vamos entender a professora.

-É, verdade...

Era um menino de cabelo castanho, uma menina de cabelo rosa e... e àquele garoto. O de cabelo castanho chamou o garoto rosa se amor, a menina tá mascando chiclete e olhando pra um livro, talvez lendo.

Ela me lembra alguém... o garoto também...

Pego minhas coisas e me levanto, decidido a ir para um lugar silêncio, só consigo desenhar no silêncio. O corredor tava bem cheio, então vou para a sala de aula, só a Daphne estava ali. Me sento na minha cadeira e abro o caderno, começando um novo desenho, mas vejo de canto de olho ela sentar na cadeira ao meu lado.

-Oi garoto estranho que é meu novo vizinho.

-Oi.

-Sou a Daphne, lembra de mim? Ah, claro que lembra. Você é o Omori, ou eu devo te chamar de Sunny? Não sei, qual você prefere? É incomum pessoas terem dois nomes por aqui.

-Pode me chamar de qualquer um. Omori, Sunny, garoto estranho que é seu novo vizinho.

Dou um mini sorriso, ela é doidinha, gosto de pessoas doidinhas. Talvez eu faça amizade com ela.

-Oh! Ok, vou te chamar de Omori, pode me chamar de Daphne mesmo, mas me chamo Daphne Rose. Rose é um nome bem bonito, mas ninguém me chama por ele.

-Então eu vou te chamar de Rose, é um nome realmente bonito.

-Obrigado. Hey, está desenhando? Eu gosto de desenhar também. Quer fazer o trabalho da professora de português comigo? Posso ir na sua casa, ou você na minha, moramos um do lado do outro afinal!

Sorrio ainda mais, ela é realmente doidinha.

-Vou pra sua casa, ainda tem coisas pra chegar na minha e tá uma bagunça.

Passamos o resto do intervalo conversando, assistimos o resto do tempo de aula e fomos pra casa juntos, ela entrou na dela e eu fui pra minha, tinha que almoçar e pegar o material certo para primeiro ir lá.

Cheguei em casa e a Mari estava comendo algo no sofá com o celular na mão.

-Oi Mari, cheguei.

-Sunny! Eu não sabia que horas você iria largar, então vim direto pra casa, como foi seu dia? Tem comida no microondas.

Fui pra cozinha e peguei minha comida, fui contando os detalhes do meu dia enquanto comia, até mencionei o garoto de cabelos rosa.

-Estranho... bom, termina de comer e vai tomar banho, precisa ir fazer esse tal trabalho né? Pode ir, se a sua moto chegar hoje eu recebo e assino o papel lá.

Sorrio e abraço a Mari, ela é a melhor irmã do mundo!

Sun-shi-nyOnde histórias criam vida. Descubra agora