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– Raposas não botam ovos. – O Lan falou se colocando na frente do ovo.

– Mas eu o achei, ele é meu! Meu ovo! – Wei resmungou.

– E o que pretende fazer com ele?

– São tantas opções, omelete, ovo cozido...

         O dragão ficou aterrorizado e rapidamente apanhou o ovo protegendo-o, enquanto que seu rabo foi em direção à raposa que se esquivou.

– Não é educado meter seu rabo nos outros! Nem roubar a comida de outra pessoa!

– Você não pode comer esse ovo, ele não é de mero animal!

– Talvez seja de um avestruz.

         O Lan o olhou com uma cara de poucos amigos e negou a entregar.

– Mnn...

       Wei resmungou e ficou arisco.

– Você é um Lan, então me devolva o ovo. Eu posso dividir!

– Esse ovo tem energia espiritual! Traiçoeira!

        Wei até aceitaria até o fim da primeira frase, é claro que a raposa tinha sentido a energia espiritual no momento que tocou a casca e por isso não comeria, todavia teria que fazer o outro desistir da ideia. Wuxian não confiava em ninguém que não fosse os Jiang. Só que ser chamado de traiçoeiro era demais. Então suas orelhas ergueram-se e suas caudas ficaram em pé, a qualquer momento ele atacaria aquele dragão metido a besta.

– Deixe o meu ovo onde ele estava!

– Mn... – O Lan percebeu que a raposa sabia que aquele não era um ovo comum, apenas estava tentando o afastar.

       Então depositou o ovo no ninho novamente, mas não contava que o outro híbrido iria empurra-lo contra a parede mais próxima e pressionar sua perna ferida causando grande dor.

– Quem você pensa que é para invadir o território de uma raposa e dizer a ela o que deve ou não fazer? Você não me conhece, então não me julgue!

       Wei soltou o dragão e o deixou lá tentando arrumar um jeito de fazer a dor passar. Eles passaram horas naquele lugar, a noite caíra e estava fria assim como a chuva que caía, Wuxian preocupou-se com a criatura ainda não nascida, então converteu-se em animal e deitou ao lado do ovo usando suas caudas para mantê-lo aquecido.

      O dragão de gelo estava alerta a cada movimento e se preciso fosse não dormiria, apenas duvidava muito que fosse necessário já que a raposa estava em sono profundo. Como esta dormia, ele arrastou-se mais distante e passou a chegar sua perna, ergueu parte das vestes e abriu outra, uma lança forjada com ferro estígio estava cravada na sua perna, porém quando tocava seus dedos eram queimados. Ele precisava tirá-lo dali ou aquela poderia ser sua última noite vivo.

       O ferro estígio era uma material raro e capaz de matar determinadas criaturas, entre elas os dragões de gelo. Atualmente, quem tinha o maior controle dele era o clã dos dragões de fogo, mas para matar um dragão era preciso bem mais que uma lança com aquele material, exigiria bem mais energia, o que significa que o intuito não era matar e sim ferir.

     Outro fato dizia respeito à matéria, o ferro estígio continha uma grande capacidade de acumular energia e transformá-la em calor, em dragões comuns ou de fogo, como também eram chamados, não causariam muito dano, mas os dragões de gelo eram sensíveis a esse material. Apesar disso, ainda eram os mais forte, os dragões de fogo tinham mais chances de se ferir, atualmente ambas espécies híbridas viviam em harmonia, a Mansão das Quatro Estações e os Recantos da Nuvem tinham acordos e paz.

Egg (WangXian)Onde histórias criam vida. Descubra agora