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   Demorou alguns minutos até que tivesse uma reação para a história toda que a acabará de ouvir, mas quando teve a única coisa que conseguiu fazer foi rir

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   Demorou alguns minutos até que tivesse uma reação para a história toda que a acabará de ouvir, mas quando teve a única coisa que conseguiu fazer foi rir. Só parou quando um pouco de chá quente caiu em suas pernas, fazendo-o urrar de dor e então quem estava rindo era Galáteia.

— Não estou achando graça — resmunga, levantando-se e caminhando até a porta.

Ele se abaixou até o baú grande que estava no chão e pegou um pano para limpar o líquido. Aslas evita olhar para a rainha em cima da cama que ainda não havia parado de gargalhar, até que ela se acalma e limpa os requisitos de lágrimas que se fizeram ao redor de seus olhos.

— Desculpa, mas foi você que zombou de mim primeiro — argumenta, ainda tentando parar de sorrir.

Ele só resmunga algo incoerente, voltando a se sentar ao lado dela, emburrado.
— Só continue sua história estúpida.

— Não há uma continuação. Acabei morrendo e estou aqui com você — da de ombros, colocando o copo dentro da bandeja de prata.

Ele a encara de sobrancelha arqueada.
— Como que alguém morre e revive assim do nada depois de três anos? — indaga, ainda sem acreditar.

— Eu sou uma rainha, Aslas. Eu só vou embora quando a água decidir que não sou mais necessária — diz e pisca um olho, deixando o homem desconfortável.

Por alguns instantes, ele se permite olhar para o rosto sereno do que poderia ter sido sua rainha se ele ainda pertencesse ao mar, então volta a realidade, sentindo-se envergonhado.
— Ahn... Hm, eu vou ver se estão precisando de mim lá fora — informa, apontando para a porta e se retirando as pressas.

Galáteia não teve tempo para processar o que havia ocorrido, seu corpo acabou se esgotando assim como sua mente. Sua pequena interação com ele acabou deixando-a cansada e desta vez ela não lutou para permanecer acordada.

Nessa tarde, ela sonhou com seus filhos.

(...)

Quando Aslas adentrou o quarto novamente o céu já havia escurecido. Galáteia já estava acordada, olhando pela janela aberta as estrelas que contornava a lua de um jeito majestoso. O homem estava com uma muda de roupas nas mãos e estendeu para a rainha que o encarou com confusão estampada em seus olhos.

Ele revirou os olhos, sentindo-se pai dela.
— Você precisa de um banho e aproveitei para lhe trazer roupas limpas — coloca ao lado da cama. — Peguei com algumas jovens que moram aqui perto, não são exatamente do seu tamanho mas o importante é te manter coberta.

Ela sorrir.
— Muito obrigada — agradece e tenta se levantar, porém Aslas a impede.

— Eu vou ajudar você, tenha paciência — a carrega no colo, considerando que é impossível botar os braços dela ao redor do pescoço dele por conta da diferença absurda da altura entre ambos.

O ventou acariciou a face da sereia e mesmo que ela tenha fechado os olhos na esperança de sentir mais, foi no peito do homem de cabelos pretos que ela afundou seu rosto, focando apenas no seus batimentos cardíacos enquanto deixava ser conduzida pela noite fria e calma.

Aslas queria a abraçar com mais força, mas sentia que isso tinha a ver mais com o encanto da sereia que ecoava em sua mente do que com a vontade própria. Ainda não confiava nela e saber que ela poderia cantar novamente para ele só dificultava as coisas.

Ela precisava ir embora.
— Nesse exato momento, seus braços tem sido mais seguros para mim que o mar... — murmurou. — Isso é estranho, né? — solta uma risadinha, aconchegando-se mais no peito dele. —  ... O mar é que é meu lar — adormeceu.

Ele não queria admitir, mas ela o lembrava de casa e se lembrar do lar que teve que fugir não era bom.

Galáteia, O FimOnde histórias criam vida. Descubra agora