E se ela chorasse?
Galáteia se obrigou a levantar do chão. Chorar não seria mais humilhante que não ter mais seus poderes para se defender, nem força física para fugir. Ela tentou mais uma vez fazer com que qualquer faísca mínima de magia saísse de seus dedos, mas nada adiantou.— Vamos, Galáteia! Você é fraca, mas sei que não é pra tanto — Leone abre sua boca como se quisesse sorrir.
Estava gostando de envergonhar a mulher de cabelos brancos. Todos sabiam o quanto os seres de água odiava não ter o suficiente para ao menos ter uma fuga bem sucedida. Contudo, Galáteia não era um dos pequenos peixes que habitavam lá, ela é a rainha.
O cenário onde estavam não colaboravam com ela. Chão cheios de pedras e estava descalço, árvores espalhada por todos os lados como se desse caminho para um labirinto. Olhou para sua perna e confirmou o que já sabia: não estava sangrando o suficiente para chamar um familiar e, mesmo se fizesse com que a outra a machucasse, ainda sim morreria.
Sua visão estava começando a ficar turva. As chances não estava do seu lado e Leone cansou de esperar que a outra revidasse. Pulou mais uma vez em Galáteia, mas a rainha conseguiu rolar pelo chão e correr mais um pouco antes de ser puxada pelos cabelos.
Apenas por poucos instantes, já que agora estava com seu rosto preso ao chão.
Alguém cortará seus cabelos.
Alguém... Cortará... Seus cabelos.
Isso a desesperou mais do que a morte. A vaidade fazia parte dela, não tinha formas de descrever o quanto estava horrorizada por algo assim ter acontecido.
— grr! Maldito! A briga não é com você, não se meta! — a voz chorosa voltou.
Galáteia tentou voltar a ficar de pé, porém seus pés a traíram, jogando-a de volta ao chão.
— Você não pertence a floresta — Galáteia conseguiu identificar a voz de Aslas, mas não sua aparência nublada.Isso não é importante. Suas mãos tremeram ao subir para tocar as pontas curtas de seus cabelos, a sensação é como se tivessem tirado algo importante de si e não havia como trazer de volta. Galáteia não tem seus filhos, seus poderes e nem a chance de liberdade enquanto ainda estava sendo procurada por quem a queria morta.
Não bastava ter perdido tudo do qual lutou para ter, eles ainda queriam a humilhar antes que pudesse a matar e a ver podre no chão.
E eles insistiam em a chamar de monstro.
Contudo, o que de fato ela fez? Matou algumas pessoas e ajudou a parar as criaturas do próprio povo? Oh, sim. Mas para um bem maior, porém cadê esse bem? Onde eles usavam já que não era com ela e nem com seu povo?
— Eu não vou sair daqui enquanto não destroçar o rosto lindo de Galáteia — agora a exasperação tomou conta da voz, embora a chorosa ainda estivesse alta demais quase não dando para distinguir suas palavras.
Aslas estava com sua espada apontada para o lobo enorme, totalmente neutro sobre o desenrolar das coisas. Ele é bom o suficiente para não temer a besta que estava na sua frente e sabia que apenas um golpe seria o bastante.
— Não me importo com o que vá fazer com ela, contando que ambas estejam longe desta floresta — informa, ainda sem demonstrar nada.
— Então vamos para outro canto.
Aslas teve uma reação disso. Seus olhos se arregalaram e sua cabeça virou-se para ela rapidamente, mas aquela não é Galáteia. Não a rainha de rosto sereno que dizia coisas estranhas e estúpidas a maior parte do tempo.
Aquela é a rainha. A verdadeira criatura da água. Repulsiva e predadora.
Seus olhos estavam vermelhos, o cabelo curto e espetado dava um olhar selvagem para sua aparência que sempre foi delicada.
— Você não vai sair daqui — sua voz soa autoritária.
— Não vou, mas você sim — os olhos dela se encontra com os dele. — Saia daqui, agora.
Leone observava a cena divertida, ela poderia muito bem usar a distração deles e engolir ambos.
— Eu não vou deixar você fazer isso — Aslas finca os pés no chão.
— Ela feriu meu orgulho e eu sou a rainha... — Galáteia captou o movimento suspeito de Leone, porém antes que a outra pudesse machucar o homem que estava focado demais em parar Galáteia, a rainha corre ao mesmo tempo que o lobo pula, entretanto Gall o pega pelo pescoço e a morde.
Todavia, a mulher de cabelos brancos conseguiu tirar um grande pedaço do que seria importante para que a outra respirasse. E pelos deuses, Aslas queria que tivesse permanecido naquilo, mas Galáteia a devorou.
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Galáteia, O Fim
Fantasy||início de postagem ainda indefinido|| Galáteia se ver presa nos próprios problemas ao querer ter seus filhos de volta, mas precisa sumir se os quiser deixar a salvo dos que ainda sobrará da Elite.