HAVIA SEMANAS DESDE O INCIDENTE QUE OCORRERÁ.
Galáteia embora não vomitasse mais, tinha pesadelos frenquentes com o momento e com os gritos de dor de Leone. Antes ela também sonhará o mesmo quando havia massacrado metade de seu povo, contudo a morte foi como um recomeço e ela não tinha mais pesadelos sobre aquele evento em específico. Aparentemente foi o início para novos traumas e choros.Aslas sempre a acordava quando ouvia seus gritos angustiados. Às vezes ela acordava, outras ela ficava chorando por horas até que fosse manhã novamente. Agora ambos estava do lado de fora, ajudando a levar água para os moradores que não podiam se esforçar por conta da idade avançada.
A rainha se sentia estranha, era a primeira vez que lidava com humanos tão flácidos e mais fracos que o costume. No reino de Beron todos se alimentavam de sangue vampírico, por isso demoravam envelhecer. Ela se sentia bem por ajudar e isso a distraia de seus problemas, contudo seu cabelo minúsculo ainda é um incômodo.
— Obrigada, vocês são muito gentis — a senhora agradece.
Aslas e Galáteia apenas sorrir e se retiram. Estavam voltando para casa agora, mesmo que a rainha ainda não tenha se decidido sobre o que fazer, todos os dias seu cérebro inundava com novos pensamentos sobre ir ver os filhos. Porém lembrava do perigo que era ter ela por perto, só não sabia até quando aguentaria sem ao menos da uma espiada em como estão.
— Você está bem? — Aslas abre a porta da casa para ela entrar, indo logo atrás dela e jogando sua bolsa em cima da mesa.
Galáteia suspira, triste.
— Estou.— Não é o que parece.
Ela esfrega o rosto com a palma da mão. Sabia que no fundo Aslas se preocupava com ela, mas não queria o encher com mais problemas que só cabia a ela resolver.
— E o que quer que eu diga? — ela o encarou, seu rosto retorcido em angústia clara. — Que eu comi uma criatura que antes eu considerava amiga mesmo que não tenhamos sido criadas para isso?! — cospe. — Ou prefere que eu fale sobre a grande experiência de ser mãe para os filhos que nem posso me aproximar sem os colocar em perigo?!
Aslas permaneceu calado, Galáteia tentava controlar sua respiração, mas estranhamente falar isso em voz alta a fez se sentir pior. Era estranho que de uma hora para outra ela criará sentimentos que não existiam, então basicamente agora ela estava com ódio, uma vontade insuportável de chorar, mas desta vez ela iria engolir o choro.
— Eu entendo seus motivos para não confiar em mim, mas não sou um monstro — ele se aproximou, erguendo a mão em sua direção. — Não posso alivar você dos seus problemas, mas ainda há algo que posso fazer.
— O que...? — paralisou no lugar em que estava.
Aslas tocou os pequenos fios brancos do que restará do cabelo da rainha. Ele os avaliou cautelosamente, até que se aproximou e os cheirou, fazendo com que o coração da pequena criatura branca ficasse estrondoso.
— Tritões são conhecidos por algo além da aparência e da força, rainha — sussurra em seu ouvido, sentindo ainda mais prazer do que deveria em apenas sentir o cheiro da sereia.
Seus olhos fecharam automaticamente, se embebedando da fragrância natural que emanava dela, descendo o nariz lentamente no pescoço lívido.
Galáteia já não entendia o que ele queria dizer e muito menos se esforçava para isso. Contudo, ela sentiu um formigamento no couro cabeludo e então notou que as mãos dele ainda estava enterradas em seu cabelo e que agora eles estavam maiores. Se afastou rapidamente, processando o que acontecerá e no novo comprimento de seu cabelo que graças a criatura na sua frente, ultrapassará a bunda.
— Você...? Pelos deuses! — suas mãos foram de encontro aos seus lábios, emocionada. — Obrigada! E-eu realmente nem sei como agradecer... — suas bochechas ficaram coradas.
Apesar do tempo que esteve fora da água, Aslas se lembrava muito bem de como sereias eram vaidosas e em como os seus cabelos influenciava em sua aparência e em sua mente. Galáteia é rainha, não uma exceção.
Aslas desviou o olhar, sentindo-se sem jeito e afastando-se dela devagar.
— Está tudo bem — coça a cabeça, envergonhado. — Preciso resolver umas coisas, mas quando eu voltar quero te ensinar algo.Não esperou que ela dissesse algo, como de costume, apenas se retirou as pressas. A rainha não se tentou se lembrar de algo que a tenha deixado tão feliz como o que aconterá agora, mas nada lhe veio a mente. Talvez esse seja o mínimo, todavia para alguém que se acostumou com o desprezo ser ajudada é precioso.
Infelizmente Galáteia sabia que a sua relação com Aslas havia um prazo e assim que se esgotasse, eles não se veriam nunca mais.
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Galáteia, O Fim
Fantasy||início de postagem ainda indefinido|| Galáteia se ver presa nos próprios problemas ao querer ter seus filhos de volta, mas precisa sumir se os quiser deixar a salvo dos que ainda sobrará da Elite.