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 S/n POV 

Entrei no quarto vestindo apenas a camisola preta enquanto secava meus cabelos com a toalha. O relógio anunciava pouco mais de onze da noite, mas incrivelmente eu não sentia cansaço. Incrivelmente nada. Eu já estava tão acostumada a esse ritmo louco que muitas vezes não me sentia mesmo cansada. Agora eu entendia meu marido. Entendia aquele gás todo que ele tinha... nunca parava. Parecia que aquilo se infiltrava em nossas veias, espalhando-se pelo organismo e é o que nos mantinha vivos. Como ele mesmo já disse varias vezes a máfia estava em meu sangue, nasci pra isso. Agora eu tinha certeza.

Joguei a toalha sobre a poltrona e me aproximei da cama, observada pelos olhos astutos do meu marido. Noah estava recostado na cabeceira da cama, vestido apenas com a boxer preta. Os braços cruzados em frente ao peito deixavam-no ainda mais forte, seus músculos de destacando.

Suspirei jogando-me ao seu lado.

–O que foi?

–Nada.

–E esse suspiro?

–Apreciando meu marido, não posso?

Ele não respondeu, apenas abriu os braços puxando-me para o seu peito. Seu hálito quente ricocheteou em meu pescoço fazendo-me estremecer. Estava naqueles dias e a impossibilidade de fazer amor com ele fazia com apenas o contato com sua pele instigasse minha libido. O que aliás, não era de se espantar: isso sempre foi e creio que sempre seria assim.

–Nem vou perguntar se está cansada porque já sei a resposta.

–convivência com o senhor meu marido.

–Foi tudo bem lá?

–Sim. Conferimos a mercadoria rapidamente. Tudo nos conformes como sempre. E la com você? Deu tudo certo?

–Sim. Parece que finalmente aqueles trastes pegaram meu ritmo.

Agora era assim. Noah partia para um lado... eu para o outro. Cada um cuidando de uma parte dos negócios, mas tudo interligado. Estávamos assim há um ano e meio, desde a execução de Zoe. Ainda não me conformava por Noah não ter mandado a cabeça dela de presente para Dom Matteo e sim desovado o corpo em um buraco qualquer. Desde então... silêncio. Dom Matteo simplesmente desapareceu. Noah e seus homens vasculharam cada canto desse pais e nada. Alguns dos comparsas dele ainda estavam presos e sequer sabiam da metade das coisas que aconteceram desde quando Dom Matteo escapou da prisão. Por isso mesmo Noah estava cada dia mais ranzinza. Tinha, é óbvio, seus momentos de marido apaixonado e pai dedicado. Mas quando o assunto era sobre negócios estava sempre com o pavio curto. Era coice pra todo lado.

Eu resolvi voltar a estudar. Longe de mim parecer burra na frente de Noah. Então minhas manhãs eram tomadas pelo estudo. Somente depois de metade da tarde eu me envolvia com os negócios.

–Deu o remédio pra Luna?

Ele rolou os olhos.

–Fez um drama como sempre. Sério S/n... essa menina puxou a você.

–Deixe de conversa Noah... é tão marrenta quanto você.

Sorri, pensando em nossos filhos a poucos meses de completar três anos. A personalidade dos dois se mantinha a mesma... exatamente como imaginei que seriam. Harry bem calmo... e Luna um furacão. Tanto que com apenas dois anos e meio já estava com o braço enfaixado, resultado de uma queda de um banco alto. Realmente ela dava canseira nas babás.

O PODEROSO URREAOnde histórias criam vida. Descubra agora