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Noah POV

Planilhas e mais planilhas, acertos de contas... e ainda os dois carregamentos que chegariam daqui a pouco. Estava meio lento hoje, cansado... e imediatamente a palavra velhice veio a minha mente. Deus me livre... apenas vinte e cinco anos e já sentindo esse peso todo nas costas? Nem queria imaginar quando chegasse aos setenta. Isso se eu chegasse. Se continuasse nesse ritmo com S/n todas as noites eu iria me acabar cedo.
Tentei não pensar nisso e me concentrei nos papéis à minha frente. Estava há horas trancado no escritório, pois só assim iria ter um pouco de paz para poder trabalhar. A casa estava uma loucura com o casamento de Sabina e me ver tropeçando em pessoas estranhas o tempo todo estava começando a me irritar. As mulheres que se virassem para arrumar tudo.

Não sei pra que isso... sinceramente? Casamento só o meu e pronto. E a sabina  ainda fez questão que eu e S/n fôssemos padrinhos. Sem contar a cara de pau em dizer que fazia isso por S/n e não por mim. Felizmente Andréia estava por aqui ajudando S/n com as crianças. Sina também veio e dessa vez trouxe o filho desmiolado. Era bom tê-los por aqui... nunca se sabe quando iria precisar de algum serviço novamente.
Levantei-me e tranquei a porta, abrindo as duas maletas derramando euros, resultado do carregamento de três dias atrás. Conversei com meu pai durante muito tempo e resolvi parar com palhaçada. Embora muitas vezes eu me sentisse aperreado, pensando no que meus filhos iriam pensar de mim quando crescessem... a máfia estava no sangue. Ficar tanto tempo afastado só me deixou com sede. Queria trabalhar... trabalhar e esse casamento só veio atrapalhar meus planos.

Contei e recontei o dinheiro e só então os coloquei no cofre. Não que eu desconfiasse dos rapazes, mas Bailey foi quem recebeu e como se não bastasse o casamento... ele sempre foi meio lesado. Voltei a me sentar e peguei alguns papeis para analisar. Diferentemente do que pensei, nosso negocio ia progredindo cada vez mais. Meu pai ficaria satisfeito quando visse os resultados.


Conferi mais uma vez as horas e então guardei os documentos, preparando-me para sair. A porta se abriu de repente e S/n parou, me encarando ao ver que eu prendia a arma dentro do sobretudo.


–Vai sair?


–O dever me chama.


–Como assim o dever te chama? Hoje é o casamento da Sabina.


–E por causa disso o mundo tem que parar?


– Noah Jacob Urrea não me venha com gracinhas. Você é o padrinho.

– Eu não me esqueci disso, o que não quer dizer que tenha que ficar aqui no meio de um bando de malucas paparicando a noiva.

Ela suspirou colocando as mãos na cintura.


–Posso saber aonde vai?


–Tem um carregamento chegando agora... dois pra ser exato.


–Dois? Noah isso vai levar horas.


–Não vai não. E o casamento será daqui a seis horas, portanto tenho muito tempo.


–E vai chegar e ir assim para a igreja?


Eu dei um sorriso debochado.


–Acha que sou como as mulheres que precisam de três dias para se arrumar e ainda assim ficam mais ou menos?

O PODEROSO URREAOnde histórias criam vida. Descubra agora