Tipo Cinquenta Tons

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Ok Ayla, pensa. Ele não foi atrás de você atoa. Talvez ele ainda te ame, sinta sua falta. Ou simplesmente se lembrou das promessas que fizeram um para o outro. Deus, porque o Chaz tinha que convidar todos os amigos da família?

Fiquei pensando em como ele tinha me achado e nas possíveis coisas que ele poderia fazer comigo. Eu não estava nem um pouco afim de fazer nada com ele. Sinceramente, ele foi uma fase da minha vida em que eu estava muito revoltada com a vida e estava tacando o foda-se para tudo.

Na época eu achava que ele trabalhava com segurança ou até mesmo tinha um cargo na polícia. Porém, hoje em dia eu vejo com outros olhos. Ele era aqueles caras que os traficantes compram coisas. Compravam mulheres, seguranças e até drogas. Ou seja, ele era barra pesada.

Durante um ano tive um caso com ele. E digamos que não acabou muito bem. Ele foi preso e eu acabei me afastando dele por ser menor de idade e a pedido dele também. Depois disso, acabei encontrando o Chaz e vim pra cá. Sabe Christian Grey? Então, nossa relação era mais ou menos essa. Não vou negar, ele sabia o que tava fazendo e sempre falava a coisa certa. Fora que ainda me dava presentes e me tratava como uma princesa.

Ele parou de andar e escutei um barulho de porta sendo aberta e logo depois dela sendo fechada. Fechei meus olhos e voltei a fingir que estava dormindo. Ele me colocou na cama e sentou me olhando. Passou a mão em meu rosto e deu um beijo em minha testa.

Logo ele levantou e eu apenas escutei um barulho de chuveiro um tempo depois. Abri meus olhos e olhei ao redor. Aquele lugar me trouxe várias memórias. Peguei meu celular e mandei "SOCORRO" para todo mundo, e no nervosismo acabei mandando para o Joe também. Deixei a localização do meu celular ligada e o coloquei de volta no bolso.

Ele saiu do chuveiro, se vestiu e veio até mim se deitando ao meu lado. Ele me levou até seu peito e ficou acariciando meu braço até que por fim ele pegou no sono. Ao contrário de mim, que estava sem entender nada e meu sono tinha evaporado.

Abri meus olhos e me permitir o olhar. O passar dos anos tinha feito bem pra ele. Ele tinha ficado mais bonito, se isso era possível. Olhei ao redor me atentando aos detalhes e mordi meu lábio inferior. Ele se mexeu na cama e eu deitei novamente a cabeça fechando os olhos. Decidi ficar queta ali e esperar o que iria acontecer.

Fiquei pensando nas probabilidades até que peguei no sono. Acordei com ele se mexendo na cama e ainda assim continuei de olhos fechado. Ele pegou o telefone e fez um pedido de café da manhã. Sorri de lado fraco ao notar que ele ainda sabia o que eu gostava de comer ao escutar ele pedindo.

Ja estava ficando cansada de fingir que estava dormindo. Já fazia mais ou menos duas horas desde que mandei a mensagem e nada tinha acontecido. Minutos depois alguém bateu na porta, talvez fosse o pedido, e ele se levantou saindo do quarto e indo até lá.

Peguei meu celular para ver se tinham mandado alguma coisa até que escutei a voz do Chaz. Coloquei meu celular de volta do bolso e fiquei ali esperando o momento certo. Inicialmente, ele quis enganar o Chaz e dizer que eu não estava lá, porém meu irmão é bastante esperto e enquanto ele falava meu irmão me procurava.

Minutos depois escutei o barulho da porta do quarto sendo aberta e olhei rapidamente vendo o Chaz. Suspirei aliviada e corri até ele. Gustavo logo apareceu e olhou pra mim franzindo o cenho. Evitei contato visual e Chaz me levou até a saída depois de conversar com ele.

Já na porta, me afastei do Chaz e fui até o Gustavo dando um abraço que ele retribuiu. Segundo depois dei um beijo em seu rosto e sai dali com o Chaz. Ele me levou de volta ao meu quarto e colocou seguranças na porta para ter certeza que dessa vez nada iria acontecer comigo.

Após ele sair do quarto, mandei mensagem para todos avisando que estava bem, porém para o Joe eu resolvi ligar. Disquei o número dele e coloquei em meu ouvido depois que começou a chamar. Assim que ele atendeu, já veio me perguntando o que tinha acontecido e se eu já estava a salvo. Expliquei tudo a ele e o mesmo ficou mais tranquilo.

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Estávamos todos no carro a caminho para a festa. Eu estava sentada na janela e segui o caminho todo olhando por ali. Eu estava um pouco pensativa pelos últimos acontecimentos e não estava prestando muita atenção no que os meninos estavam falando. Chaz pegou a minha mão e a acariciou. Sorri e deitei minha cabeça em seu ombro.

Fomos o caminho todo assim. Quando chegamos no local, fomos cada um para o seu lugar e demos o sinal para meu pai entrar com minha mãe. Eles estavam jantando próximo daqui e no caminho para cá, mandamos mensagem para avisar que o plano tinha começado.

Assim que minha mãe passou pela porta, todos nós e os convidados levantamos e gritamos "surpresa". Minha mãe ficou super feliz e abraçou meu pai emocionada. Eu e Chaz fomos até ela e ela nos abraçou também. Chaz fez sinal para o DJ que começou a tocar as músicas que tínhamos selecionado.

Estava tudo indo como deveria ser e eu estava realmente grata por isso. Fui até o bar e peguei uma dose de whisky. Virei de vez e pedi outra me sentando no banco que havia ali. Quando o barman colocou minha bebida em minha frente, escutei uma voz familiar e olhei para o lado vendo quem eu esperava.

Engoli a seco e o observei sentar no banco ao meu lado. Ele pediu uma dose do que eu estava bebendo e olhou para mim começando a puxar assunto. Até que não era tão ruim como eu tinha imaginado que seria. Ele não estava bravo nem queria vingança nem nada. Apenas queria conversar comigo. E eu precisava conversar com alguém.

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