Me Afastar

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Chaz

Terminei de comer e coloquei a bandeja ao lado da cama. Fui até a porta trancando a mesma e Suspirei me olhando no espelho que tinha ali. Olhei para minha irmã através dele e me permitir abaixar a guarda um pouco.

Apaguei a luz ligando o abajur e me deitei virado para ela. Abracei meus braços e chorei mordendo o lábio. Eu estava bastante magoado com a sequência de coisas que aconteceram e por tentar ser forte pela Ayla, não tinha me permitido ainda senti as coisas.

[...]

Abri os olhos ao escutar barulho vindo do chuveiro e notei que tinha dormido. Peguei meu celular olhando as horas e me sentei na cama respondendo algumas mensagens enquanto esperava ela sair do banheiro.

Travei o celular assim que escutei a porta sendo aberta e observei a mesma sair usando um short Jens com uma blusa de manga preta com um desenho qualquer. Em seu cabelo tinha uma toalha enrolada e a mesma se direcionou ao espelho segurando um pente.

Ayla

Respirei fundo antes de abrir a porta do banheiro e senti o olhar do Chaz enquanto ia para o espelho. Soltei meu cabelo e pentei afim de deixar secar naturalmente. Coloquei a toalha no lugar dela e me aproximei da cama me sentando a frente dele

- Eu te amo Chaz e sei o que esta se passando nessa cabeça. - respirei fundo e senti o choro subir pela garganta, porém engoli novamente - Eu não quero mais voltar. Não quero mais ir lá e fingir que eu não matei meu bebê nem que eu não trouxe a desgraça para a vida de vocês. Eu não consigo nem me olhar no espelho Chaz. - Senti as lágrimas rolarem em meu rosto e sorri fraco quando senti sua mão acariciando meu rosto - Eu vou ficar aqui. Vou ficar com eles. Eles estão se esforçando e eu sei que nunca vou conseguir perdoa-los mas pelo menos eles merecem o sofrimento que eu trago. - respirei fundo e desviei o olhar para o lado - Eu não sei se consigo olhar na cara do Asher novamente então, você entregaria uma carta minha pra ele quando voltasse? - olhei para ele e observei o mesmo concordar com a cabeça.

Asher era o único que eu sabia que não iria conseguir falar pessoalmente. Eu ligaria para a Mad e a explicaria tudo. Ela é a única quem eu ainda vou permitir em minha vida. Eu não aguentaria perdê-la e sei que ela me mataria se eu a afastasse.

Observei meu irmão se levantar e fechei os olhos assim que senti seus lábios no topo da minha cabeça. Sorri fraco e o segui com o olhar até o banheiro.

Me joguei na cama e fiquei olhando o teto. Virei o rosto na direção da janela e fiquei olhando o céu enquanto aguardava o Chaz. Uns raios de sol entraram no quarto e eu me levantei indo até a sacada. Escutei uns passarinhos cantando e mordi o lábio inferior fechando os olhos e escutando um dos meus sons favoritos.

Assim que os passarinhos pararam de cantar, voltei novamente para o quarto e a porta de abriu. Um Chaz com roupa diferente apareceu e segurou minha mão indo até a porta. Saímos do quarto e eu parei no topo da escada. Olhei para ele e respirei fundo entrelaçando nossos dedos.

Descemos a escada e assim que entramos na cozinha, olhei a mesa vendo a mesma repleta de comida que eu e o Chaz gostávamos. Sorri fraco e me sentei. Murmurei um "bom dia" de volta para os que tinha recebido e notei que o Chaz fez o mesmo.

Era nítida a felicidade dos meus pais com a nossa presença e eu obriguei meu subconsciente a gostar daquilo. Coloquei algumas coisas em meu prato e comi em silêncio. Minha mãe começou a falar alguns planos que ela tinha feito para gente hoje e eu me Desliguei assim que ela disse alguma coisa sobre meu bebê morto.

Meu estômago embrulhou e eu senti vontade de vomitar. Minha cabeça deu umas pontadas e eu Suspirei tentando manter as aparências. Eu precisava de alguma coisa. Só não sabia o que era. Você precisa dele e sabe muito bem, balancei a cabeça afim de expulsar esse pensamento.

[...]

Peguei meu moletom no quarto e o vesti assim que olhei a tatuagem em meu braço. Desci as escadas e fui até o Chaz, que estava andando de um lado para o outro da sala em uma ligação. Me joguei no sofá e fiquei seguindo o mesmo com o olhar.

Não tinha nada pra fazer já que minha mãe foi com meu pai comprar algumas coisas para a comemoração que ela queria fazer hoje a noite. Me ofereci para ir mas ela disse para ficar e descansar, devido ao que tinha acontecido.

Finalmente quando a ligação chegou ao fim, olhei meu irmão sentar ao meu lado. Ele pegou o controle da televisão e ficou passando de canal em canal, até deixar em um filme. Encostei a cabeça em seu ombro e fiquei em silêncio vendo o filme.

- Ele pediu para falar com você. Ele te amo e quer ter certeza que você está bem. Ele quer que você volte - escutei a voz do meu irmão depois de tempo e aquilo tinha me acertado como um soco no estômago. Novamente ele estava machucado e toda a culpa era minha. Eu não tinha o direito de mandar mensagem ou telefonar para ele. Não iria piorar as coisas ainda mais.

- Ainda hoje te entrego a carta e você manda pra ele. Vai ser a última vez que ele vai receber alguma coisa vinda de mim Chaz.

Disse depois de Um tempo em silêncio. Minhas barreiras estavam tentando ser levantadas novamente e eu senti uma pontada em meu coração que pedia e implorava para que minha cabeça deixasse isso de lado e que eu fosse correndo de volta para seus braços. Mas infelizmente, não era isso que eu estava planejando fazer. Pelo menos não por agora.

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