MOEDA DE TROCA

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TATIANA ROMANOV

Escuto batidas na porta e acordo assutada.

Levanto, colocando as mãos sobre a cama, de maneira de apoio, enquanto tento acorda e as batidas continuam.

Vou até a porta e a destranco, vou para a cama rápido, para ela não questionar eu a manter trancada.

- pode entrar - digo esfregando meus olhos e juntando meus joelhos próximo ao meu corpo, vejo Mitra a governanta da casa abrindo e entrando com sua pose autoritária logo a seguir.

- se arrume ! - diz autoritária como sempre - seu pai está te esperando para o café da manhã - fala me encarando - fique decente - fala brava jogando uma troca de roupa sobe a cama e me assusto com sua ação.

Ela se vira sem ao menos se despedir e vai batendo a porta e eu suspiro.

Aqui posso contar nos dedos quem me trata bem, sempre fui vista como a que deveria ter nascido homem, decepção do pai, ou a que não pode governar sozinha.

Depois que nasci meu pai ficou frustado, disse que eu deveria ter sido um homem, que para que eu iria servir,  tentou várias vezes ter outros filhos, mais nunca obteve êxito, sempre culpando minha mãe, e em uma de suas discussões com minha mãe, ele a derrubou e ela bateu fortemente a cabeça, não resistindo, para todos ele disse que foi um acidente já que na máfia, ele teria que pagar com a vida, mas eu sei a verdade, sei que foi porque ele quis, e isso o faz me odiar mais ainda.

Lembro em seu enterro, a expressão dele era como se nunca a tivesse amado, enquanto eu estava desolada pois a única que realmente me amou um dia havia partido me deixando só.

Balanço a cabeça tentando afastar essa lembranças, eu tenho que sair e tenho que me retirar E não posso chegar com uma expressão de choro, se não serei castigada de novo

Me arrumo e sigo em direção da sala que fica no andar de baixo, estou no corredor indo em direção da escada para chegar ao meu destino, até sentir trombar com alguém.

Levanto os olhos e vejo quem eu menos queria ver no momento, ou melhor na vida.

Encaro o nojento do Ivan que tem seu sorriso alargado assim que me vê.

Minhas mãos começam a suar e minha respiração fica pesada pelo medo, meu ataque de Pânico quer começar a sugir, mas não posso me desligar, não posso ficar desesperada isso só facilita para ele.

Tento passar mais ele entra na minha frente sorrindo, olho para ele assutada e o vejo com seu terno de sempre e aquela expressão doentia em seu rosto me observando como se a qualquer momento me tomaria a força.

Tento passar novamente e ele não deixa.

- por favor Ivan - digo com a voz querendo ficar chorosa - tenho que ver meu pai - tento dialogar mais ele aperta meu braço com uma de suas mãos e me encara de maneira doentia.

- oi minha flor ! - fala me puxando para perto dele enquanto tento segurar minhas lágrimas. - nunca consegui a ver sozinha por aqui ! - fala com uma voz que me causa náuseas, e puxa o se sentindo o meu perfume - acho que seu pai poderá esperar um pouco.

Fala me encostando na parede junto ao seu corpo, e solto um grito de desespero.

Ele aperta meu pescoço e me encara enfurecido.

- se gritar você vai conhecer o peso da minha mão - diz e fico calada, sentindo meu rosto lavar de lágrimas.

Começo a desesperar fico sem ar, não ele não pode conseguir isso, já faz meses que não saiu tentando ficar longe dele, por favor Deus.

Entro em desespero empurrando pedindo para me soltar, e ele apenas ri passando sua mão livre pelo meus seios apertando de uma maneira muito dolorida.

Quando acho que vou ser violentada,  escuto um barulho aumentando e vejo alguém se aproximando.

Um jovem guarda vem em nossa direção e o chama desviando sua atenção.

- senhor - diz em tom sério com sua voz grossa - a senhorita Tatiana tem que ir imediatamente falar com o senhor Dimitri - ele fala e o Ivan me larga com uma expressão assassina.

Vai em direção do jovem tentando o intimidar mais o mesmo não abaixa a cabeça e muda sua postura de maneira nenhuma.

Ambos estão se encarando como se fossem se matar. Até que o jovem fala novamente.

- E ele disse que é uma ordem! - fala com tom debochado. - senhorita vou lhe acompanhar já que acho que pela demora o senhor Dimitri deve ter mudado de lugar.

Fala e a expressão de Ivan fica menos amigável ainda.

Antes que alguém fale algo eu corro em direção do rapaz ficando atrás dele, que mantém a mesma posição protetora desde quando chegou.

- vamos senhorita - pergunta de maneira seria e aceno a cabeça - você primeiro - estende a mão para ir na frente, nunca ninguém foi gentil comido.

Nunca.

Finalmente chego segura na mesa do café da manhã e vejo meu pai com usa expressão seria de sempre.

- Bom dia papai! - falo assim que chego, de forma automática como sempre.

- sente-se - ordena nem me olhando nos olhos, algo que na faz parte do nosso cotidiano.

Sento de cabeça baixa me sentindo triste e mal logo pela manhã, é horrível ser desprezada, imagine pelo próprio pai.

- o que o senhor tem de importante para me falar? - pergunto.

- daqui um mês faremos um baile para oficializar o seu noivado.! - diz simples e eu paro em choque.

- noivado ? - pergunto incrédula.

- sim noivado, precisamos de um herdeiro de verdade para assumir meu lugar - fala e sinto como se levasse um tapa na cara. - por isso nomeei Ivan como seu futuro marido - ele fala e por um momento me sinto lançada em uma abismo - um capô perfeito para nossa máfia.

Eu continuo o olhando incrédula, como, porque ?

Nesse momento entro em Pânico, tenho vontade de chorar, gritar mais não consigo estou em choque, agora ele vai conseguir, agora ele vai me apossar como sempre quis.

Me sinto enojada com tudo isso, não eu não quero me casar com ele.

Se for assim eu prefiro a morte.

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A HERDEIRA - MAFIA ROMANOVOnde histórias criam vida. Descubra agora