RESGATE

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TATIANA ROMANOV

Mexo e sinto meus braços doerem, tento puxar as correntes que me prende e isso só me causa mais dor.

Após a discussão em meio a todos eles me trouxeram para a sala que deixam seus inimigos antes da tortura.

Sinto como se fosse alguém odiada por todos.

Geralmente quando prende algum prisioneiro eles os deixam pendurados, ao menos me deixaram em uma posição favorável para descansar.

Me recordo de tudo o que aconteceu ontem, mais eu não consigo chorar, não consigo sentir nada.

Sinto tristeza enorme pelo o que ocorreu comigo sim, um nojo de mim indescritível, mas me sinto bem quando lembro de enfiando aquele objeto em sua garganta.

De eu ensanguentada enquanto escutava seus últimos suspiros, aquelas lembranças me fizeram pela primeira fez ter um sono completo.

Estou aqui parada olhando para o prato de comida que deixaram desde hoje cedo.

Não sou idiota de comer isso ou ao menos beber essa água, as chances de estarem envenenadas são grandes, ainda mais depois de ameaçar meu pai na frente de todos os capos da Rússia.

Eu não posso desistir, eu tenho que aguentar, tenho que esperar Andrei me tirar daqui eu sei que ele fará isso.

Lembro do jeito que ele me olhou da irá que estava em seus olhos, daria de tudo para falar que estou melhor, que eu estou o esperando mais creio que ele já sabe disso.

Escuto a porta ranger e olho vendo meu pai acompanhado de um dos seus fiéis guardas.

- olha como você está - diz rindo - não parece tão superior e intimidadora quanto quis parecer ontem na frente de todos - diz olhando seu soldado jogar um balde de água fria em mim.

- o que você disse mesmo ? - diz me olhando com irá enquanto não consigo para de tremer.

É uma época fria aqui de neve, e aqui onde me encontro ja é frio normalmente, imagina estando do mesmo jeito que estava ontem e agora molhada.

- bom já que não é mulher suficiente para f....

- eu disse - falo alto com dificuldade - para rezar que eu morresse papai - digo dando uma grande entonação no final da palavra - porque eu volto a lhe dizer - olho fixamente eu seus olhos - se eu estiver viva eu mesma o matarei ! - grito no final.

Recebo um tapa no rosto dele e escuto suas risadas.

- só foi abrir as pernas e já está se sentindo mais corajosa- ele diz e congelo, como alguém pode ser tão sujo e repugnante assim.

- porque me odeia tanto ? - digo indignada - o que eu lhe fiz ! - pergunto.

- nasceu ! - afirma de forma odiosa.

Respiro fundo esperando outro tapa quando vejo vindo em minha direção até que escuto gritos no corredor.

- o que é isso ? - pergunta meu pai para seu capacho.

- deve ser um interrogatório qualquer nas salas próximas - diz dando ombros, mais os barulhos não cessam.

Escuto o barulho parecendo um tiro e ambos se olham de maneira interrogatória. 

A porta se abre em um estrondo e vejo ele, Andrei está lá com duas armas em seu coldre e uma maior em suas mãos.

Ele mira no homem que está ao lado de meu pai e atira.

Vejo o Cair morto enquanto meu pai saca a arma e se esconde atrás de uma mesa.

Iniciam disparos contínuos e fecho os olhos com toda essa ação.

Será que vou morrer? E Andrei ele não pode se ferir.

Vejo meu pai um pouco a minha frente e o agarro com minhas pernas envolta de seu pescoço apertando.

Ele a arranha tentando escapa mais eu seguro o máximo que consigo.

Quando ele cai desacordado vejo Andrei correndo em minha direção e quebrando as correntes.

- você está bem ? - diz preocupado me analisando por todo o corpo.

- já estive melhor - falo rindo e ele me olha de maneira amorosa.

- vamos - diz me pegando no colo, entrelaço minhas pernas ao seu redor e seguro em seu pescoço dando apoio.

Uma de suas mãos estão em minha cintura aumentando a estabilidade e a outra com a arma em punhos.

Seguimos em direção da saída até que parece inúmeros soldados.

- porra ! - ele grita quando temos que nos esconder atrás de uma parede.

Os tiros continuam acho que nao irei conseguir até ouvir mais disparos, mais em vez de ser em nossa direção era em direção dos outros.

Vejo que um guarda que estava no lados deles começou a dispara em todos não restando um para contar história.

Ele vem em minha direção e quando acho que também vai nos matar vejo Andrei indo o abraçar.

- você está bem ? - pergunta

- sim estou - Andrei fala e ambos me olham.

- Esse é meu primo Bóris. - diz e ele acena para mim.

- não queria atrapalhar as apresentações ele fala, mais está na hora de vocês irem !

- okey - Andrei diz

- você sabe o que fazer né - o primo dela fala e ele fecha a expressão.

- não precisa disso...

- precisa sim, vários foram mortos ninguém sabe quem foi e para tirar você da lista eu teria que ter sido atingido já que somos próximos.

Regalo meus olhos entendendo onde querem chegar.

- Bóris...

- Andrei, um pelo outro lembra - diz firme e ambos acenam.

Vejo então se abraçando e falando algo que não escuto, Andrei se distância mira na perna do primo e então dispara.

Bóris cai no chão com dor e solto um grito com essa cena.

Ele então volta a me pegar no colo e sair comigo de forma desesperada.

Entramos em um carro e partimos, para onde não sei, mais enquanto eu estiver com ele tudo estará bem.

A HERDEIRA - MAFIA ROMANOVOnde histórias criam vida. Descubra agora