Epílogo

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Três anos depois.

Annabeth Chase

- Percy! - exclamei ao vê-lo ameaçar jogar água em Amélie, que por sua vez gritava desesperadamente. - Você tem algum tipo de problema?

A garotinha, ao me ver, correu para meus pés e eu imediatamente a peguei no colo, mantendo-a segura de Percy. Ele, por sua vez, revirou os olhos e terminou de beber sua água.

- Vamos lá, pequena. Tia Annie vai fazer algo para você, o que você gostaria de comer?

- Panquecas! - gritou, balançando seus braços. Percy grunhiu no mesmo instante.

- Qual o problema de vocês? Panqueca é horrível! Vou proibir Jason de deixar Amélie aqui.

Percy gostava dela. Gostava de verdade, mas às vezes tinha seus Ataques-Anti-Crianças, o que deixava a pobre menina confusa e assustada com as grosserias. Entretanto, no final do dia Percy e Amélie estavam sempre agarrados no sofá ou em qualquer outro lugar da casa.

A pequena garota de três anos era filha de Jason. Foi um choque para todos nós quando uma mulher morena acompanhada de uma barriga enorme apareceu em nosso apartamento dizendo esperar um filho de meu amigo. Na época, Piper, a mãe de Amélie, disse ter descoberto a gravidez já com quatro meses, quando Jason já avia ido para o Brasil. Além disso, disse não ter tido coragem de contar por mensagem, porque tinha medo de Jason nunca a procurar. Resolveu então esperá-lo voltar de sua estadia no Brasil para lhe dar a notícia — ninguém até hoje sabe como ela descobriu o endereço de meu apartamento. Acabou que Jason demorou mais do que o esperado e, quando o encontrou, já estava caminhando para seu nono mês.

A pequena Amélie nasceu em fevereiro e com ela nasceu a paixão de Jason por Piper. Naquele mesmo ano, ele largou a revista para qual trabalhava e no mesmo mês abriu contrato com outra que não o fazia viajar todo mês para um lugar diferente. Eu nunca imaginaria ver Jason estabilizado com sua própria família aos vinte e seis anos de idade mas, bem, eu também não me imaginaria Percy me pedindo em casamento.

Eu tinha uma aliança em meu dedo há exatos um ano e daqui a uma semana estaria num altar com ele. Era assustador pensar assim mas, na realidade, eu e Percy estávamos bem tranquilos. Por sorte, tínhamos — juntando as duas famílias — duas mulheres que entendiam de casamento e nos ajudavam melhor forma.

- Tio Percy, você compra sorvete para eu? — Amélie perguntou, piscando seus grandes cílios para mim.

- Depois do almoço, tudo bem?

- Mas vai demorar! - exclamou, cruzando seus bracinhos. Sorri e aproximei-me dela, acariciando seus cabelos negros. Ela fechou os olhos e sorriu, gostando do carinho.

- Você sabe que sua mãe não deixa você comer qualquer tipo de doce antes do almoço.

- Mamãe não tá aqui - retrucou e Percy gargalhou.

- Certo, mas só se você for correndo agora tomar um banho para sairmos. Aí eu compro um sorvete enorme para você - Percy disse apertando as bochechas de Amélie, que no mesmo instante pulou de sua cadeirinha e correu até o banheiro. Meu noivo riu e se aproximou de mim, beijando meus lábios calmamente. - Bom dia, meu amor.

- Bom dia. Já tomou café? Posso fazer um chá para você também.

- Seria ótimo. Vou ajudar a pequena a tomar banho e já venho - assenti e depositei mais um beijo em sua boca.

Percy então se afastou e eu suspirei, começando a pegar os ingredientes para a panqueca de Amélie.

Deveríamos estar no local onde aconteceria o casamento em uma hora para o último ensaio. Lá iríamos encontrar nossas mães. Era claro que iríamos nos atrasar.

Invisible String (Percabeth) Onde histórias criam vida. Descubra agora