Percy Jackson
- Você está linda, querida. me lembra o sol num dia de verão - murmurei, ajeitando seu vestido azul marinho e sorrindo bobo ao ver o quão linda ela estava. Ela parecia uma princesa com suas roupas formais e eu um mero plebeu com minha blusa velha da Adidas e uma calça de moletom cinza. - O cara tem sorte, muita sorte. Eu daria tudo para estar no lugar dele - completei, com sinceridade. Mas, como sempre, Annabeth levou meu elogio na brincadeira e riu, me chamando de idiota.
"Idiota por você" pensei.
Tudo parecia mais sério agora.
Por fim, ela beijou demoradamente minha bochecha, avisando que ligaria se não fosse voltar para casa. Antes de fechar a porta, gritou um "Eu te amo". E eu fiquei sozinho.
Antigamente, Annabeth tinha uma nova paixão há cada semana e sempre corria para mim para dizer sobre elas. Eu a ouvia com paciência, alisando seus cachos loiros e macios, de vez ou outra, lhe dando pequenos conselhos. A cada nova paixão um pedacinho do meu coração era arrancado, porque afinal de contas ela era capaz de gostar de meninos totalmente estúpidos, mas nunca de mim.
Com a faculdade, ela melhorou. Suas paixões diferentes a cada semana passaram a virar a cada mês; depois a cada dois meses; a cada cinco e; então, dois anos sem ninguém. Meu coração parecia finalmente estar voltando a se reconstruir, pois percebia que, não importava quantas paixões Annabeth e eu tivéssemos, nós sempre voltaríamos um para o outro.
E, num piscar de olhos, tudo desmorona novamente com a chegada de Luke.
Era um cara legal, Annie dizia. Haviam se conhecido na segunda semana de trabalho no colégio primário, quando ele acabou interrompendo a aula de Luke por um motivo idiota. Passaram a conversar e almoçar juntos todas as terças e quartas, até o cara finalmente chamá-la para um encontro.
Tudo isso aconteceu sem que eu tivesse a mínima ideia. Era claro que Annie não era obrigada a me contar sobre todas as vinte e quatro horas de sua vida, mas eu sabia que, justamente por ele só me contar sobre Luke um mês e meio depois de todos os flertes, que dessa vez era diferente.
Annabeth me contou toda a história vagamente no dia anterior, depois de voltarmos da lanchonete e seus olhos brilharam em todo o momento, denunciando que daquela vez era para valer. Daquela vez ele estava realmente tentando algo sério.
E isso era o que mais doía.
Doía mais porque eu estava prestes a jogar todas as minhas cartas na mesa. Eu sabia que Annie não se envolvia com ninguém há anos e que seu coração estava totalmente puro, como quando ela tinha quinze anos, então era a minha hora de arriscar algo, eu não aguentava mais viver na base dos "E se?". Eu iria me declarar.
Suspirei pesado e me joguei na cama. Se eu tivesse sido um pouquinho mais rápido, se eu tivesse me declarado quando ela tinha quinze anos, ou ainda nas férias de verão, talvez agora seríamos nós dois em um encontro chique. E seria eu pondo minha mão em cima da sua, a puxando calmamente e a beijando, como se
tivéssemos todo o tempo do mundo.Mordi o lábio inferior, sentindo meus olhos lacrimejarem. Soa totalmente patético um homem de vinte e três anos chorar por uma paixãozinha de infância, mas, na verdade, era isso que eu era: patético. Patético por guardar tudo para mim e, num piscar de olhos, começar a sofrer as consequências dessa escolha.
Então, com a visão embaçada pelas lágrimas, digitei uma mensagem rápida, parando para lê-la apenas depois de enviá-la.
"Você está ciente de que se ele te decepcionar eu não vou poupá-lo de uns socos, certo? Certo. Apenas uma brincadeira porque eu sei que você deve estar nervosa. De qualquer forma, tenha uma boa noite, minha sabidinha xx"
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Invisible String (Percabeth)
Fanfiction"Ele era especial, eu tinha certeza. Algo forte nos cercava, algo tão fortemente bom que me fazia perder os sentidos de vez em quando, me deixando num estado bobo de ficar o observando por minutos e só ser acordado do transe quando ele batia em meu...