16 - parte I

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      Terras Humanas...

- Como assim vocês não fazem ideia de onde ele está? - perguntou Rhysand já perdendo a paciência com a inutilidade dos companheiros de Lucien.

- Simples, ele não voltou ainda - após uma pequena pausa  Jurian continuou, não perdendo a oportunidade de provocar o grão-feérico - Lucien não trabalha pra você? Vejo que não tem muito controle sobre seus subordinados Grão-Senhor.

Jurian estava realmente preocupado com Lucien, o ruivo sabia se cuidar mas para os grãos-senhores vierem procurá-lo pessoalmente é porque tem alguma coisa errada e eles não se importaram em informar nem para ele, nem para Vassa, que estava visivelmente irritada pela falta de informação sobre o amigo.

- Cuidado Jurian, que eu saiba humanos ainda morrem muito facilmente. - Foi Cassian quem disse, o divertimento presente em cada palavra.

- Certamente general - respondeu Jurian com desdém.

O ambiente era deverás hostil, a dupla de humanos não simpatizava muito com o círculo íntimo, grande parte vinha da forma como tratavam seu amigo ruivo. Não se encontravam muito, mas a forma como Lucien ficava toda vez que voltava de uma visita em Velaris era o suficiente para que o grupo da noturna não fossem tão bem recebidos.

- Só estamos um pouco preocupados, Lucien já deveria ter chegado a mansão. - Feyre tentava dissipar toda a tensão, estava começando a achar que se as coisas continuassem como estavam ossos seriam quebrados e palavras que não deveriam ser ditas seriam.

- E desde quando se importam tanto com Lucien? - Vassa estava farta de toda essa falsidade e queria saber o que havia acontecido realmente - O que está acontecendo?

- Nada, não está acontecendo nada Vassa - Rhysand já sabia que não conseguiriam nada com eles, e só estavam perdendo tempo - Só viemos verificar, não vamos tomar mais de seu valioso tempo.

- Afinal ele é meio limitado não é ? - Cassian não pode deixar de comentar, o iliriano não costumava guarda suas piadinhas e pensamentos para si e isso era um fato. Ao contrário de Azriel que olhava tudo atentamente e indiferente, suas sombras não conseguiram muitas informações até o momento, somente que Lucien havia atravessado de Velaris ainda cedo.

- Ótima constatação morcego ignorante - Vassa era jovem e uma mulher um tanto espirituosa, e como o iliriano, não se importava de dizer o que pensava. O que deixou todos ali um tanto surpresos, não esperavam o retruque  da rainha humana, ela nunca tinha ficado tão impaciente com o grupo.

- Bom, acho melhor irmos - Feyre retornou a falar, tentando sair com sua família dali o quanto antes - Já ficamos tempo demais, peço que mandem uma carta caso Lucien retorne, faremos o mesmo.

- Mandaremos - Jurian disse representando tanto ele como Vassa.

Todos fizeram uma curta referência de despedida, o círculo íntimo seguiu até a porta, a dupla da casa continuou na sala de estar onde estavam, não viam necessidade de acompanhá-los.

Uma carta apareceu na mesinha de centro, chamando a atenção dos dois humanos, a carta apareceu em meio faíscas de fogo, o que indicava de quem certamente seria, Vassa pegou a folha dobrada no meio, sem envelope, tinha a assinatura de Lucien na frente.

- Lucien enviou uma carta - sabia que os demais escutariam mesmo se estivessem do outro lado do jardim da entrada.

Não se passou nem dois minutos e todo o círculo íntimo já estava de volta na sala de estar. Todos ansiosos para saber o que havia no papel dobrado nas mãos de Vassa.

Azriel continuava com a mesma expressão fria de sempre, em sua mente várias hipóteses eram criadas, seu lado espião não deixava de pensar se talvez Lucien estivesse aprisionado e essa carta seria para negociar a liberdade do ruivo.

- E o que diz? - Feyre era a mais nervosa, suas mãos suavam e ela só pedia a mãe que nada acontecesse com seu amigo.

- Irei ler a carta em voz alta para todos ouvirem - Vassa abriu o papel, com medo pelo amigo, o círculo íntimo não estaria tão nervoso se nada tivesse acontecido.

Vassa, Jurian..

Estou enviando essa mensagem para que saibam que estou bem ok.
Sei que disse que voltaria ontem de manhã mas tive um imprevisto, voltarei assim que possível.
Não se preocupem comigo, e tentem não se matar, ou botar a casa abaixo.

Atenciosamente, seu amigo Lucien.

- Só isso? Não tem nenhuma informação de onde ele esteve?

- Não Grão-Senhor, não há nenhuma outra informação - Vassa ainda olhava a pequena mensagem enquanto falava, onde você está Lucien..

- Me dê a carta, tentarei rastrea-la - Rhysand esfregava com o polegar e o indicador a unção de suas sobrancelhas e o nariz, enquanto a outra mão estava estendia a Vassa.

Vassa entregou a carta ao grão-senhor, que pegou o papel e analisou um pouco antes de suas sombras envolverem o mesmo, passando por sua mão e contornando a mensagem aberta, fazendo pequenos desenhos e espirais escuras por todo o papel. Rhys franziu o cenho diante da falta de resultado do que acabará de fazer, porque não sinto nada..

- O que encontrou Rhys? - Azriel finalmente disse algo, se preocupando um pouco com a reação do irmão.

- Não consigo rastrear, é uma bagunça.. como se não houvesse um lugar em específico.

- Como é possível? - Feyre perguntou mentalmente, surpresa pela resposta do parceiro.
- Não sei, terei que falar com Amren.

...

Depois de um curta conversar mental entre os três ilirianos e Feyre, ficou decidido que Azriel ficaria nas terras humanas até que Lucien retornasse, aproveitaria para espionar de perto as rainhas humanas, que ainda estavam muito quietas.

- Bom, esperamos notícias Azriel, nos contate imediatamente a qualquer novidade - Feyre disse olhando Azriel, que assentiu calmamente. Estavam na porta da frente se despedindo.

Azriel não questionou a decisão de seus grão-senhores, na verdade achava uma boa oportunidade para averiguar a movimentação das rainhas, q por sinal não haviam feito nada de estranho ou novo, o que deixava todos bastante nervosos por não terem nenhuma informação.
Logo depois que seus irmãos e Feyre saíram, o encantador de sombras adentrou a casa novamente, chegando a sala nenhum dos dois humanos estavam, mas o cheiro deixava claro onde tinham ido, cozinha.

- Vai querer também Azriel? - Vassa perguntou de costas para o iliriano, mexendo algo em uma frigideira. Os cabelos ruivos presos em um coque com tranças, um vestido verde claro de alcinhas e um avental azul escuro com as bordas brancas.
Jurian estava sentado ao balcão como uma criança esperando, balançando levemente as pernas e olhando Vassa com ternura.

- Obrigado Vassa, mas por enquanto vou ficar só com um chá.
Azriel já havia vindo outras vezes e tinha um pouco mais de afinidade com a rainha humana.

- Mestre espião.. não vai mesmo nos dizer o que aconteceu com Lucien?- Jurian queria tirar qualquer coisa do macho, Lucien poderia estar em perigo e eles não poderiam ter feito nada. Aquela raposa não consegue nem mesmo ficar de pé como algumas garrafas de vinho

- Rhysand já disse que não foi nada que devam se preocupar.

- Ele disse, mas não quer dizer que seja uma afirmação completamente verdadeira.

Ótimo.. pensou Vassa, não acreditava nem um pouco que nada havia acontecido, estava preocupada com seu amigo, tão diferente de todos os feéricos que já havia visto, tão gentil e amável, sarcástico e engraçado também. Lucien sempre fazia falta, por mais que não passasse muito tempo fora. Vassa tinha conseguido algumas semanas livre do mago, virava um pássaro de fogo logo depois das quatro da tarde e de manhã voltaria a sua forma humana, pelo menos era alguma coisa.

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Oii gente, esse capítulo será dividido em duas partes, espero que tenham gostado ☺️

Desculpem qualquer erro.
Obrigada por estarem acompanhando ❤️

Amor entre ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora