16 - parte II

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      Terras humanas..

Na manhã seguinte...

Jurian..

Estou agora olhando o teto, é isso que eu geralmente tenho pra fazer quando Lucien não está, aquela raposa realmente faz falta. É o tipo de amigo que topa todo tipo de loucura que eu proponho, ri baixinho disso me lembrando de uma das nossas aventuras.

    *FlashBack*
- Ei Luci - Jurian perguntou meio atordoado pelo álcool, mas rindo sem parar.

- Tem certeza de que é uma boa ideia? - Lucien perguntou mas estava tão animado quanto seu amigo humano. Os dois juntos eram incontroláveis, e quando Vassa se unia só restava desejar a ajuda da Mãe.

- Ora.. o que poderia dar errado não é mesmo..

Os dois riram em uníssono, os dois se questionaram em onde parariam se Lucien os atravessassem completamente bêbado e o mais inconsciente possível.

- Eh.. precisamos de mais bebida Ju.

Jurian correu para a adega e trouxe várias garrafas de vinho, vodca e Gim em seus braços, abraçado a elas com cuidado pra que não caíssem.

Os dois começaram a beber descontroladamente, aproveitando a coragem momentânea, alternavam as garrafas um do outro até que não conseguissem mais, estavam tão bêbados que não conseguiam acertar o rumo das garrafas.

- Pron.. tronto.. pronto Luci? - Jurian via e falava tudo embaralhado, também ria como um louco. Eram loucos, os dois, mas não se importavam com isso.

O ruivo assentiu, sentindo sua cabeça pesar mais do que deveria, começou a rir também. Jurian se aproximou e levantou o amigo, apoiados um no outro sentido o mundo inteiro girar, não aguentaram 20 segundos de pé e caíram um em cima do outro, já dormindo. Até hoje não descubriram onde iriam parar.

- Bons tempos - me espreguicei na cama sorrindo com a lembrança, queria poder fazer várias outras loucuras com Lucien.

...

Vassa..

Tinha acabado de voltar a forma humana, estava em meu quarto, era mais seguro já que retornava completamente nua, ser literalmente um pássaro pegando fogo tem seus efeitos sob os tecidos. Um banho seria realmente muito agradável, andei até o banheiro, sentindo meus cabelos balançarem e baterem nas costas, assim que entrei fechei a porta e peguei meus produtos de banho, a maioria essência de maçã verde, meus preferidos.

Preparei meu banho e entrei na água morna, passando as mãos pelos braços e pernas levemente, apreciando meus primeiros momentos como humana do dia, fazia isso todas as vezes, já tinha me acostumado com minha situação, não esperava conseguir quebrar a maldição.

Mas tinha esperança em Lucien, ele tenta não deixar visível sua tristeza em não conseguir uma solução, mas eu vejo que isso o afeta muito, ele é muito empático, está sempre tentando ajudar as pessoas importantes para ele e esquecendo de si mesmo. É isso que faz eu não gostar muito do círculo íntimo de Rhysand, eles tratam Lucien como lixo, o culpando e julgando, hipócritas isso sim.

Me lembro como se fosse hoje nossa conversa sobre como o tratavam, queria arrancar meu amigo daquele ninho de cobras, Lucien passou a vida rodeado delas e ainda sorri, um sorriso carregado de cansaço e tristeza, mas continua sendo gentil e complacente.

Amor entre ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora