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    Lucien..

Acordei hoje com uma fresta de luz em meu rosto, não me incomodava com a luz do sol, muito pelo contrário, sempre gostei muito da luz do dia, quando criança vivia do lado de fora da residência dos meus pais e até na corte primaveril, gostava do calor do sol sobre minha pele, talvez seja por isso que seu tom é mais escuro que de meus irmãos.
A luz e o sol eram familiar.

Estava na casa do vento em Veralis, mesmo agora sendo emissário da corte noturna para as terras humanas, não sinto como se realmente pertencesse a ela, ninguém parece realmente gostar da minha presença aqui, na verdade nunca senti que pertencesse a algum lugar. Achava que tinha encontrado um lar com Tamlin, mas a verdade é que estava desesperado, e quando Tam me acolheu me permite sentir um pouco de esperança, me agarrei aquilo, não tinha mais nada, não era nada.

Respirei fundo e fui tomar um banho, enchi a banheira e coloquei alguns sais de banho essência de laranja, alecrim e anis estrelado. Me afundei na banheira agora cheia e aromática afundando também todos os pensamentos anteriores, estava grato a Feyre, não podia ser ingrato depois de tudo que fizera por mim, dizia a mim mesmo todos os dias. Sai da banheira e enrolei uma toalha em minha cintura, ainda com os cabelos úmidos voltei para o quarto e vasculhei minha bolsa, decidi por usar uma calça preta simples e uma camisa verde musgo de mangas compridas e alguns botões na frente. Coloquei minhas botas e um cinto de couro marrom com detalhes dourados, peguei meu coldre junto com minhas armas e posicionei tudo. Hoje tinha um dever a fazer antes de voltar para as terras humanas, peguei meu sobretudo e sai do quarto com minha bolsa em mãos.
Os exilados se tornaram o mais próximo de uma família que eu já tive, são bem legais comigo, me arrependo de não ter sido melhor com Feyre, me culpo todos os dias por não ter lutado mais por ela.

A casa estava silenciosa, seria melhor comer alguma coisa na cidade e talvez descesse as escadas dessa vez.

- Bom dia Lucien! - Cassian disse enquanto dava um tapinha em minhas costas. - Não estava pensando em descer todos aqueles degraus estava? - ele me olhava com um sorriso presunçoso.

- Bom dia Cassian! - disse e continuei meu caminho ignorando sua pergunta.

- Eu te levo até a cidade.

- Não precisa, mas obrigado.

- Qual é raposa, Feyre iria me matar por deixar você decer todos esses degraus.

Revirei os olhos mais cedi, não queria discutir e eram muitos degraus.

..
Estava sentado em uma mesa do lado de fora de uma cafeteira, tomando um chá enquanto olhava as instruções que tinha recebido sobre a localização de um mago muito sábio que poderia ajudar com a maldição de Vassa.

Tinha atravessado até a floresta sagrada, de acordo com as instruções o mago morava nas profundezas da floresta.
Estava quase chegando, já era tarde e havia andado bastante, rstava exausto então peguei uma garrafa com água e uma maçã que havia trago e me servi, descansando um pouco.

Estava de pé tomando um último gole da água quando escutei o barulho de uma flecha, só consegui desviar o bastante para que a flecha não acertar  meu peito, juntei toda minha força e atravessei mais para dentro da grande floresta, a flecha tinha acertado minha barriga. Era uma armadilha, só podia ser, e eu tinha sido burro o suficiente pra cair.

..
Corri até não ter mais forças e começar a andar apoiado as árvores, no fim acabei sentado no pé de uma árvore com a flecha em minha barriga.  Não avia como sair daqui, não sabia nem onde estava, agora só restava esperar pela minha morte.
Como sempre sozinho, talvez não vá fazer tanta falta, menos um empecilho para Rhysand e Feyre, Elain não terá que se preocupar com o parceiro indesejado. Talvez morrer sozinho e quebrado sempre fora meu destino.

..
Sentia meu corpo meio dormente, sentia frio, mas o que mais doia era a solidão, acho que agora posso parar de sonhar e desejar. Queria chorar e gritar mas não tinha mais forças, não me importava se pareceria fraco ou se as bestas dos boatos viesse até mim, só queria deixar sair, sair toda a dor, angústia e sofrimento que guardo dentro de mim a tantos anos. Até sentir alguém, sentir a presença e o cheiro doce de frutas e flores das mais diversas variedades, ou estava delirando, com certeza delirando pela perda de sangue. Mas, e se realmente tiver alguém, preciso ver, então uso toda força restante para abrir os olhos.. tinha alguém, não estava sozinho, não estava delirando. Ela estava indo embora, não.. precisava dizer.
- Não vá - consegui dizer quase em um sussurro. Ela se virou e seus olhos  encontraram os meus, talvez estivesse mesmo tendo alucinações porque parecia um anjo, mesmo sem conseguir ver direito pelas lágrimas que embaçavam minha visão jurava que se parecia, mas era real, estava segurando seu pulso, sua pele era macia e quente, era como segurar um marshmallow.
Minhas forças se esvairam e meus olhos se fecharam, não tinha desmaiado mas não conseguia me mexer.

Estou aqui, você não vai morrer.

Sua voz era límpida e suave, invadiu minha mente e era como se todas as dores não existissem mais. A sensação era de estar flutuando em águas mornas e os raios de sol batendo contra a pele.
Talvez estivesse morrendo mas continuarei lutando, verei aquela fêmea novamente. 
Aqueles olhos brilhantes, não conseguia ver  sua cor mas brilhavam, junto aos vagalumes que a rodeavam, eram a coisa mais linda que eu já vira na vida.

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Desculpe por não ter postado no fim de semana.. espero que tenham gostado.

😊

Amor entre ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora