21

299 30 29
                                    

Arien..

Éolo já havia saído rumo a pequena aldeia onde Lya e sua mãe moram, em seguida iria para as terras humanas. Meu companheiro é esperto, sabe se virar sozinho então não há com que se preocupar, em poucas horas irei completar minha missão e estava quase pronta, era muito cedo quando acordei, o sol ainda ameaçava sair agora.
Não costumo usar as roupas que estava usando agora mas é a melhor escolha se quero passar despercebida, toda preta, calça, botas, corset, blusa, luvas e capa.

(Roupa descrita)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

(Roupa descrita)

...

Logo em seguida fui para o cômodo ao lado escolher minhas armas, não sabia com o que estava lidando já que as informações sobre o que eu deveria trazer pra cá eram escassas, o que me deixa um pouco apreensiva, meus espiões e informantes são bons, muito bons.. e pra eles não terem conseguido praticamente nada de muito útil era porque essa coisa é realmente misteriosa e consequentemente deve ser perigosa também.
Optei por levar duas adagas posicionadas uma de cada lado em minhas costas, um punhal escondido na bota direita e em meu pulso um tipo de bracelete de couro para armazenar pequenas agulhas de metal bem afiadas, e em meu outro pulso um bracelete par, com um suporte para um frasco de tranquilizante, a junção da agulha com o líquido tranquilizante é muito mais eficaz do que somente a agulha prateada, mesmo que arremessada no lugar certo pode ser fatal.

Dei uma última olhada no lugar e lembrei de quando encontrei Lucien aqui folheando um livro, será mesmo que ele não ficou com medo de todas as armas? Acredito que ele já seja familiarizado com a maioria mas mesmo assim, ele não me conhecia e tinha acabado de ser atacado.. Lucien pareceu realmente confiar em mim, assim como eu confiei nele, tanto que o trouxe pra minha casa e pela Mãe eu contei tanto pra ele, contei sobre as bolhas, sobre as proteções da floresta, eu.. que o caldeirão me frite eu dormi agarrada a Lucien, me abri com ele como nunca tinha feito em séculos quando ele me perguntou porque o tinha salvado.

E como se meu bom senso tivesse finalmente voltado para meu corpo eu comecei a ver o quanto tinha sido imprudente, o quanto arrisquei, fui contra tudo que sempre segui e acreditei ser o mais seguro para todos, como se tivesse esquecido todo o trabalho duro que tive para construir uma proteção sem falhas para esse lugar, como tive que abrir mão de mim mesma para priorizar a paz e ordem dessa floresta, mas..

Mas o que mais me assusta, é que faria novamente, pelo caldeirão se pudesse voltar no tempo com tudo isso gritando em minha mente eu salvaria Lucien novamente, mesmo que tivesse que passar séculos reconstruindo tudo outra vez, cada proteção, cada informante e espião procurado e analisado milimetricamente, cada norma e acordo.. eu passaria o resto da minha vida fazendo tudo de novo se fosse pra salvar aquele ruivinho. Porque eu nunca conheci uma alma tão pura e ardente como a dele antes, tão injustiçada e maltratada.
A dor que vi em seus olhos quando o encontrei, era como olhar no espelho séculos atrás, a falta de esperança, aceitar a morte porque as forças para lutar se esvairam, eu estive no fundo do poço uma vez, e até hoje sinto que estou a um fio de cair em uma queda constante de volta para aquela escuridão mortal de novo.. e não deixarei que Lucien sinta isso, não mais.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 06, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Amor entre ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora