Será possível amar tanto alguém como eu amo o Eric e a Felipa? Será possível que o coração doa tanto quanto um ataque cardíaco a cada vez que eu me afasto deles? Será possível alguém que sempre viveu baseada na razão, perder toda ela?
Desculpa ter demorado tanto a escrever de novo, as coisas estão uma loucura. Não é fácil ter dois humaninhos tão pequenos, mas por sorte eu tenho um exército para me ajudar aqui. A exceção de amamentar, que só eu posso fazer, todo o resto do cuidado dos bebês é "terceirizado". A Alicia e a Valéria brigam para dar banho neles, mas a Marcelina geralmente vence essa briga, já que ela vai ter que voltar para São Paulo logo. O Jaime sempre faz eles arrotarem e fica andando quando eles têm dor de barriga. Ele diz que a "energia" de pum é transmitida, não que eu entenda muito o que ele quer dizer. Todos trocam fraldas, limpam vômito, fazem dormir, e a minha mãe vai supervisionando tudo.
Não pense que eu sou folgada, meu amor, é que eu ainda estou me recuperando do parto e de tudo o que se seguiu a ele, então eu preciso de bastante ajuda e repouso. E chegamos à parte que eu não consigo falar sem cair em lágrimas, mas eu vou tentar.
Como você vai perceber, tem mais de um mês desde que eu escrevi para você e desde que os nossos filhos nasceram. Naquela tarde, assim que nós chegamos ao hospital, a minha pressão estava muito alta. A médica me medicou, mas eu tive uma reação inesperada e convulsionei. Eu não lembro disso, só de apagar, mas a Alicia e a Valéria garantiram que foi a pior coisa que elas viram na vida toda.
Eu estava apagada quando os nossos filhos nasceram, em uma sala cheia de médicos e enfermeiros, com a minha mãe, o Jaime, a Val e a Ali na sala de espera, desesperados. A Felipa nasceu primeiro, com 2,800kg e 40 centímetros. O Eric veio pouco depois, com 2,400kg e 39 centímetros. Os dois fortes, saudáveis, berrando a plenos pulmões e perfeitos. Pelo menos foi o que a médica me disse.
Eu passei quase dez minutos encarando essa folha, Dan, sem saber como escrever isso. Eu tive uma hemorragia muito séria, eles não conseguiam controlar. Aparentemente eu tenho problemas circulatórios, e pela reação anterior aos remédios para a pressão, não queriam me dar coagulantes com medo do que poderia acontecer. Os médicos fizeram tudo o que puderam, eles me garantiram e a minha mãe também. Mas eu estava perdendo muito sangue, e eles tiveram que agir. Minha mãe pediu perdão um milhão de vezes pela decisão que precisou tomar, e eu já a perdoei (mesmo que não tenha o que perdoar) e disse que está tudo bem.
Você se importaria se o Eric e a Felipa fossem nossos únicos filhos, meu amor? Por que eles são os únicos que eu poderei te dar. Mas todo o amor e carinho que eles têm para nos dar valerão por mil crianças, eu tenho certeza.
Estou colocando uma foto deles aqui, para você ver como eles são lindos. A Felipa é a sua cara, amor, e o Eric parece comigo. Acho que é o contrário do que eu imaginava, mas é perfeito do mesmo jeito!
Te amamos muito, Dan, de todo o nosso coração.
Sua família.
08/10/2022
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Meu amado nerd...
Nenhum livro me ensinaria tudo o que estou aprendendo. A cada dia é uma nova descoberta, uma nova aventura, um novo marco. Coisas pequenas, mas que aos meus olhos são gigantes.
Hoje a Felipa riu para mim pela primeira vez. Eu sei, você vai dizer que é uma reação involuntária, mas foi um riso, e foi direcionado para mim. Eu havia acabado de amamentar ela e estava a segurando sentada para arrotar, falando sobre como ela é linda, e ela riu. Assim, sem prévio aviso.
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Meu Amado Nerd
FanfictionEles foram separados pelas circunstâncias, mas não houve um dia em que ela não pensasse nele. Afinal, ele era o seu Amado Nerd, e ela era a Linda CDF dele. E enquanto ela mantivesse a esperança, ela sabia que o amor deles encontraria um caminho para...