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(Fernando)

Fui dirigindo em silêncio e pensando na Maiara, sim eu tô morrendo de preocupação com ela, porque toda vez que ela tinha esses crises de ansiedade era sempre eu que tava lá pra ajudar ela, mas dessa vez não.

Fiquei pensando e repensando nisso, até chegar na casa da Maraisa, esperei a Paulinha sair do carro, ela saiu e quando tava quase fechando a porta da casa, eu tive uma ideia.

-Ei! Eu posso entrar pra tomar um copo de água? Tô morrendo de sede... - menti.

-Pode, mas seja rápido hein Zor!

Saí do carro e entrei na casa, prontamente ela foi pegar um copo de água pra mim, bebi e pedi mais outro pra ganhar tempo, até ver a Isa descendo as escadas.

-Vim aqui ver pegar um copo de água com açúcar pra ver se ela consegue se acalmar, porque minhas tentativas não... - ela olhou pra mim - Uai Fernando, tá fazendo o que aqui?

-Vim trazer a Paulinha e aproveitei pra beber uma água.

-É folgado mesmo! Vou começar a cobrar hein! - ela falou brincando.

-E desde quando eu tenho que pagar pra beber água na casa da minha melhor amiga? 

-Eu ouvi isso daí! - minha parceira gritou de longe.

-Espero que pra usar o banheiro também seja de graça, porque eu vou lá...

-Tá bom folgado, vai lá!

Fingi que ia pro banheiro, mas na verdade subi as escadas bem quietinho, cheguei em frente ao quarto da Maiara, abri a porta com todo cuidado do mundo e assim que entrei eu fechei ela.

(Maiara)

Tava tentando me acalmar depois de uma crise de ansiedade até ver a porta do meu quarto sendo aberta, nem liguei porque achei que era minha irmã, mas quando eu percebi quem era levei um susto.

-Fernando?! O que você tá fazendo aqui? - gritei alto.

-Shiu! - ele pediu silêncio com a mão - Não grita porque elas não sabem que eu tô aqui!

-Tá bom, mas o que cê tá fazendo aqui? - perguntei baixinho.

-Fiquei sabendo que você teve uma crise de ansiedade, e não consegui aguentar, tive que vir pra cá te ver...

-Tá tudo bem, foi só uma crise, já passou.

-Não vem dizer que foi 'só uma crise', foi uma crise e cê sabe muito bem que isso não deveria acontecer. - ele sentou na beirada da cama.

-Eu sei... Mas também não foi nada demais.

-Se não foi nada demais, por que a sua mão tá machucada?

-Não tá não. - escondi as mãos pra ele não ver.

-Deixa eu ver! - nem mexi - Por favor, deixa eu ver... - tirei as mãos de debaixo da blusa e mostrei pra ele, elas tão cheia de marcas de mordidas e um pouco de sangue por conta dos socos que eu dei na parede.

-Ai! Tá doendo! - reclamei assim que ele encostou nas marcas.

-Desculpa... Maiara, por que você fez isso? - Fernando me perguntou e eu fiquei quieta - O que aconteceu pra cê ter uma crise?

-Eu não sei... - respondi.

-Sabe sim, só não quer me contar. Vem cá, senta aqui e me conta o que aconteceu. - ele pediu pra sentar no colo dele e eu aceitei, escorei a cabeça nele e fiquei um tempo em silêncio.

-Ontem a noite eu e o Matheus, a gente... - olhei pra ele que continuava esperando a resposta - É melhor eu não falar, não sei se vai ser bom pra você.

-Não se importa com isso, só me conta, eu vou ficar aqui ouvindo tudo.

-Então a gente começou a se beijar e rolou um clima, mas eu travei de novo, ele conseguiu me entender, disse que a gente pode esperar mais um tempo pra ir pra cama, e me pediu pra gente conversar numa boa... Mas mesmo assim eu nem liguei, pedi pra ele ir embora, mesmo ele insistindo pra gente conversar e... - parei por conta do choro que veio com tudo.

-E?

-Eu não tô me sentindo bem por ter brigado com ele, e fiquei pior ainda porque eu menti pra ele. Ele sentiu seu perfume na minha roupa mas eu disse que era do Sorocaba e ele perguntou se você tava lá, mas eu menti de novo... Eu não quero ser assim, mentirosa, eu não preciso mentir, era só eu ter falado a verdade, mas eu fiquei com medo de perder ele... - falei tudo rapidamente por conta do choro.

-Ei! Calma, respira, se acalma! - Fernando começou a fazer carinho no meu cabelo - Por que cê não conversa com ele e explica tudo? Fala que você mentiu porque tava com medo de perder ele, pede desculpa...

Olhei pra ele que tava falando tudo isso olhando pra mim, dava pra ver a raiva e o ciúme no olhar dele, mas mesmo assim ele não deixou transparecer. Tudo isso é minha culpa!

Eu que coloquei ele nessa situação, tendo que me ajudar a resolver minha vida amorosa com outra pessoa. Sei lá o que deu em mim, mas eu cravei a unha na minha perna com força.

-Não! Perto de mim tu não vai fazer isso! - ele puxou a minha mão - Olha aqui como fica o seu corpo... - olhei pra minha perna que já tava com uma marca.

-Dane-se! Eu não ligo!

-Não é assim que se resolvem as coisas, não pense que é se machucando que você vai resolver seu problema... Assim cê só vai piorar ele ainda mais. - ele fez carinho onde tinha a marca.

-Como eu vou resolver então?

-Por que você não tenta conversar com a sua irmã, ou com a Paulinha?

-Elas não conseguem me entender... 

-Então por que não conversa comigo? - ele perguntou.

-Não Fernando, é chato conversar essas coisas com você.

-Não é não, esqueceu que antes da gente namorar, quando nós dois éramos só amigos, a gente contava tudo um pro outro? E a gente vivia dormindo juntos depois de uma crise?

-Lembro... - sorri lembrando de tudo.

-Pois agora a gente vai reviver isso tudo, vamos fingir que somos só amigos de novo. - ele deitou na cama comigo e me puxou pra ficar perto dele.

-Não precisa disso...

-Não precisa mas eu quero! Agora trata de ficar quietinha e dormir. - ele ficou fazendo carinho em mim e com a mão entrelaçada na minha. Óbvio que não demorou muito pra eu dormir...

Momento romântico, lindo e fofo pra alegrar o coraçãozinho de vcs...


Assunto Delicado 2 (FINALIZADA!)Onde histórias criam vida. Descubra agora