8. Sessão de cinema e pedidos inevitáveis.

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NOAH URREA.

— Tenho uma proposta, e a única resposta que aceito é "sim". — Falei ao telefone e ouvi a loira soltar uma risada do outro lado da linha.

— E a única resposta que quero dar é não, independente do que for. — Podia sentir seu sorriso conforme a mesma ia falando.

— É mesmo? Nem se eu disser que vamos assistir A Culpa é das Estrelas?
Sorri.

Ela não tinha como dizer não. Na verdade, ela não poderia dizer não, senão eu teria comprado pipocas de micro-ondas e refrigerantes em vão.

— Droga, Noah. — Sina soltou um suspiro frustrado, me fazendo sorrir ainda mais. — Você tocou no meu ponto fraco, isso não se faz!

— Vou te passar o endereço por mensagem e esteja aqui em vinte minutos. Não se atrase, docinho. — Disse, sentando no sofá da sala de estar.

— Tudo bem, me espere!

Encerrei a ligação com a loira e passei o endereço da minha casa pelo nosso chat de mensagens. Eu já vinha pensando em chamar Sina para assistir ao filme há algum tempo, porque desde que soube que esse era o livro favorito dela, li o mesmo em tão pouco tempo que cheguei a me assustar. Mas eu precisava saber o porquê dela amar tanto aquela história.

Coloquei uma pipoca de cada vez para estourar e providenciei tigelas para colocar em seguida. Hoje a minha mãe iria ficar até tarde no restaurante, por isso teria a tarde e a noite para assistir o filme e jogar conversa fora com Sina.

Depois que ela conseguiu uma vaga para a Chump Change tocar na feira de Sunnyside, minha afeição por ela aumentou ainda mais. Hoje em dia eu não queria apenas conhecer Sina Deinert, mas gostava da sua companhia, por mais que na maior parte do tempo em que estávamos juntos ficássemos trocando farpas sem parar.

A campainha tocou e contei até cinco mentalmente para não parecer que eu estava tão ansioso para que ela chegasse logo. Assim que abri a porta, sorri de canto ao perceber que ela estava usando azul bebê. Combinava com ela.

— Olá, docinho. — Me inclinei para beijar sua bochecha, mas a mesma se afastou.

— Nem comece! — Ela reclamou, mas eu sabia que queria rir.

Os apelidos já não a incomodavam mais tanto assim, eu tinha certeza.

— Pode entrar. — Abri espaço para que ela pudesse adentrar o cômodo e nesse mesmo momento o micro-ondas apitou, indicando que a pipoca já estava pronta.

Corri para a cozinha e coloquei um protetor térmico na mão direita para pegar o saco de dentro do eletrodoméstico e abri-lo em seguida, sentindo o vapor na minha cara. Ouvi quando Sina fechou a porta de entrada e começou a andar em direção à cozinha.

— Nós já temos a primeira tigela, mas eu comprei mais uma e quando terminar de estourar vamos poder começar. — Expliquei e ela assentiu com a cabeça.

— Eu já perdi as contas de quantas vezes assisti a esse filme, mas nunca me canso. Eu amo essa história, os personagens... é muito lindo. — Seu olhar estava brilhante enquanto falava isso tudo e eu sorri ao ver no quanto Hazel e Gus a deixavam feliz.

Mais alguns minutos se passaram e finalmente tínhamos as nossas pipocas prontas, acompanhadas dos refrigerantes. Nos acomodamos no sofá espaçoso e Sina sentou em um canto, segurando sua tigela de pipoca no colo enquanto tomava um gole do refrigerante.

— Por que sentou tão longe, Sina?

— Eu não quero que você me veja chorar. — Ela explicou e eu revirei os olhos pelo motivo fútil.

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