9. Beijos viciantes e confissões apaixonantes.

554 74 63
                                    

SINA DEINERT.

Eu ainda podia senti-los. Ainda podia senti-los e estava ficando viciada em sentir mesmo que não estivessem mais encostados nos meus.

Podia sentir os lábios de Noah e já haviam se passado dois dias desde a primeira vez em que nos beijamos no sofá da sala de estar da casa dele.

Eu ainda não acredito em muitas coisas que aconteceram naquele dia. Não acredito que nos beijamos, mas o que é mais difícil ainda de acreditar é que Noah leu o meu livro favorito somente por minha causa. Ele me chamou para assistir ao filme porque queria assistir comigo, e quanto mais eu paro para pensar em tudo isso, percebo o quão boba estou ficando.

Estou me apaixonando por Noah Urrea. Me apaixonando da mesma forma que alguém cai no sono: gradativamente e, de repente, de uma hora para a outra.

Hoje é o dia da Feira de Sunnyside e eu estou há alguns bons minutos dentro do meu closet tentando achar uma boa combinação de peças de roupa para usar no evento. O mesmo é muito importante, pois vai ser o último discurso do meu pai ao público antes das votações serem abertas, mas, acima de tudo, a Chump Change vai tocar.

Nesses dois dias, eu ouvi os instrumentos sendo tocados na garagem de Haley por muitas horas, às vezes os ensaios se estendiam de madrugada também. Não encontrei Noah em nenhuma das vezes, mas não porque não quis, mas porque eles estavam realmente muito ocupados em ensaiarem para fazerem um bom show.

Escutei batidas na porta do quarto e já imaginei serem as minhas amigas, que iriam se arrumar comigo.

— Pode entrar! — Gritei de dentro do cômodo pequeno cercado de roupas e sapatos por toda sua extensão.

Ouvi as vozes de Heyoon e Sabina se aproximando conforme elas iam chegando mais perto do closet e a mexicana foi a primeira a falar, ou melhor, gritar.

— Como assim você já sabia que o Josh é gay e nós não?

— Sabina, ele já explicou... — A coreana tentou intervir, mas a outra decidiu ignorá-la.

— Ainda estou chateada, Heyoon! Isso significa que ele não confia em nós duas o suficiente, você não acha?

— Calma. — Pedi. — Ele tinha medo das reações de vocês, por isso não contou antes. Não precisa fazer um show, Sabi... Você agora já sabe.

— Sim, isso é verdade, mas isso não muda a minha decepção. — Ela cruzou os braços e andou até onde eu estava. — Ainda não sabe o que vai vestir, não é?

Assenti com a cabeça e ela começou a mexer nos inúmeros cabides procurando não sei o quê. Heyoon já estava espalhando os itens de maquiagem variados que possuía para poder fazer as nossas transformações.

— Achei! — Sabina exclamou ao meu lado e eu olhei para o que a mesma segurava nas mãos.

— Definitivamente não. — Falei e ela revirou os olhos, impaciente.

— Ah, mas você vai vestir isso aqui sim. Já tem há um bom tempo e nunca nem vestiu. Estou errada?

— Bom, não, mas...

— Sem "mas", Sina. Vá vestir isso agora, é uma ordem. — Ela levantou sua sobrancelha direita incrivelmente perfeita e não me deixou outra escolha a não ser vestir a peça.

Fui até o banheiro e encarei meu reflexo no espelho antes de abrir a porta e sair para que as meninas pudessem me ver. Sabina havia escolhido um vestido azul bebê com detalhes brancos que eu havia comprado quando fiz uma viagem até Oregon, mas que nunca usei, e nem sei o porquê.

SUNNYSIDE × noartOnde histórias criam vida. Descubra agora