Sn Jones.
Eu tentei desesperadamente convencer o policial a liberar Aidan, mas quando se é menor de idade você não consegue fazer milagres. Suas palavras valem tanto quanto um chiclete grudado embaixo da mesa.
O policial estava certo de que eu só estava inventando tudo porque Aidan havia me ameaçado, alegando que minha mãe foi bem clara em relação a denúncia. Ele me levou para casa, e assim que desci do carro, vi minha irmã sair correndo na minha direção. Ela olha uma, duas vezes, para o carro da polícia, e assente em silêncio, prometendo que tudo vai ficar bem e pedindo para que eu mantenha a calma. Mas ambas sabemos que é mentira.
— Tashi — murmuro, abraçando-a e sufocando o choro.
— Ah Sn... Eu sinto muito — ela me aperta com mais força.
Os pneus arranham o asfalto, e olho para trás vendo o carro se afastar. Aidan seria levado para um reformatório.
Ele podia não estar me deixando por escolha própria, mas o destino não parava de colocar barreiras entre nós dois.
De qualquer forma, sairíamos perdendo.
[...]
Passo direto pela cozinha onde minha mãe está, correndo para o meu quarto. Não ligo para o que ela tem a dizer, e não quero ouvir suas desculpas.
Eu não quero ouvir nada, na verdade. Me jogo na minha cama e fecho os olhos, esperando até cair no sono.
[...]
Fiquei dias trancada no quarto, minha irmã trazia as comidas pra mim, e eu só saia quando precisava usar o banheiro. Faltei uma semana inteira de aulas — e isso nunca tinha acontecido na minha vida inteira — porque simplesmente não conseguiria botar o pé na escola sabendo de tudo que minha mãe fez.
E isso também significa que eu não falei com Aidan. Se ele foi liberado, não me avisou nada.
Bufo em frustração e arremesso meu travesseiro longe. Ele derruba alguns livros da minha estante, e eu me levanto mais irritada ainda para juntar a bagunça.
Minha coleção cresceu bastante durante a semana já que passei as madrugadas inteiras lendo e relendo meus livros favoritos de fantasia — e pensando em como eu gostaria de ser independente como a Jude, forte como a Feyre ou ousada como a Izzy.
A vida real é uma droga.
Subitamente, meu celular faz um barulho de notificação, e pego-o na mesinha de canto, abrindo na conversa de Millie.
Millie: sua puta de bueiro pq vc não fala mais cmg?
Millie: sumiu a semana inteira e nem lembrou de dar um oi! UM OI!!! pelo menos me diga q está viva
Millie: pq eu ainda sou sua amg mesmo? VC NEM ME RESPONDE
Millie: se vc me responder te compro um pacote gigante de marshmallows
Rio com as mensagens e digito uma resposta:
Sn: bem, qro meus marshmallows!
Millie: ah n q droga, eu jurava q vc ia me dar vácuo. nd de marshmallows pra vc, sinto mto (ou n).
Sn: desculpa ter sumido... aconteceram algumas coisas. pedi pra josie explicar pra vc. ela n falou nd?
Millie: falou mas eu não tenho paciência pra aguentar sua irmã. ela tem um parafuso a menos. e vc tem mãos pra falar cmg.
Sn: desculpe estava ocupada ignorando todos os meus problemas com livros.
Millie: nerd.
Millie: de qualquer forma, sinto mto por Aidan.
Sn: ele saiu do reformatório?
Millie: até onde os boatos vão... não. a mãe dele não tem dinheiro pra fiança.
Sn: ah
Respondo mais algumas dúvidas de Millie e largo o celular, precisando de um tempo.
Aidan ainda está preso, e a culpa é minha.
[...]
Depois de alguns minutos, um "toc toc" ressoa pelo quarto e eu murmuro em resposta um "pode entrar" esperando Tashi trazer meu café — não vou mentir, estou gostando um pouco disso.
Mas quem entra não é Tashi, e sim minha mãe.
— Eu achei que fosse Tashi. Saia — digo e aponto para a porta, minha voz é tão cortante quanto uma lâmina afiada.
— Sn precisamos conversar...
— Eu não quero ouvir, suma!
— Por favor filha.
— Não me chame de filha! — levanto com um pulo, e me aproximo dela, empurrando-a até o corredor. — Você perdeu esse direito quando começou a se preocupar mais com a minha vida do que eu mesma! Por que você não aproveita e se apossa do meu corpo também? Você já toma todas as decisões por mim mesmo! Vire Sn Jones logo de uma vez!
— Sn eu só fiz isso pro seu bem — ela cruza os braços e suspira.
— FODA-SE! Prender um garoto inocente? Por que você é egoísta demais pra aceitar que eu finalmente gostei de alguém? Quão podre você é?
— Ele não é inocente.
— E como você poderia saber? Sabia que aquela história que você me contou não é verdade? Foi um acidente. ACIDENTE. Ele nunca quis matar ninguém, mas é claro que você sai assumindo o pior. Aidan não é o garoto mais santo do mundo, mas não merecia ir pra cadeia, nem ser expulso!
Ela fica quieta por alguns instantes. Cruza os braços e os descruza, desconfortável. Finalmente, minha mãe se recompõe e endireita a postura — sei que ela faz isso para tentar me intimidar, mas hoje não vai conseguir.
— O que preciso fazer pra você me perdoar? — questiona.
— Solte ele, coloque-o na escola de novo, e não se meta mais na minha vida. Prove-me que você ainda tem salvação — respondo, e fecho a porta na cara dela.
A porta sela a tensão entre nós diretamente, mas o aperto no meu coração ainda está lá. Eu não acredito que ela realmente vá soltá-lo, mas a esperança é a última que morre.
Isso, claro, caso ela já não estivesse morta antes.
Desculpe-me qualquer erro.
Já comeram farinha láctea?
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Babá De Um Bad Boy | Aidan Gallagher
FanfictionA.G. | Aidan Gallagher é o típico bad boy galanteador de qualquer escola: tatuagem. Músculos. Um rosto bonito e uma personalidade duvidosa. E eu o odeio. Como filha da diretora da escola, é meu dever impor as regras que aidan tanto insiste em quebr...