22 | Problemas com a polícia

1.2K 166 90
                                    

Sn Jones

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sn Jones.

Eu tentei desesperadamente convencer o policial a liberar Aidan, mas quando se é menor de idade você não consegue fazer milagres. Suas palavras valem tanto quanto um chiclete grudado embaixo da mesa.   

O policial estava certo de que eu só estava inventando tudo porque Aidan havia me ameaçado, alegando que minha mãe foi bem clara em relação a denúncia. Ele me levou para casa, e assim que desci do carro, vi minha irmã sair correndo na minha direção. Ela olha uma, duas vezes, para o carro da polícia, e assente em silêncio, prometendo que tudo vai ficar bem e pedindo para que eu mantenha a calma. Mas ambas sabemos que é mentira.   

— Tashi — murmuro, abraçando-a e sufocando o choro.

— Ah Sn... Eu sinto muito — ela me aperta com mais força.

Os pneus arranham o asfalto, e olho para trás vendo o carro se afastar. Aidan seria levado para um reformatório.

Ele podia não estar me deixando por escolha própria, mas o destino não parava de colocar barreiras entre nós dois.   

De qualquer forma, sairíamos perdendo.   

[...]

Passo direto pela cozinha onde minha mãe está, correndo para o meu quarto. Não ligo para o que ela tem a dizer, e não quero ouvir suas desculpas.

Eu não quero ouvir nada, na verdade. Me jogo na minha cama e fecho os olhos, esperando até cair no sono.

[...]

Fiquei dias trancada no quarto, minha irmã trazia as comidas pra mim, e eu só saia quando precisava usar o banheiro. Faltei uma semana inteira de aulas — e isso nunca tinha acontecido na minha vida inteira — porque simplesmente não conseguiria botar o pé na escola sabendo de tudo que minha mãe fez.   

E isso também significa que eu não falei com Aidan. Se ele foi liberado, não me avisou nada.

Bufo em frustração e arremesso meu travesseiro longe. Ele derruba alguns livros da minha estante, e eu me levanto mais irritada ainda para juntar a bagunça.

Minha coleção cresceu bastante durante a semana já que passei as madrugadas inteiras lendo e relendo meus livros favoritos de fantasia — e pensando em como eu gostaria de ser independente como a Jude, forte como a Feyre ou ousada como a Izzy.   

A vida real é uma droga.   

Subitamente, meu celular faz um barulho de notificação, e pego-o na mesinha de canto, abrindo na conversa de Millie.

Millie: sua puta de bueiro pq vc não fala mais cmg?

Millie: sumiu a semana inteira e nem lembrou de dar um oi! UM OI!!! pelo menos me diga q está viva

Millie: pq eu ainda sou sua amg mesmo? VC NEM ME RESPONDE

Millie: se vc me responder te compro um pacote gigante de marshmallows   

Rio com as mensagens e digito uma resposta:

Sn: bem, qro meus marshmallows!

Millie: ah n q droga, eu jurava q vc ia me dar vácuo. nd de marshmallows pra vc, sinto mto (ou n).

Sn: desculpa ter sumido... aconteceram algumas coisas. pedi pra josie explicar pra vc. ela n falou nd?

Millie: falou mas eu não tenho paciência pra aguentar sua irmã. ela tem um parafuso a menos. e vc tem mãos pra falar cmg.

Sn: desculpe estava ocupada ignorando todos os meus problemas com livros.

Millie: nerd.

Millie: de qualquer forma, sinto mto por Aidan.

Sn: ele saiu do reformatório?

Millie: até onde os boatos vão... não. a mãe dele não tem dinheiro pra fiança.

Sn: ah

Respondo mais algumas dúvidas de Millie e largo o celular, precisando de um tempo.

Aidan ainda está preso, e a culpa é minha.   

[...]

Depois de alguns minutos, um "toc toc" ressoa pelo quarto e eu murmuro em resposta um "pode entrar" esperando Tashi trazer meu café — não vou mentir, estou gostando um pouco disso.

Mas quem entra não é Tashi, e sim minha mãe.

— Eu achei que fosse Tashi. Saia — digo e aponto para a porta, minha voz é tão cortante quanto uma lâmina afiada.

— Sn precisamos conversar...   

— Eu não quero ouvir, suma!

— Por favor filha.

— Não me chame de filha! — levanto com um pulo, e me aproximo dela, empurrando-a até o corredor. — Você perdeu esse direito quando começou a se preocupar mais com a minha vida do que eu mesma! Por que você não aproveita e se apossa do meu corpo também? Você já toma todas as decisões por mim mesmo! Vire Sn Jones logo de uma vez!

— Sn eu só fiz isso pro seu bem — ela cruza os braços e suspira.

— FODA-SE! Prender um garoto inocente? Por que você é egoísta demais pra aceitar que eu finalmente gostei de alguém? Quão podre você é?

— Ele não é inocente.

— E como você poderia saber? Sabia que aquela história que você me contou não é verdade? Foi um acidente. ACIDENTE. Ele nunca quis matar ninguém, mas é claro que você sai assumindo o pior. Aidan não é o garoto mais santo do mundo, mas não merecia ir pra cadeia, nem ser expulso!

Ela fica quieta por alguns instantes. Cruza os braços e os descruza, desconfortável. Finalmente, minha mãe se recompõe e endireita a postura — sei que ela faz isso para tentar me intimidar, mas hoje não vai conseguir.

— O que preciso fazer pra você me perdoar? — questiona.   

— Solte ele, coloque-o na escola de novo, e não se meta mais na minha vida. Prove-me que você ainda tem salvação — respondo, e fecho a porta na cara dela.

A porta sela a tensão entre nós diretamente, mas o aperto no meu coração ainda está lá. Eu não acredito que ela realmente vá soltá-lo, mas a esperança é a última que morre.

Isso, claro, caso ela já não estivesse morta antes.   

Desculpe-me qualquer erro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Desculpe-me qualquer erro.

Já comeram farinha láctea?

Babá De Um Bad Boy | Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora