☆Capítulo 02☆

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Maria Eduarda

Foram dias muito difíceis, perambulando pelas ruas de Portugal, suja sem comida, não via luz no final do túnel, como uma menina de 12 anos poderia viver assim.

Até agora eu não entendia o porquê da minha avó ter ido embora e me deixando para traz, não consigo conter as lágrimas que caiem sem parar, porque ela fez isso comigo.

Ando por todos os lugares da cidade procurando um lugar para ficar ou algo para comer, foi então que achei um pedaço de papel no chão, com o endereço de um acampamento para pessoa indigente, ou melhor sem teto, perguntei para algumas pessoas que passavam na rua onde ficava, mas algumas nem respondia, parecia que eu tinha uma doença contagiosa, mas um senhor vendo que ninguém me ajudava, tomou o papel das minhas mãos e me indicou o caminho correto.

Cheguei ao acampamento que ficava no extremo sul da cidade, assim que cheguei me deram comida e um lugar para dormir, não me questionaram o porquê de estar na sua, com certeza isso já era comum.

Aqui todos tinham uma função, por isso cada um trabalhava no que podia, o acampamento era mantido por doações, os feirante em dia de feira, nos dava tudo que eles não tinham conseguido vender, era dessa forma que conseguíamos as frutas , legumes e verduras a semana toda, como eu era criança, ajudava na cozinha.
Um mês nesse lugar, todos me tratavam bem, havia todo tipo de pessoa nesse lugar a maioria tinham perdido tudo e não tinha para onde ir, algumas eram formadas desempregadas e sem perspectiva de arrumar um novo emprego ou voltar para sua formação, lugar apesar de ter muitas pessoas era bem organizado, não tinha sujeira, existiam barracas separadas e as coletivas, eu como sou menor durmo com as outras crianças, existiam voluntários que vinham prestar serviços e uma delas era a Anna, uma professora, que ensinava as crianças que ainda não frequentavam a escola, eu me tornei sua aluna, pois não tinha como entrar na escola.

Três anos depois

___ Parabéns Maria Eduarda ___fala Anna.
___ Obrigada Anna___ digo emocionada.
___ O que gostaria de ganhar de presente?___ me pergunta ela.
___ Uma casa e uma família, que me amasse de verdade, mas isso é impossível___ falo, com os olhos cheio de lagrimas, pois sei que isso e quase impossível.
___ não fale assim, com certeza vai aparecer uma família que irá te amar muito___ diz ela.

___ A senhora sabe o que me aconteceu, tenho medo do que possa acontecer se encontrar uma família que apena finja me amar ___digo por que não esqueci o que me aconteceu e ainda não entendo por que fui deixada sozinha por quem dizia me amar.

___Eu posso imagino___ vou me mudar no mês que vem para Lisboa, recebi uma proposta de emprego que não posso recusar, o salário e um pouco melhor então resolvi me aventurar___ diz Anna.

___Então, não vamos, mas ter aulas? ____pergunto, já triste com a notícia.

___Eu espero que eles consigam outra pessoa, sinto por ter que abandoná-los, mas infelizmente não posso só pensar em vocês, tenho que pensar em mim também, já não sou tão nova e ainda não estou aposentada___ fala ela com lagrimas nos olhos.

___Eu vou sentir sua falta___ digo indo abraçá-la.

___ Por que não vem morar comigo? Onde vou morar não e tão grande mais tem dois quartos e você pode ficar com um, enquanto não consegue um emprego pode cuidar da casa para mim, o que acha?____ me pergunta ela.
___ Aqui eu trabalho para sobreviver, posso cuidar da sua casa até conseguir um emprego e ajudá-la com a despesa da casa___ se realmente me quiser morando junto.
___Com certeza quero sim, não iria te falar se não fosse verdade, onde vou morar tem muitas lojas que contratam sem experiencia para trabalhar , por tanto quanto tiver 18 anos pode começar até lá, apenas vai estudar, e me farar companhia.
___Se for assim, eu aceito ir morar com a senhora ____falo bem emocionada e feliz, porque agora terei uma casa, e irei para uma escola de verdade.

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