☆Capítulo 03☆

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Maria Eduarda

Foram dias muito difíceis, perambulando pelas ruas de Portugal, suja sem comida, sem roupas descentes, ninguém se importava com o estado em que me encontrava, sentia que não via luz no final do túnel, que o meu destino nunca iria mudar, como uma menina de 12 anos poderia viver assim no mundo, já não me importava com as lagrimas que caiam todos os dias, com a dor no peito ou mesmo quando a minha barriga roncava de fome, sempre que isso acontecia bebia agua para tentar matar a fome.

Até agora eu não entendia o porquê da minha avó ter ido embora e me deixando para traz, sem nada para comer, sozinha nunca casa vazia e ainda devendo e o dono não teve compaixão pela minha idade e tive que pagar caro, essas lembranças me machucam tanto que não consigo conter as lágrimas que caiem sem parar, olho para o céu e pergunto a Deus o porquê ela fez isso comigo, será que ela nunca me amou. Limpo as lagrimas e me levanto do chão duro, vou, mas uma vez a procura de algo para comer.

Já se passaram quase uma hora andando por todos os lugares da cidade procurando um lugar para ficar ou algo para comer e ainda não encontrei nada, parei perto de um pequeno prédio para descansar, foi então que achei um pedaço de papel no chão, peguei tinha o endereço de um acampamento para pessoa indigente, ou melhor sem teto, perguntei para algumas pessoas que passavam na rua onde ficava, mas algumas nem respondia, outras nem me olhavam parecia que eu tinha uma doença contagiosa ou algo assim, mas um senhor vendo que ninguém me ajudava, veio até a mim e tomou o papel das minhas mãos, leio o que estava escrito, me olhou e me indicou o caminho correto, mas mandou eu tomar cuidado já que eu era uma criança e com certeza sempre existia pessoas que iria tirar proveito de mim.

Eu agradeci a ajuda e seguir o caminho que ele tinha me indicado, foram mais uma hora andando.

Cheguei ao acampamento que ficava no extremo sul da cidade, assim que cheguei, fui recebida pelo responsável, que me explicou como tudo funcionada e depois disso fui levada a uma tenda onde me deram comida e um lugar para dormir, não me questionaram o porquê de estar na rua, com certeza isso já era comum acontecer com certeza. .

Aqui todos tinham uma função, por isso cada um trabalhava no que podia, o acampamento era mantido por doações, os feirante em dia de feira, nos dava tudo que eles não tinham conseguido vender, era dessa forma que conseguíamos as frutas , legumes e verduras a semana toda, como eu era criança, ajudava na cozinha.
Um mês aqui e todos me tratavam bem, havia todo tipo de pessoa nesse lugar a maioria tinham perdido tudo e não tinha para onde ir, algumas eram formadas desempregadas e sem perspectiva de arrumar um novo emprego ou voltar para sua formação, o lugar apesar de ter muitas pessoas era bem organizado, não tinha sujeira, existiam barracas separadas e as coletivas, eu como sou menor durmo com as outras crianças, existiam voluntários que vinham prestar serviços e uma delas era a Anna, uma professora, que ensinava as crianças que ainda não frequentavam a escola, eu me tornei sua aluna, pois não tinha como entrar na escola.

Cinco anos depois

___ Parabéns Maria Eduarda ___fala Anna.
___ Obrigada Anna___ digo emocionada.
___ O que gostaria de ganhar de presente?___ me pergunta ela.
___ Uma casa e uma família, que me amasse de verdade, mas isso é impossível___ falo, com os olhos cheio de lagrimas, pois sei que isso e quase impossível.
___ não fale assim, com certeza vai aparecer uma família que irá te amar muito___ diz ela.

___ A senhora sabe o que me aconteceu, tenho medo do que possa acontecer se encontrar uma família que apena finja me amar ___digo por que não esqueci o que me aconteceu e ainda não entendo por que fui deixada sozinha por quem dizia me amar.

___Eu posso imagino___ vou me mudar no mês que vem para Lisboa, recebi uma proposta de emprego que não posso recusar, o salário e um pouco melhor então resolvi me aventurar___ diz Anna.

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