02' Azar no azar

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#DançandoNasEstrelas

"‎Droga pessoa idiota, agora aguenta. Ninguém mandou achar que era dono do mundo e nada podia acontecer."

Por motivos que eu, sinceramente, e, vergonhosamente, gostaria de ignorar ou negar, essa frase de Hamlet está funcionando como algo do tipo: "eu te avisei, seu idiota!", e ela é bastante propícia para a minha situação. Pois bem, eu estou preso no trânsito de Nova York fazem exatas três horas, e contando.

Eu sei que pode parecer drama, da forma que eu disse, parece até mesmo que estou preso no espaço como Tony Stark no último filme dos Vingadores, mas isso não importa. Vamos focar no meu problema.

É como dizem: não devemos diminuir a dor do outro.

Em suma, lá estava eu, debaixo do Sol quente parado há horas esperando que alguma luz me tirasse dali. Havia um engarrafamento gigantesco naquele exato momento, provavelmente algum acidente ou algo assim.

A verdade é que, eu, como um caipira vindo de uma cidade pequena do Texas deveria saber que mudar-se para uma cidade grande de repente, não seria fácil. Eu sabia que deveria ter escutado a mamãe e pesquisado bem sobre essa cidade antes de vir. A única coisa que fiz, foi procurar saber lojinhas de doces onde eu pudesse comprar meus donuts em paz.

E bem, se a situação já parece ruim, espere até que eu termine. Meu celular já não tinha sinal, e para piorar ainda mais, a bateria estava acabando. O creme hidratante que passei em meu corpo antes de viajar está claramente craquelado, parece que eu estou trocando de pele. Uh!

Eu sabia que não deveria tê-lo comprado estando tão barato.

Aliás, conhecendo o belíssimo amigo que tenho, vulgo Jung Hoseok, eu estou parcialmente ferrado. O maluco com certeza está desesperado por eu não o ter respondido ou ligado até agora para dizer que cheguei e com ainda mais certeza, deve achar que sofri um acidente na estrada e morri.

Tenho certeza de que ele foi correndo lá pra casa colocar minha mãe em desespero também. Eu mereço!

Quando finalmente eu vi uma brecha sendo deixada no trânsito, dei uma de Dominic Toretto e acelerei o carro o quanto pude — cantando pneu e tudo. —, e saí dali antes que desse alguma outra merda.

(...)

Eu nem vi quando cheguei à fachada da NYAD.

Meu corpo praticamente me levou inteiramente no automático para dentro da instituição, e eu, para ser sincero, agradeço por isso, se eu me desse conta de onde estou neste momento, com toda certeza, absolutíssima certeza, eu estaria me cagando, acredite, de forma totalmente literal. Eu devo ter intestino solto.

Eu sou do tipo de pessoa que marca presença com meu jeito extravagante de me vestir. Roupas coloridas que saem completamente do padrão que, pela sociedade, eu deveria me inserir. Eu gosto de saias, croppeds, tiaras, em geral, roupas "femininas demais", além das minhas pulseiras de miçangas que eu me recuso a tirar do meu pulso. Eu gosto, e me sinto bem usando, é o que importa, não é? Mas nem sempre a sociedade vê bem isso, vocês sabem, é uma droga!

Todavia, apesar de tudo isso, eu sou um garoto que prefere ficar no meu canto, sou extremamente introvertido — dá pra notar isso pelo fato de Hoseok ser meu único amigo em 22 anos. —, mas isso não me importa tanto, até porque nunca tive grandes problemas, talvez eu até seja um pouco sociável, é só que não quero ninguém metendo o bedelho na minha vida, dá 'pra entender, não é?

Jeon Jungkook? Rapaz, está tudo bem? — Ouço a voz suave de uma mulher que me pergunta, fazendo-me acordar do transe.

Acreditam que eu estava parado na entrada que nem um bocó com cara de bunda? Eu juro que quero chorar até não ter nenhum líquido restante no meu corpo.

DANÇANDO EM SIRIUS • JJK + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora