Capítulo 14 Sombras do Passado

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Depois, de mais uma reunião do conselho, onde Thranduil fez força para se concentrar em tantas tarefas, ele decidiu beber. O destrato da garota o incomodava, suas respostas provocativas que o tiravam do sério e parecia por um instante que seus planos pareciam não funcionar.
Sorveu inúmeras taças até sentir os dedos dormentes, vantagem que os elfos possuíam, pois podiam beber o quanto quisessem sem se embriagar.

A mortal fora tratada e adormecia. Não era culpa sua o fato de ficar sonolenta. Os chás possuíam esse efeito e como antibióticos naturais a fariam melhorar mais rápido assim como os emplastros. Estava sendo um  um desafio e venceria. Nunca desistia facilmente de algo, no entanto, sua mente inquieta, ia ao passado, o que ele muito fazia esforço para não retroceder.

Nos últimos tempos, sonhos o atormentavam e as cenas de um episódio, ao qual jamais esqueceu, passou a se desenhar em sua mente com força, o questionando se seria real ou alimentado por sua desconfiança.

A imagem bela da falecida esposa, surgiu como um sopro de esperança e fez ele por um instante, se desviar do que sentia e  relembrou sua história. Do momento, que a conheceu, ao noivado, o casamento e o chegada do filho. Os instantes felizes, e a residência vasta, cheia de mordomias e o jardim secreto construído com o amor, onde ali diversas vezes fizeram promessas.

Depois, o período de guerras, as lutas incessantes da Batalha da Última Aliança, a Guerra do Anel e a página mais difícil de sua vida, a perda da esposa, na Torre Gundabad. A jornada com folha verde pequeno e os aprendizados, da adolescência a juventude e o rei, sentia orgulho dessa parte, por mais que a saudade dolorosa, da esposa massacrasse seu peito. Ele fazia esforço por não lembrar a dor de sua perda, o filho bebê ao qual ficou responsável, como nunca esquecer que foi uma benção a criança ser salva. Houve momentos que o culpou pela morte da rainha, mas isso não cabia em seu coração, sempre amou os dois e entendeu que ela jamais poderia sobreviver após passar por aquele terrível episódio.

O tempo agiu a seu modo, e muitas cenas foram apagadas outras continuavam vivas, reacendendo a dor que incessante  permanecia o tornando frio e indiferente, um elfo seco de sentimentos que possuía força apenas em seu ódio e poder. 

Tudo fora destruído. Nada havia dela que pudesse recordar sua vida ao seu lado. E o rei  sentiu-se grato. Lembrar seu amor e beleza e depois ver tudo aniquilado em cinzas serviria para ser um chicote a sua alma.

A morte do pai, o obrigou a seguir seus passos e ele decidiu permanecer retirado em um castelo recluso, nas proximidades de Doriath. O tempo foi passando, a saudade diminuiu pouca coisa e o rei sentiu o vazio da solidão quando seu filho adulto, se afastou e tomou seu destino.

A vida solitária, seguiu seu ritmo, mas o corpo reclamou a falta do prazer e mesmo que sua condição élfica, fosse desligada das paixões, sucumbiu aos caprichos da carne se entregando a momentos de luxúria nas festas que passaram acontecer com frequência. Um dia seria chamado a responsabilidade, mas acreditou que podia mudar as coisas a seus favor. A fuga para sua dor e distração, fizeram conhecer diversas elfas de sua raça e assim desfrutar de momentos agradáveis. 

Memórias do Passado

Após, ser servido de bebida e cruzar o salão, Thranduil arrastou o manto pelo tapete vermelho. O salão nunca estivera tão belo. A decoração em verde e dourado combinava com sua vestimenta cravejada de esmeraldas. A prata polida brilhava na mesa farta , onde grande banquete fora servido. Os convidados sorridentes, vestidos com elegância, riam e enalteciam grande soberano que celebrava mais um século de vida. Sua beleza surreal e o charme irrestível, atraíam olhares de todas as elfas que ansiosas esperavam uma oportunidade.

No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora