No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)

Capítulo 27 Surpresas do Coração

Ele a soltou fazendo tropeçar em seu vestido e Yava bufou. As consequências de seus atos ficaram evidentes e decidiu se calar. Seus olhares permaneceram um no outro. A expressão dura do elfo se desfez e com passos elegantes, afastou indo até a mesa do vinho. Sua voz grave quebrou o silêncio:

-Teimosa e rebelde, quando tudo que precisa para se manter em segurança é permanecer em seu lugar.

A taça que tomou em uma das mãos foi preenchida com vinho. Tomou alguns goles e se colocando a frente dela prosseguiu:

- Ei de concordar que tem uma qualidade bastante atrativa. Aprecio sua curiosidade, mas isso não irá a proteger do que seus olhos mortais não conseguem enxergar.

Yava mirou o chão sentindo ele caminhar em seu entorno. Havia uma fagulha de cinismo em suas palavras que poderia fazê-la explodir. Porém, segurou as palavras em sua garganta. Ele se colocou ao seu lado e a mortal ergueu os olhos encontrando o rosto dele. Seus dedos longos puxaram uma pequena mecha de cabelo molhado, que colou na bochecha a fazendo derreter com seu toque. Engoliu a saliva, nadando em sua mente para encontrar uma resposta que a salvasse.

-Jante comigo essa noite. Posso perdoá-la por seu gesto impensado .-sussurrou próximo sua nuca.

Yava sentiu um arrepio e o encarou  com surpresa e indignação:

-Perdoar? Eu não fiz nada de errado.

-Não.-respondeu com olhar presunçoso.-Somente colocou sua vida em risco e descumpriu minhas ordens.-Virou o rosto analisando o exterior, seu cabelo prateado bateu as costas o assemelhando a um garanhão. Yava fechou os olhos lentamente. Não teria que ir contra seus argumentos. Afinal, sem escapatória, assinou o infeliz acordo não tendo nem mesmo como lê-lo.

Seu sinal para sair, a deu alívio e caminhando pelo acampamento, uma palavra repetiu em sua cabeça. Ferrada, isso resumia seu caso. Encontrou um tronco de arvore seco e sentou ouvindo o canto dos passarinhos. Queria fugir dali o mais rápido possível. Sua realidade a desalentava e mais ainda o elfo arrogante que se intitulava seu dono. Fora muito corajosa e resistente, porém sua visão e seu toque a causavam um choque elétrico.

Thranduil aproveitava de sua fraqueza para a desestabilizar. Ele sabia que estava apaixonada. Foi assim, quando a prendeu em seu quarto e usou desse artifício. Repetia na mesma medida com o acordo para ter seu ouro e garantir a paz na Terra Média. Considerava esse último importante, entretanto sua cobiça não ficaria longe a primeiro momento. Pensou em sua tia, esse fato era o mais perturbador. Não acreditava que tivesse tanto poder a ponto de amaldiçoar o rei da floresta; seria uma coincidência extrema e maluca se ver nos braços daquele que a fez mal. O passado não tinha que ser remexido, a promessa de sua mãe fora quebrada e a paixão que sentia pelo elfo como fogo, dominava sua alma. Podia ser tão amaldiçoada como ele, porém não julgou pensar.

Bebendo vinho um tanto contrariado, Thranduil ajeitou suas vestes. Que diabos, ele era? Um soberano imortal ou um cãozinho adestrado? Se excitou ao vê-la molhada, sua voz e ousadia incendiou a libido como um vulcão. O ciúme por saber que se banhou nua, o corroeu como um veneno. Como não bastasse a queria proteger. Estava perdido por ela e não conseguia a ignorar. Precisavam ficar a sós, terem uma conversa franca.Iria aguardar o anoitecer, sabia que iria encontrá-lo e antes, decidiu falar com Legolas.

O herdeiro do rei, tivera outro de seus sonhos. Desta vez, com a mesma moça que apareceu anteriormente. Porém, a mesma carregava uma criança em seus braços e Legolas se viu como filho da jovem elleth que sorria, brincando com o rebento. Seus olhos meigos tinham o verde da floresta e os cabelos negros emolduravam o rosto pequeno e alvo como a neve. Acreditou ser sua mãe, embora não conseguisse lembrar seu rosto em detalhes. Era um elfinho bebê quando ela partiu. Seu pai raramente tocava nesse ponto e ele considerou que sua imaginação andava fantasiando muita coisa nos últimos tempos. Alcançou a tenda real. O chamado de seu pai pelo servo, indicava ser urgente.