O clima tenso não mudou em nada após o ocorrido no escritório, nem seria para menos depois da madrugada acalorada que as meninas tiveram. Hwasa estava de ressaca, nunca havia provado uísque e nem tão pouco se poupou de beber até que seu corpo não aguentasse mais. Acordara com o rosto inchado e os olhos tão pesados quanto sua cabeça. A sensação de que uma bigorna havia sido jogada sobre ela era constante. Como de costume elas foram acordadas com o bafo matinal de Hunter fedendo a álcool velho e brutalidade. Ele não brincava em serviço e era um alcoólatra desgraçado e sem escrúpulos e apaixonado por uma ‘stripper’ que não queria nada mais que usá-lo para escapar de uma emboscada cujo qual ela ficaria para sempre se não desse um jeito de fugir. Por outro lado, a mesma ‘stripper’ era burra o suficiente para se apaixonar pela pessoa que a prendeu (ou ordenou que fizesse); e aparentemente não era a única. Tinha uma nova garota na jogada. Mais uma com Síndrome de Estocolmo. Mais uma sendo feita de otária enquanto se escravizava para encher de dinheiro o bolso daquela que estava lhe fodendo mental e fisicamente (e nunca de um jeito bom).
Hwasa passou a dia com nojo de si mesma, como poderia, levada pelo álcool e êxtase do momento ter feito aquilo? Como pode ela ter se entregado daquela forma a alguém que só a maltratava, alguém que havia acabado com seus sonhos e destruído a sua vida. Destruído tudo que ela havia planejado não só naquele momento, mas para sempre, pois jamais se recuperaria do que passasse ali. A morena estava parada frente ao balcão do bar enquanto Solar lavava a louça e limpava seu local de trabalho. Os olhos fixos de Hwasa na parede enquanto escorriam lágrimas de seus olhos. Lágrimas silenciosas de um choro quase imperceptível. A expressão de nojo impregnada em seu rosto, presa a ele como uma máscara ou a maquiagem de um filme de horror estadunidense.
— O que houve, amiga? O que aconteceu? — indagou a barmaid preocupada, mas não obteve nada além de um suspiro.
— Sabe… é preciso ter uma mente cruel e doentia para agir com tal maldade para com outras mulheres quando você se posiciona como uma mulher de poder. Ela chegou onde poucas ou quase nenhuma mulher pôde chegar na Coreia e simplesmente não suportou o poder. Subiu-lhe tanto a cabeça que ela virou uma escrota nojenta — disse sem pausa. Cuspiu as palavras com tanta vontade que Solar encarou como um desabafo.
— Hwasa… Eu simplesmente não sei o que dizer. Não sei o que houve ontem lá em cima, mas sinto muito — disse. Seu tom tão calmo e complacente que fez Hwasa chorar mais ainda. Há tempos não recebia verdadeira demonstração de carinho. O que a fez lembrar de sua família e ter saudade do lugar onde antigamente costumava chamar de lar.
As duas uniram-se num abraço que acabou quando Hunter chegou batendo o cano de seu revólver sobre o vidro do balcão.— Aqui não é lugar para isso! É hora de trabalhar. A menos que vocês fodam em cima desse balcão para eu me masturbar assistindo as duas gostosas se comerem eu não quero saber de agarração! Continua a porra da faxina, vadias!
— Você é nojento, Hunter — balbuciou Solar.
— Você disse algo? Hm? Pois, bem! Achei ter ouvido algo. De volta ao trabalho mulherada, o ‘showzinho’ acabou — gritou enquanto ia em direção a porta.
[…]
O toc toc na porta e os gritos histéricos de Rebecca foram o despertador de Moonbyul que estava em sua casa em Nelson. O que Moon não sabia é que a mulher estava com disposição o suficiente não só para reatar o pseudo-namoro mas também para descobrir o que a ex tanto tramava e o porquê de viajar tanto, e para tal contratou um detetive particular para vigiá-la e quando recebeu dele um endereço eletrônico com fotos e localização da platinada tratou logo de realizar uma visitinha. Moonbyul levantou da cama com sua aparência que lembrava bastante um zumbi, depois de uma noite de brigas e bebedeira não era para menos: estava exausta e não só fisicamente. Tinha muito trabalho a fazer e precisava descansar. Uma visita inesperada da ex xexelenta era tudo que ela não precisava (e nem queria)! Abriu a porta em estado de sonambulismo, os olhos mal abriam.
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Between Us || Hwabyul
FanfictionA Rainbow Bridge World é uma empresa de caça-talentos que começou na cidade de Seul, Coréia do Sul e hoje possui filiais espalhadas por 24 países do mundo. Anualmente, a empresa envia seus recrutas ao festival de talentos da primavera em busca de jo...