Between Us || Hwabyul

Problemas

Moonbyul mora na cobertura de um dos prédios mais cobiçados do centro de Seul, muito conhecido por seu ‘design’ e arquitetura desenvolvidos por uma famosa arquiteta chamada Zara Park. Ela também construiu prédios para o governo. O edifício moderno, tem o formato arquitetônico de uma pena de pássaro, mesmo que esse, fosse gigantesco e de aço. As janelas eram completamente pretas e enormes, geralmente cobriam toda a parede externa dos andares. Quando a luz do sol refletia nele, os vidros tomavam um tom de azul perolado, e na luz da lua, ou do céu sem cores, apenas se via uma enorme e belíssima torre negra. Aliás, este é o nome do edifício: Black Tower. Moonbyul entrou pela garagem, no lado B do prédio e procurou por uma de suas vagas na garagem. Estacionou o Lamborghini vermelho na vaga sobrando entre seu BMW e seu Mustang. Tratou de logo subir para sua cobertura. O prédio possui o elevador mais rápido da cidade, podendo percorrer mais de cinquenta andares em 15 segundos, desde que não houvesse paradas. Quando entrou em seu apartamento, na cobertura, percebeu que Yang, uma senhorinha que trabalhava para sua família desde que ela era pequena, já havia partido. Estava certa. Já era tarde.

A platinada, que estava com a cabeça em chamas de tanto pensar, programou sua hidromassagem para um banho quente e relaxante. Desceu para cozinha e encheu uma de suas taças grandes de vinho branco seco, pegou alguns queijos, numa tábua de madeira pequena e decorada com o símbolo de um espeto de lula, e voltou para a área da hidro, deixando aquilo em uma bancadinha próxima, pensada especialmente para ocasiões como aquela.

Pegou seu telefone e percebeu haver 16 mensagens e 32 ligações perdidas de Hunter, seu funcionário mais confiável da Austrália. Limpou as notificações sem olhar as mensagens e com sua digital no sensor, desbloqueou o aparelho. Colocou uma música clássica em som ambiente e baixou a luz, aumentou a temperatura. Sentada na beira da hidro, tirou seus saltos e massageou um pouco os pés, tirou sua blusa de algodão, deixando seu belo corpo magro quase despido. Levantou-se e desabotoou a calça bordô e deixou-a cair de seu corpo. Suas curvas sutis contrastadas com a luz do ambiente dariam belas fotografias para um ensaio sensual. A platinada desabotoou seu sutiã de renda e deixou que o mesmo escorregasse pelo seu corpo até o chão, em seguida, tirou sua calcinha, e entrou na água aquecida e borbulhante da banheira. Sentiu seu corpo relaxar gradualmente quando a água abraçou seu corpo por completo, ela fechou os olhos por alguns segundos apreciando o momento.

Moonbyul lembrou conhecer o oncologista da família, e possuía o número dele. Talvez ele pudesse ajudar James Harrison, o senhor da cafeteria cujo qual era praticamente um dos poucos familiares que ela tinha, mesmo que por consideração. Abriu os olhos e procurou o celular, pegou o pequeno aparelho e disse "ligar para Joshua Oh!". O aparelho executou a autodiscagem e no terceiro toque uma voz grosseira e máscula atendeu, educadamente.

— Doutor, sou a Moonbyul, você costumava trabalhar com a minha família, antes do… do acidente. Ahn, tem um amigo meu, com estágio 4 de câncer de pulmão, e bem… será que pode dar uma olhada nos registros médicos dele? Se houver algum tratamento paleativo gostaríamos de saber — disparou, com um pouco de vergonha.

— Ah! Claro. Em qual hospital ele está? Posso pedir a transferência dele para minha clínica.

— Ele se consulta com a Yuna Yoon no General Hospital of Seul. Muito obrigada pela ajuda.

— Não há de quê! — respondeu manso, e desligou.

…

Na manhã seguinte, a empresária acordou cedo e se preparou para um dia cheio. Ligou para Hunter logo após sair do banho, pois suas mensagens não especificavam nada. O homem disse então, que Hwasa machucara um dos clientes mais frequentes da ‘boate’, e que a mulher se recusava a trabalhar. Ela percebera que precisaria retornar logo, antes que a maluca destruísse seus negócios.