01%

267 17 2
                                    

São 10:00h da manhã. Levantei já disposta — arrumando a casa, fazendo o café da manhã —, esperando ansiosamente pela ligação de um restaurante, em que deixei meu currículo. Meus pais dizem que não preciso trabalhar, mas é meu dever, minha responsabilidade. Eu quero ter o meu próprio dinheiro, mesmo porque preciso um dia dar uma passada por Texas, é o meu sonho.

O que me lembra meu ex-namorado. Ele dizia para mim e para todos que iria para lá comigo, nós dois, juntos. Mas, hoje nem nos falamos. Talvez porque eu que terminei com ele, ou, porque ele deve ter começado a gostar de outra garota, ou sei lá. Para falar a verdade, nunca entendi os homens, o único que entendo, pouco ainda, é o meu pai. E olha que ele nem passa muito tempo comigo.

Papai é piloto de avião. Bem provável que começou a se apaixonar por isso quando era mecânico. Já mamãe, é aeromoça desde seus vinte e quatro anos. Ela passou seis anos de sua vida se dedicando aos cursos de espanhol, francês e italiano.

Imagina que maluco, eles se conheceram no curso — pois eram no mesmo lugar —, começaram a namorar e depois de um ano se casaram. Meio rápido, né? Mas estão juntos até hoje. É como uma soma: 1 + 1 = 2 + 9 = 3, se é que vocês me entendem.

O telefone começa a tocar, então corro para atender.

— Alô?

— Oi. Meu nome é Clara, sou atendente do restaurante de Matthew.

— Oi, Clara. Tudo bem?

— Tudo ótimo. Então, ele me pediu para que eu ligasse a você, dizendo para vir amanhã, fazer uma entrevista.

Por um momento parei para pensar: isso não está realmente acontecendo, mas, felizmente está.

— Claro, pode deixar, irei ir. — falei entusiasmada.

— Ótimo. Passarei o horário para você por email.

Ainda não fui empregada. É melhor esperar a resposta do Matthew. Mas não aguento, e já estou pulando de alegria na sala. Mamãe aparece toda descabelada, não é novidade que ela acabou de acordar.

— Bom dia. Por que está tão feliz? — ela parou por um momento. — Não me diga que... — balancei cabeça confirmando. — Que legal filha, parabéns. Estou muito feliz por você — falou ela me dando um abraço forte.

Realmente, ela estava muito feliz, dava para ver em seus olhos o orgulho. Eu não sabia que seria tão bom arrumar um emprego. Eu não sabia que seria tão bom ver minha mãe se orgulhar de mim.

— Na verdade, Clara, a atendente do restaurante, ligou aqui me avisando para eu ir lá amanhã, fazer a entrevista.

— Estou muito orgulhosa de você. Ser garçonete pode não ser um trabalho que você fale: meu Deus, mas que emprego maravilhoso, mas para quem está começando, com dezesseis anos, está ótimo.

Aquelas palavras me fizeram tão bem...

[...]

Já era 11:30, e, por volta deste horário, levo meu cachorro, Sammy, para passear. Tenho ele desde meus treze anos. Depois de fazer muito drama, meus pais deixaram eu ficar com ele, mesmo porque, ele era — continua sendo — tão fofo que até eles não conseguiram dizer "não".

Eu dizia a meus pais que quando Sammy crescesse um pouco mais, isso em 2012, eu o treinaria para trabalhar com a polícia, já que eu tenho o sonho de me tornar policial. E não é que o treinei?

Peguei uma roupa minha, e pedi para minha mãe distrair Sammy, e então me escondi. Com essa minha roupa, mamãe fez com que Sammy a cheirasse e fosse a atrás de mim, e adivinha? Ele foi até a cozinha e abriu a porta do armário, latindo para mim e rebolando sem parar.

...

Minha mãe e meu pai dizem que estou ficando doida, pois é muito perigoso a vida de policial. Mas desde pequena digo a eles: Quando eu crescer, quero ajudar as pessoas. E é o que vou fazer. Já pensei em ser médica, ou veterinária, mas não nasci para isso. Não consigo me imaginar dando uma agulhada em uma pessoa, quem dirá em um animal.

Já na rua, passeava com o Sammy. Teve um momento que Sammy parou para mijar, e havia um homem que aparentava ter em média uns 32, 33 anos. Ele toda hora estava por perto. O que me fez ficar bem alerta com ele.

Quando fui dar a volta pela praça, indo em direção da minha casa, vi ele abraçando uma garotinha, era a filha dele. Acho que ando assistindo muita televisão.

Estou andando na rua com Sammy, algumas pessoas até param para brincar com ele - ou ao menos tentar.  Continuamos passeando pela praça. Enquanto Sammy para pra fazer suas necessidades, fico observando o dia lindo que está hoje: céu azul bebê; nuvem algodão. Um dia perfeito para fazer um piquenique, ou algo do tipo.

Sammy já terminou de fazer suas necessidades, então espero ele jogar areia no mesmo e continuamos em frente.

Ele nunca se deu bem com ninguém, exceto eu e minha família. Todo mundo que ia e vai lá em casa, ele trata como se fosse um bandido tentando assaltar nossa casa. Depois de um tempo ele para.

Mas, hoje, na caminhada, achei ele muito estranho. Estávamos a caminho de casa, então Sammy se soltou da corrente, e pulou em um cara. Como já disse, ele nunca se deu bem com ninguém, mas deixei passar.

...

Agora já estou em casa, grito por minha mãe, mas não obtenho respostas, então decido sair.

Subo para meu quarto, coloco uma calça jeans, cor vinho; uma blusa preta básica; um casaco verde-escuro; e uma bota.

Com esse dia lindo, sem chance que ficarei em casa. Estou pensando em ir para o parque.

Pego o meu caderno de anotações e escrevo em letra maiúscula: " MAMÃE, FUI AO PARQUE. ESTAREI AQUI ANTES DE ESCURECER. BJOS, AMO VOCÊ. ASS: MELANIE. ", rasgo a folha e a colo na geladeira.

[...]

Estou no parque, agora o dia já está ensolarado, então vou em direção a uma árvore grande e espaçosa que ficava no meio do parque, pego meu livro e sento me encostando na árvore, arrumando uma posição para ler.

*Trailer na mídia* (colocarei o Trailer até 05%)

Capturada por amor || Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora