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Levanto-me com o alarme estridente do meu celular. Ainda deitada o procuro pela cama, então o desligo.

Era hora de me arrumar para a entrevista. Sentei na cama e fiquei olhando para o nada, imaginando como vai ser daqui para frente. Se eu for empregada, claro.

Levanto da cama já indo em direção ao banheiro. Faço minha rotina matinal: escovo os dentes; uso o banheiro; lavo o rosto. Desço para a cozinha, indo preparar um café da manhã para mim. Não vou querer sentir enjôo na minha primeira entrevista de trabalho.

Paro por um momento e vejo todo o meu café da manhã na mesa: pão com manteiga; torrada com geleia; bolo de mandioca; café. Tantas opções que nem sei o que comer. Quando decido o que comer --- pão com manteiga e café ---, vou pegar o leite na geladeira e vejo o bilhete que minha mãe deixou: "FILHA, EU TENTEI FICAR ACORDADA, JURO QUE TENTEI, MAS, NÃO AGUENTEI ME DESCULPA. DEIXEI O CAFÉ PRONTO PARA VOCÊ. BOA SORTE NA ENTREVISTA. BJOS, AMO VOCÊ. --- SUA MÃE.

Sorri pelo bilhete e então fui comer.

[...]

Me enrolei na toalha, com uma no corpo e outra no cabelo. Fui no meu quarto e peguei a roupa que deixei separada no cabide --- calça jeans preta; blusa azul xadrez e all star branco. Fui ao banheiro novamente, tirando a toalha do meu cabelo e pendurando a mesma. Passei a mão no espelho já suado, com a intenção de tirar todo o vapor. Por um momento fiquei parada, olhando para mim mesma no espelho. Comecei a pentear o meu cabelo, ainda me olhando; meu cabelo loiro molhado; abaixo dos meus olhos verdes-acinzentados havia olheiras.

Depois de pentear meu cabelo, passei uma maquiagem básica, com a intenção de esconder aquelas olheiras. Não escondeu bem, mas tá melhor do que antes.

Pego meu celular e um fone e vou pegar um ônibus, já ouvindo Apologize --- One Republic.

[...]

Em média de 15 minutos depois eu chego no restaurante.

O restaurante, de tão grande, até me lembrava um Hipermercado. Era um restaurante para classe média, como eu havia percebido. Ele era todo branco com partes vermelhas, por todo lado.

Respirei fundo, sequei os suor de minhas mãos em minhas calças e entrei. Lá havia duas garotas; uma optava por saia longa e salto alto; e outra, como eu, por uma roupa básica; calça e tênis.

Sentei em um banco que estava disponível, no meio das duas garotas, uma ruiva dos olhos azuis como o mar e uma branca como a neve, morena dos olhos verde num tom escuro. Para acalmar meu nervosismo e não ficar aquele clima tenso, resolvi falar com elas.

Rebecca é Brasileira, parece que veio para cá para conhecer o lugar, então resolveu trabalhar, para não ficar sem dinheiro.
Já Amy, nasceu aqui, mas morou na França com seus pais desde seus doze anos. Ela veio visitar um parente seu, pois parece que ele está com uma doença grave.

Na minha opinião as duas são merecedoras desse emprego. Será que eu sou?.
Falei a minha situação para elas: Eu quero trabalhar para ser responsável e ter o meu próprio dinheiro.

--- Você também merece. Poucas pessoas da sua idade hoje em dia querem trabalhar --- comentou Rebecca.

--- Concordo com a Rebecca. Só por você estar querendo trabalhar, já se torna merecedora.

--- Obrigada, meninas. Estou meio que aliviada agora --- falei dando um sorriso.

Uma voz masculina gritou de lá de dentro: "Rebecca Soares".

Capturada por amor || Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora