VELHA NOVA CASA

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POV JULIO

Viajar com a Hope estava sendo uma das melhores coisas que já fiz na vida, definitivamente valeu a pena pesquisar cada ponto interessante e bonito entre Mystic Falls e o nosso destino no Alabama de última hora. Tentei ao máximo não retardar nossa chegada, mas também não queria pular nenhum ponto especial que havia incluído no tour. Não foi difícil convencê-la a visitar alguns museus de artes, ela realmente amava aquilo; clareiras escondidas em florestas, gentilmente indicadas pelos lobos mais rodados da matilha; mas, meu momento favorito foi quando chegamos a uma cachoeira não tão grande, mas linda. Estava um dia de sol, tínhamos sanduíches e fatias de uma torta de limão que compramos em uma doceria da cidade anterior em que paramos. Deixamos nossas coisas um pouco longe da margem e fomos aproveitar a água. Estava fresca, quase gelada, mas não nos impediu de nadar ou mergulhar. Estávamos nos divertindo quando Hope teve a brilhante ideia de escalar a cachoeira e pular lá de cima. Eu não sou um cara medroso, mas, quando não faço parte da turma de imortais, ideias assim me deixam com o pé atrás. Pensei em dizer que ela estava louca, mas, ao vê-la tão feliz e animada, não pude dizer não. Demoramos pouco para escalar, ter uma impulsão sobrenatural ajudava muito nesse tipo de coisa. Uma vez lá em cima, ela foi inutilmente gentil em perguntar:

H: - Tem certeza ? – Questionou sorrindo.

J: - Eu não subi até aqui pra ver só você mergulhar. – Disse retribuindo o sorriso.

H: - Te vejo lá embaixo!

J: - Estarei logo atrás de você.

Então ela tomou um pouco de distância e pulou. Corrigindo, pular foi o que eu fiz do meu jeito desastrado, Hope saltou ao melhor estilo acrobata. Contei pelo menos três piruetas antes de lembrar que eu tinha que encontrá-la lá embaixo e me jogar de uma altura de uns 10 metros no mínimo. Achei que fosse doer mais pela maneira desajeitada que meu corpo encontrou a água, mas logo nadei até a superfície e procurei a Hope. Olhei em volta, mas não a via em lugar nenhum.

J: - Hope! – Gritei antes de nadar um pouco mais. – Hope!

De repente, senti algo me puxando embaixo da água com força, me assustei, atoa. Um metro abaixo da superfície ela soltou meu corpo e subimos juntos.

J: - Você me assustou.

H: - E você demorou. – Ela disse sorrindo.

Não me lembro da última vez que fui tão feliz, deixei esse sentimento tomar conta de mim e simplesmente a beijei. Geralmente não era eu que tomava a iniciativa, deixei que ela fizesse o que quisesse a viagem toda. Mas não pude evitar o impulso naquele momento. Por um instante, tive medo de estar estragando tudo e ter tido uma atitude idiota, mas ela retribuiu o beijo, me permitindo aproveitar ao máximo aquele momento. Quando o beijo estava ficando mais intenso, ela nos separou.

H: - Estou com fome. – Disse depois de recuperar o fôlego.

J: - É, eu também. – Disse sorrindo.

Saímos da água e fomos até nossas coisas além da margem, estávamos mesmo famintos. Depois que terminamos de comer, Hope achou melhor checarmos nossa rota até o Marco, estávamos bem perto de chegar.

J: - Podemos fazer mais uma parada para descansarmos à noite e, amanhã pela manhã, estaremos com ele.

H: - Espero que ele não tenha ficado chateado pela nossa demora.

II - A Décima Vela | II - The Tenth CandleOnde histórias criam vida. Descubra agora