Dor e Amor

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Uma semana se passou enquanto o imperador e seus terceiros fizeram uma busca incessante por Minerva, logo após sua tentativa de sequestro ter dado errado ela desapareceu da cidade e do mapa. Kuzco até tentou intimidar a família da sequestradora, mas não obteve resultado. — Estou preocupado —o moreno sussurra enquanto segura o rosto de sua amada e a garota compreende seu medo deitando o rosto na palma de sua mão. Kuzco por preocupação cola sua testa na outra e troca energia pura e de amor com a jovem artesã.

—Acho que o fato de ela ter sumido foi por medo, talvez ela nem volte mais! Vamos pensar lado positivo da coisa, pois a tensão em que seu povo está acaba com qualquer clima de alegria. — Ela acaricia seu ombro e depois lhe dá um abraço aconchegante — tudo vai acabar bem meu amor, tenho certeza!

Isso era o que Pakali dizia, mas em seu interior ela sentia uma profunda escuridão se aproximando e seu medo aumentava a cada dia, todas as noites ela se sente segura aos braços de Kuzco e em suas manhãs se sente desprotegida sem ele, pois o imperador passa o dia resolvendo os problemas de seu povo. Kuzco tem muita lábia e sabe lidar com as pessoas e embora alguns não precisassem de ajuda ele os ajudava sem questionar. Cada dia que se passava e se aproximava de seu casamento Pakali sentia aquela escuridão com um calafrio junto e ambos percorriam por seu corpo inteiro. Em seu interior ela sabe que algo de ruim está para acontecer, mas prefere esconder para não acabar com a alegria de seu noivo, o via sorrir o dia inteiro e não quer que aquele semblante alegre se transforme em um de preocupação. Uma semana antes do casamento, a jovem se encontra mais aliviada e a sensação ruim que tinha parece ter ido embora do dia para a noite, o casamento marcado para o sábado parece ser a coisa mais principal de sua vida, a festa será aberta ao público e ela poderá comemorar sua nova etapa na vida com as pessoas que cresceu junto e viu envelhecer. Para meditar como sempre Pakali toma seu chá da tarde admirando o verde de seu jardim ou quando o vento sopra e traz consigo o perfume das flores. Nessas meditações é como se seu tempo parasse e assim ela passa a viver cada vez mais os seus dias coisa que não fazia antes, sentindo-se dominada pela força da natureza Pakali se senta ao chão de grama e respira fundo fechando seus olhos e sentindo o calor do sol sob sua pele. E novamente uma sensação ruim surgiu em seu peito só que desta vez foi numa intensidade gigantesca e antes mesmo de abrir seus olhos seu corpo foi segurado e seu rosto tampado sua xícara caiu ao chão e ela nem pode gritar, a moça foi arrastada floresta adentro.

Kuzco ainda em sua casa atendia a cada cidadão com uma atenção sem igual e com um tempo livre ele aproveitou para tomar algo com seu amigo Pacha —Sabe Pacha... Eu não sei o que faria sem aquela mulher — ele dá uma pausa dramática e continua — por isso tive o medo de perde-la quando aquela puta da Minerva tentou a sequestra-la!

—Mas Kuzco, você não acha suspeito ela ter sumido? — Pacha o encara segurando a taça de vinho.

—Acho, tentei encontrá-la, mas... —antes de terminar sua frase Kuzco foi interrompido por um de seus guardas e ao ver a o desespero em seus olhos ele rapidamente se ligou e num pulo se levantou, suas pernas ficaram bambas e ele sentiu o sangue sumir de seu corpo.

— Meu imperador — ele o reverencia tremendo como animal indefeso — sinto em lhe dizer, mas o guarda que tomava conta de Pakali foi morto por algo perfurante e a imperadora foi raptada! — Kuzco caiu sentado e olhou seu amigo que se levantou preocupado, se aproximando do seu melhor amigo ele o acalenta.

— Como tem tanta certeza? — Pacha pergunta pálido e preocupado ao lado do imperador.

- Achamos a xícara que ela usava para tomar chá! Caída ao chão. —Pacha olhou para Kuzco e reparou que seu amigo soava frio enquanto treme como se estivesse no inverno mais sombrio do mundo, ele parece estar em um outro mundo, pois seus olhos e pensamentos estão fixos ao nada. Está desligado e não escuta mais ninguém e Pacha arrisca a sorte tocando em seu ombro fazendo-o despertar para a vida real.

—Quero ela agora! Toda minha equipe de soldados, estão envolvidos em sua busca e se não a achar irão todos morrer! —o chefe dos soldados se estremece, pois sentiram o poder das palavras de seu imperador— me entendeu?

—Sim meu imperador, não descansaremos até encontra-la — e antes de sair da sala Kuzco lhe chama mais uma vez, um pouco temeroso o homem se vira e com cede de vingança ele escuta o que seu imperador tem a dizer:

—Minerva e sua família... Procurem–os primeiros e se estiverem com ela tragam todos vivos, darei a sentença pessoalmente.

— Meu imperador, pode contar com sua equipe para achar a imperadora! — Kuzco sentiu como se um cobertor quente e confortável cobrisse seu coração e liberou o homem para que buscasse sua amada.

As semanas foram se passando e o casamento foi se adiando por tempo indeterminado. Kuzco não tem mais ânimo para nada, ele parou de visitar e atender as necessidades de seu povo voltando a ser o que era antes. Sua arrogância voltou à tona com um ódio feroz, agora que ele sabe que Minerva e sua família foram os que levaram a sua amada Pakali, e como nunca Kuzco está destinado a achar Pakali e torna-la imperatriz. Em seu destemor nunca chegou a imaginar que sua amada possa estar morta, em sua cabeça ele só pensa em tê-la em seus braços novamente, beijar sua pele e sentir seu amor mais uma vez. Totalmente estressado e sem limites Kuzco trata qualquer pessoa mal, sem paciência e todos parecem compreendê-lo, cada cidadão de seu império se uniu para achar Pakali que também é uma pessoa muito querida para eles. Dois dias se passaram quando todos cederam suas casas para as buscas incessantes e se locomoveram junto com os guardas, mas nesta manhã cinzenta Kuzco receberia sua pior noticia que poderia fazer seu coração parar. Sentado no jardim segurando a mesma xícara de sua noiva e tendo em sua linha de raciocínio com muitos mapas de seu império sob a grama verde — se vocês pudessem me contar para onde ela foi levada — em sua angustia anterior o menino apela para a flora e encara cada centímetro de flor e folhas esperando o momento em que eles mostrariam o caminho para sua felicidade. Uma lagrima cai e molha as pequenas folhas verdes. Encarando o céu com alguma expectativa no coração, Kuzco é interrompido por um de seus guardas.

— Meu imperador, achamos um corpo —o homem trava em suas palavras e não pode ver a reação de seu imperador, pois o mesmo estava de costas —o corpo está destruído, mas temos certeza que é de uma mulher — o homem engole seco e espera uma resposta de Kuzco que lentamente se levanta e o encara.

— Me mostre — ele é guiado pelo gramado até a entrada de sua casa onde monta um cavalo e cavalga até a ponta de um rio. Há um monte de pessoas em volta e o imperador desce de seu cavalo, cada um ali se abaixa imediatamente e Kuzco se aproxima do corpo, ele analisa cada centímetro do corpo fétido e respira fundo, seu ombro é tocado e ele encara Pacha — não é ela — sua voz é tremula e cheia de sentimentos — não pode ser — Pacha tem em seu rosto o olhar mais triste do mundo e Kuzco sai de si — EU TODOS MORTOS! — ele apenas grita, mas cada vez mais sai de si — TODA A FAMÍLIA KINKO! — ele berra tão alto que perde seu fôlego e na mesma intensidade seu coração partido o faz cair ao chão e suas lagrimas o expõe para todos os cidadãos seu lado ferido e cada um ali derrama uma lagrima, pois quem nunca sofreu por amor?

Kuzco é levado de volta para seu império e quando chega em sua sala tira de sua cabeça toda sua responsabilidade e a joga tão longe desejando que tudo aquilo sumisse de sua vida para ter a chance de vivenciar seu amor novamente. Pacha o acompanhou na tristeza e ao chegar em casa naquela noite fria e chuvosa se depara com sua esposa sentada em um banco de madeira lhe esperando, seu olhar frio lhe atinge internamente e curioso pergunta — por que me olha assim?  

O imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora