𝕿𝖜𝖊𝖓𝖙𝖞 𝕱𝖔𝖚𝖗𝖙𝖍 𝖂𝖊𝖊𝖐

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☀︎︎ 𝕷𝖎𝖑𝖎𝖙𝖍 𝕳𝖊𝖑𝖆 ☀︎︎

Atenta a avenida eu dirigia em silêncio para Bel Air, para minha casa, pelo retrovisor eu via o carro de Angel me seguindo tentando ultrapassar meu carro. Me sinto viva com o vento bagunçando meus cabelos ondulados.

Era bom esses momentos em que nós duas voltavamos para casa tentando fazer corrida, era um pouco divertido fingir que minha vida não era um completo desastre, que não sinto falta da minha mãe, que não tenho medo do futuro, que não estou apaixonada pelo meu companheiro de dormitório.

Essa semana deveria ter me ajudado aceitar a amizade como a melhor decisão. Mas todos os Momentos que passamos juntos só confirmou o que eu tento negar a todo custo, estou apaixonada e não, não tem nada a ver com o sexo ou a beleza dele. O loirinho é o conjunto perfeito, ele sabe me tirar do sério e me fazer rir até a barriga doer, amo ouvir o que tem para contar sobre as coisas que gosta, consigo ouvir ele por horas a fio e me divirto fazendo isso. Mas sei que não tenho chances de fazê-lo feliz para sempre, sinto que não. Eu adoraria ter esperança, ter coragem, mas eu não tenho, eu não posso trazer ele para essa bagunça aqui.

- Você nunca me deixa passar, onde estava com a cabeça? - Angel cruzou os braços na janela do meu carro e me olhou com desconfiança.

- Em cima do pescoço, mas queria estar com ela entre a suas pernas - pisquei com um sorriso malicioso.

- Deveria ter feito isso com Layla - ela rolou os olhos e se desencostou do carro. Tirei o cinto e peguei minha pequena mala no banco do carona e sai do carro. Moramos em um condomínio e não necessita colocar o carro na garagem rápido.

- Já falei que eu ia, mas Vinnie chegou e atrapalhou o momento - Sorri sem humor.

Ontem Layla me surpreendeu chegando ao meu quarto para conversar, o papo estava tão bom que quando me dei conta já estávamos tirando a roupa. Eu odeio dizer que estava fazendo por obrigação, já que ela parecia tão entregue a mim. Eu daria sexo, mesmo não sentindo nada por ela, eu faria para não decepcionar a garota, mas Vinnie voltou ao quarto e eu tive que fingir que não gostei, quando na verdade eu agradeci aos céus. Layla é legal e linda pra caralho, mas algo em mim mudou. Transar por transar não estava mais sendo um costume para mim.

- Você mente mal. Se fosse por isso, você seria capaz de sair com Layla e terminar o que começou no quarto dela. - Riu anasalado e me olhou dos pés a cabeça.

- O que quer dizer com isso? - Coloquei uma mão na cintura e botei o peso em uma única perna.

- Que você não transa mais sem que essa pessoa seja o Vinnie, não foi só ele que se entregou a você, você se deu a ele de uma forma que não se dava a ninguém a muito tempo - Me deu um rápido selinho e saiu caminhando para sua casa.

Eu queria poder gritar e dizer que ela estava mentindo, mas não poderei.

[...]

Todo meu corpo doía, todas as articulações que foram forçadas doíam em protesto ao treino forçado de balé que eu não fazia a alguns anos. Minha testa estava suada e eu ofegava jogada no chão da sala de dança da minha mãe. Sempre bebo e fumo quando estou com sérias dúvidas, quando não posso fazer algo que quero muito, quando tenho que me segurar, mas beber e fumar não estão nos meus planos por enquanto então resolvi dançar.

Ainda levo jeito, consigo fechar os olhos e ver a dona Hela, bailando pela sala como se fosse uma pena, um cisnei, sorrindo para mim e me dizendo que eu era capaz de fazer o mesmo. Com ela eu aprendi a fazer o mesmo, dançar como ninguém. Era uma criança inocente e sonhadora, tinha convicções de que teria um amor como o dela e de meu pai, que seria forte como ela, e sorriria com uma vida feliz.

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