You Will Be Mine Forever || VH

𝕱𝖔𝖗𝖙𝖎𝖊𝖙𝖍 𝕾𝖊𝖛𝖊𝖓𝖙𝖍 𝖂𝖊𝖊𝖐

☀︎︎ 𝕷𝖎𝖑𝖎𝖙𝖍 𝕳𝖊𝖑𝖆 ☀︎︎

Eu estou em estado de choque até agora.

Ontem pela manhã eu estava andando pelo hospital, tomando chá com a enfermeira chefe, uma senhora de 62 anos, e rindo das aventuras dela com o netos e filhos e hoje eu estou com o peito na boca de uma garotinha que saiu de mim ontem de noite. Kai é esfomeada, muito esfomeada, ela mama de duas em duas horas, mas dorme o tempo todo. Ela é mais uma confusão na minha vida, mas uma confusão linda.

Depois que Vinnie trocou a frauda dela pela madrugada com a ajuda de Ellen e dormiu no sofá cama perto de nós duas, eu fiquei admirando eles. Somos tão jovens, dezenove anos, uma longa estrada na faculdade e agora um bebê. No passado eu optei por não ter um filho com Aaron, eu fiz a minha escolha, mas dessa vez eu não tive ela, Kai esteve escondida de mim o tempo todo e só se fez notada quando quis sair de seu casulo. Estou assustada pra caralho, eu não faço ideia do que fazer depois que tudo se acertar e não sei se isso vai se acertar. Todos esses meses eu quis ter algo para deixar aqui, algo para me fazer ser lembrada, fiz tudo aquilo para o Vinnie, mas o planos do universo foram diferentes. Sei que se algo acontecer, Kai tem meu pai, um homem incrível que fará tudo por ela, Angel, a melhor amiga e meu anjo, terá o Vinnie, que em poucas horas se mostrou um pai incrível. Ela não estará sozinha, ela não sentirá a falta que senti da minha mãe. Estou em paz com isso, estou lutando para enfrentar tudo que vier. Quero viver e cuidar dela, mas também estou em paz com a possibilidade de deixá-la, pois sei que estará com as pessoas que mais amo nessa vida.

O dia já estava claro, eu senti o cheiro do café que os médicos traziam. Levantei observando Vinnie dormindo todo torto com a mão dentro do pequeno berço de Kai, segundo ele, assim consegue acordar mais rápido caso ela se mexa, coloquei ela no mais profundo sono deitada em seu lugar. Peguei um vestido simples de seda amarela e minhas pantufas brancas, e caminhei devagar para o banheiro. Ainda estou dolorida, afinal um bebê de quase 4 kg saiu da minha pequena vagina de uma hora para outra e só me restou deixar. Retirei a camisola que vesti depois que Vinnie me banhou e me olhei novamente no espelho, eu era a mesma, antes e agora, não notei nenhuma mudança, não tive sinais e todos os meus exames negaram qualquer sinal de uma criança. Pelas contas do médico, Kai nasceu com 38 semanas, nove meses certos e de acordo com as minhas, ela foi concebida no dia que bebi e transei com o Vinnie no mesmo estado.
O cachinhos me veio de encomenda. Chegou na minha vida, entrou, bagunçou, me mudou e agora me deu uma filha.

Abri o chuveiro e deixei a água morna lavar desde os meus cabelos até os pés, me limpei bem, escovei os dentes, tentei secar ao máximo meus longos cabelos com a toalha e me vesti. Logo as minhas médicas estarão aqui para me dizer o que vai ser feito da minha vida. E logo meu pai estará aqui surtando, com uma neta que surgiu como um passe de mágica.

O que está acontecendo, meu Deus!

Abri a porta e a cena era cômica e trágica ao mesmo tempo. Meu pai estava desmaiado na poltrona, J, minha madrasta abanava ele com um leque e Vinnie o chamava calmamente para não acordar Kai.

- Ele simplesmente entrou aqui, me viu tomando café ao lado dela e caiu duro no chão - Vinnie me disse com um pedido de desculpas implícito no olhar. - Ele não é cardíaco, né amor? - Mordeu o lábio aflito e eu sorri negando.

- Ele é dramático, cardíaco só eu - Dei de ombros indo até eles. - A quanto tempo? - Perguntei a J.

- Uns cinco minutos, acho que vou chamar as enfermeiras - Ela me olhou sorrindo amarelo.

- Não precisa - Dei de ombros indo até um tubo de álcool que ficava na cômoda, me aproximei do meu pai e fiz com que ele inalace a substância. Subitamente Damon Montgomery acordou atordoado e parou os olhos verdes, que eu herdei, em mim - O que achou da Kai? - Perguntei-lhe sorrindo e ele caiu no choro e puxando para abraçar minha cintura.