Separados por meio mundo - M.C.

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Issac's POV

-Lauren, eu vou sair. Queres vir comigo?

-Achas mesmo? Tu sabes que que eu sei que os teus amigos não gostam de mim.

-Isso não é verdade, mas também não fazia mal nenhum seres mais simpática de vez enquando.

Eu estava a acabar de vestir o casaco de cabedal que os meus pais me ofereceram no Natal, quando olho para a minha irmã. Estava encostada à soleira da porta a olhar para mim de sosleio. Algo naquele olhar me fez lembrar o dia em que os nossos pais nos disseram que iriamos ficar a viver em Portugal. Foi super estranho. Eles sempre tiveram um fascinio qualquer com este país, mas eu nunca me importei. Ao contrário da Lauren. Ela tinha um namorado, era das raparigas mais populares da escola, o que parece ser contraditório pelo facto de ela aparentar ser tímida, o que ela não é, ela apenas ainda não se adaptou a Portugal. Eu até gostei da ideia de ir viver para outro lado, tinha acabado de sair de um mau relacionamento e precisava de mudar de ares, mas nunca pensei que a nossa mudança fosse permanente, mas aqui estou eu, quase 5 anos desde que me mudei. Mas agora não me imagino noutro lugar. Tenho amigos, verdadeiros amigos, ando a tirar boas notas na escola, e há a Mariana....

-Alô! Mas ouviste alguma coisa do que eu disse? - perguntou-me a Lauren. Só dei conta que ela estava a falar comigo, porque estava a abanar os braços quase à minha frente.

-Desculpa, estava distraído.

-Claro que estavas, devias estar a pensar na Mariana. Sabes uma coisa, não gosto muito dela.

-Porque não? Ela foi uma das primeiras pessoas a acolherem-nos quando chegámos.

-Yeah, mas não sei. Ela nunca me fez nada, até tentou meter conversa comigo algumas vezes, mas não sei, parece um bocado estranha....

-Estranha? Isto vindo da pessoa que em pleno Inverno anda de vestido de Verão, apenas com collans e descalça e...

-Para tua informação - interrompeu-me ela - Para mim, esta é a temperatura de ideal para andar de vestido, não está muito quente e não está muito frio. E se querias insinuar que eu sou estranha, é porque aidna não te viste ao espelho.

Apenas por curiosidade, olhei-me ao espelho. Estava todo despenteado e tinha a gola da camisola torta. Como sabia que nunca iria ganhar a guerra das palavras, compus a camisola, passei a mão pelo cabelo e fui ter com a Lauren que tinha regressado ao seu lugar ao pé da porta. Dei-lhe um beijo na bochecha e disse:

-Se precisares de mim, sabes onde eu estou.

E saí porta fora.

(...)

Estava farto de estar à espera da minha vez de jogar matrecos e de estar à espera que a Mariana chegásse. Reparei que sentia algo por ela quando nas férias de Verão me vi sem ela. Os meus pais quiseram passar as férias na Aústria e não falei com ela nem com os meus outros amigos. Mas foi a Mariana quem me levantou mais saudades e foi aí que me atingiu. Eu tinha sentimentos por ela. Nunca os disse a ninguém, muito menos a ela. Já estivera perto de lhe dizer, mas nunca encontro coragem para lhe falar, apenas troco sorrisos. Mas estou farto. Hoje, quando sairmos daqui, acompanho-a a casa e digo-lhe tudo, tlavez ela sinta o mesmo.

De repente, toda a gente pára de jogar e de falar no nosso canto e quando me levanto reparo no que se passava. A Mariana tinha chegado. Ela estava linda como sempre. Trazia o cabelo solto, um casaso de pelo preto e umas calças de ganga. Não persegui porque é que todos pararam, mas depois reparei. Ao lado dela vinha um rapaz. Era alto, trazia um gorro na cabeça que lhe tapava o cabelo. Trazia óculos de Sol e vinha agasalhado como se não houvesse amanhã. Não o reconheci lá da escola, mas sabia que a cara dele não me era estranha.

-Hey pessoal! Antes que comecem em esterismos, meninas, quero avisar que o meu amigo não gosta muito. Este é o Michael da banda 5 Seconds Of Summer.

Nisto, o tipo tira os óculos e só vejo as gajas todas tolas a levantarem-se para irem ter com ele.

Não percebo, juro-vos que não percebo. Okay, ele é conhecido internacionalmente, mas não há necessidade dedeitarem o rapaz abaixo.

Fico a olhar algum tempo para eles. Dá para reparar que o tipo não gosta muito de estar rodeado que gajas loucas a pedirem autografos e a tirarem fotos, mas por alguma razão ele está a suportar isso. Depois atingiu-me, às vezes consigo ser mesmo lento, ele só está a fazer isto por causa da Mariana.

Decido deixar de olhar. Ainda não é desta que digo à Mariana o que sinto por ela, e se calhar não vai ser tão cedo quanto isso.

Depois de os ânimos acalmarem, vejo que a Mariana, e o Michael, se sentaram numa mesa com a Rita e com a Ana, deixando as não tão amigas de fora do círculo de confiança. Como eu fiquei. Outra vez. Parece que elas só se lembram de mim quando estou com o Miguel ou o caraças.

Mariana's POV

Eu sabia que a recessão ao Michael iria gerar esterismo, mas nunca pensei que fosse tanto. Quer dizer, eu digo que gosto da banda e cagam em mim, mas quando apareço com um membro dela, toda a gente quer ser meu melhor amigo. Vão mas é levar no cu. Eu vi-o primeiro.

Depois de nos sentarmos mais a Rita e a Ana, estivemos a falar sobre banalidades, tipo o inicio da escola, até que a Rita, sempre muito direta, pergunta:

-Então Michael, não quero soar intrometida, mas o que é que fazes aqui? Tão longe da Austrália?

-Como estamos numa pausa, vim dizer um olá à Mariana.

-Asério? Percorreste meio mundo só para dizer um olá?

-E também porque a Mariana faz anos esta semana e queria estar com ela.

O Michael e a Rita pareciam que se iam fuzilar com os olhos, mas a Ana percebeu a deixa do Michael e meteu-se na conversa.

-Isso é muito querido da tua parte, Michael. E por falar em anos, Mariana, o que é que vais fazer este ano.

Feliz por mudar de assunto, mas não tão feliz por ser este assunto, respondo:

-Ainda não sei, talvez nada. Os meus pais estão tristes comigo por causa das notas, que acho melhor não lhes pedir nada.

Ponto. Antes que alguém podesse argumentar alguma coisa, pedi licença e fui ao balcão.

Não é que eu não goste de festejar os meus anos, o problema é que as coisas nunca saem como eu quero, e há sempre alguém que dá uma festa no mesmo dia que eu, e acaba por ser uma merda, porque temos amigos em comum e toda a gente prefere ir para casa da Tatiana, que tem jacuzzi. Nós já tinhamos sido amigas, mas já não somos. História para outra altura. O que eu quero dizer, é que se é para ser um encontro com os amigos mais chegados, não se dá o nome de festa. Ponto.

Enquanto esperava que o empregado me trouxesse a Coca-Cola, vejo o Issac sozinho ao pé da zona dos matrecos e decido ir ter com ele. Tenho a certeza que a Ana consegue aguentar com a Rita e com o Michael. 

-Olá Issac!

-Hey! Então, tens um amigo famoso e não dizias nada a ninguém?

Asério que ele estava a perguntar-me aquilo. Nós mal falamos, mas não era preciso responder-me mal. Passei-me.

-Não tinha obrigação de dizer, principalmente a ti.

E regressei à base.

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