Para onde mesmo?

76 7 7
                                    

Michael's POV

Tenho que admitir que não pensei. Quer dizer eu não iria ficar de braços cruzados enquanto aquele cabrão ficava a comer a minha namorada com os olhos.

Depois de lhe acertar com o muro no nariz, o Issac cai ao chão, afinal as aulas de karaté não lhe serviram de muito, mas rapidamente ele levanta-se e eu estava pronto para entrar em acção senão fosse pela Mariana, que se tinha posto à minha frente.

-Por favor, Michael, acalma-te.

-Eu estou calmo - respondi, recuando um passo.

-Issac, onde é que está a Lauren?

Metendo a mão ao nariz, o Issac respondeu com dificuldade, não que eu me importe:

-Está no quarto dela a ouvir música.

-Michael, olha para mim - disse-me ela, agarrando no meu queixo fazendo-me olhar para ela - Entra dentro de casa, sobes as escadas e bates na primeira porta à direita e pedes à Lauren para vir cá abaixo.

-Nem penses, eu não vou deixar este desgraçado sozinho contigo.

-Eu prometo que me consigo proteger.

Ela plantou-me um beijo nos lábios e fez-me sinal para entrar na casa, algo que eu fiz muito relutantemente. Subi as escadas e bati à porta do quarto, que foi rapidamente aberta.

-Michael? O que é estás aqui a fazer? - perguntou-me ela.

-Nada demais, apenas dei um murro ao teu irmão e a Mariana pediu-me para te vir chamar - à medida que falava ia descendo as escadas com a Lauren atrás de mim.

-Tu deste um muro ao meu irmão? Porquê?

-Não gostei da forma como ele olhou para a Mariana.

-Então já somos dois - murmurou ela, mais para si do que para mim.

Quando chegámos à entrada, o Issac estava encostado à parede e a Mariana do outro lado da varanda. A Lauren, ao ver o irmão, nada diz, apenas volta a entrar dentro de casa, saindo momentos depois com um saco com gelo, dando-o depois ao irmão.

Depois, ela vem ter connosco, como se nada tivesse acontecido.

-Então, porque é que vieram cá?

-Nós queríamos saber se estava tudo bem, é que tens andado distante de nós e eu queria saber se havia alguma coisa que nós pudéssemos fazer para te ajudar - respondeu a Mariana.

A Lauren deu um pequeno sorriso e disse:

-Não se passa nada comigo, eu apenas lido com o luto de maneira diferente. 

-Mas então porque é que não vieste ter connosco de manhã? - perguntei. 

-E perder a oportunidade de ver o meu irmão a levar um soco - ela riu, assim como eu - Agora a sério, eu não fui não sei bem porquê, apenas não me apeteceu ir.

Olhei para a Mariana e vi que ela não estava muito satisfeita com a resposta, mas sabia que não iria obter mais nenhuma. Ela prometeu ligar mais tarde e quando estávamos a sair do jardim deles, eu consegui ouvir o Issac a dizer:

-Tu não lhe contaste.


Fomos ter com os outros, os quais desejaram ter ido connosco para ver a "grande luta", mas passado algum tempo, despedimos-nos da Rita e da Ana e fomos para casa da Mariana.

Quando chegámos, a mãe da Mariana estava a acabar o almoço e nós os cinco acabámos de pôr a mesa e preparar tudo. Em 10 minutos entrei num dos almoços mais constrangedores da minha vida.

Separados por meio mundo - M.C.Onde histórias criam vida. Descubra agora